Guarda noturno aposentado, o torcedor criciumense Ivo Costa, 62 anos, atingido por uma bomba na partida contra o Avaí domingo passado, disse que não pretende mais freqüentar o Estádio Heriberto Hulse. Fanático pelo clube, a ponto de "driblar" problemas de locomoção para estar nas arquibancadas, Costa está decepcionado e vai acompanhar os jogos do Tigre pelo rádio.
- Eu era acostumado a ver os jogos para me divertir. Raiva eu não tenho, mas quero que Deus me ajude a melhorar - desabafou Costa, ainda no hospital.
Costa foi submetido a uma cirurgia no Hospital São José para amputação da mão direita, lacerada pela bomba caseira.
Costa foi submetido a uma cirurgia no Hospital São José para amputação da mão direita, lacerada pela bomba caseira.
De acordo com o sobrinho de Costa, André da Rocha dos Reus, além de ter mão direita amputada, o artefato provocou queimaduras nas costas do tio. — Foi selvageria pura — desabafou. André conta que o tio sempre procurava um lugar isolado para acompanhar a partida devido aos problemas de locomoção. O local escolhido no domingo era próximo ao cordão de isolamento entre as duas torcidas. Mas o objeto foi atirado exatamente neste local, e Costa teve a reação instintiva de pegar o artefato e arremessá-lo para longe, quando houve a explosão.
O secretário de Segurança Pública e Defesa do Cidadão, Ronaldo Benedet, classificou o fato como lamentável e anunciou que a Polícia Civil vai solicitar a prisão temporária dos envolvidos identificados pelas investigações. Benedet também anunciou que irá ativar as corregedorias da Polícia Militar e da secretaria de Segurança Pública para avaliar se houve ou não excesso na conduta da Polícia Militar (PM), que foi reforçada por integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Florianópolis e o destacamento da Cavalaria. Para o promotor de Justiça, Alex Teixeira da Cruz, que estava de plantão no Heriberto Hülse, os fatos registrados revelam que é preciso repensar a forma como é tratada a questão das torcidas já para os próximos jogos. — É inadmissível que uma praça de esportes se transforme em uma praça de guerra — completou.
Fonte: Rádio CBN
É complicado! Hoje boa parte das “torcidas organizadas” vai ao estádio para protagonizar cenas de violência, em vez de apoiarem seu clube a sair vitorioso da partida. Esses torcedores acabam sendo identificados pela sociedade como “vândalos” que provocam momentos de terror em todos os expectadores que vão ao estádio para apoiarem seu clube de coração.
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