26 de junho de 2007

Gaviões da Fiel participa do 5° Congresso do MST


Márcio de Castro - o Monga – é um dos três dirigentes da torcida organizada "Gaviões da Fiel" que marcou presença e acampou no 5º Congresso do MST (Movimento dos Trabalhdores Rurais Sem Terra), em Brasília. Quando questionado sobre o porquê do apoio de uma das principais torcidas do futebol brasileiro para a luta pela Reforma Agrária, a resposta foi simples: "as lutas dos trabalhadores têm pontos em comum e o inimigo é o mesmo". A resposta de Monga aponta para uma articulação entre os trabalhadores do campo e da cidade.

A “Gaviões da Fiel” é uma torcida ampla, que abriga diferentes classes sociais, porém, para Monga, todas elas têm em comum o fato de conhecer o MST pelas notícias veiculadas nos meios de comunicação empresariais, o que significa que existe um grande preconceito a ser quebrado. “Prestamos atenção no eixo rural, porque os trabalhadores estão deixando o campo e migrando para as cidades, que hoje acumulam gente e não oferecem emprego”, afirma. A participação de Monga é um sinal da articulação que volta a ser feita entre o operariado e o campesinato.

O primeiro ensaio dessa articulação aconteceu durante a Jornada Nacional de lutas do dia 23 de maio, quando todos os trabalhadores se unificaram para protestar contra a perda de direitos. O membro da coordenação nacional do MST, Gilmar Mauro, analisa que este apoio mútuo ainda está se construindo, partindo do atual contexto de fragmentação entre as organizações de esquerda.

(...)


13/06/2007
Pedro Carrano
de Brasília (DF).

Fonte: http://www.mst.org.br/

18 de junho de 2007

Para a tristreza da nação coral...

...reina a paz entre diretoria e Conselho Deliberativo

Em uma minúscula nota (tamanho condicente com a atual fase do Ferrão) o Diário do Nordeste noticiou: "A paz voltou a reinar entre o Conselho Deliberativo e a diretoria do Ferroviário. O presidente do CD, Vilemar Rodrigues, reuniu-se com membros da diretoria executiva e chegaram a um entendimento. Paulo Wagner, que comanda o time coral, vai prestar contas aos conselheiros, dentro do que foi estipulado e não há mais celeumas, segundo os próprios dirigentes".

Como nos outros clubes brasileiros, os torcedores corais não podem decidir os rumos do seu time. Na verdade mal se pode tirar satisfações com a dirtoria sem ser ameaçado de morte, como ocorreu nas comemorações do aniversário do Ferrão nesse ano. Por isso tantos torcedores ficaram esperançosos quanto souberam que o Conselho Deliberativo poderia dar pelo menos um puxão de orelha nessa diretoria escrota. Mas aí veio o velho acordão, presente desde o Palácio do Planalto até o Elzir Cabral, e fez ruir o restinho da esperança que os torcedores tinham em uma guinada de rumo.

Enquanto os maiores interessados - os torcedores - ficarem de fora das decisões, podemos esperar sempre a mesma coisa!

13 de junho de 2007

O velho caso do sumiço das meias...

Um problema antigo nos estádios cearenses deve começar a ser investigado. Parece que depois do último jogo entre Ceará x Fortaleza, os dirigentes dos dois clubes finalmente se deram conta do problema dos cambistas.

Primeiro um advogado do Ceará S.C. solicitou a abertura de um inquérito para investigar a denúncia de dois cambistas que foram presos no último clássico. Eles teriam confessado que os ingressos de meia-entrada eram oferecidos por funcionários de um lojão por um preço mais caro para que os cambistas revendessem por um custo ainda maior.
[Fonte: DN]

Depois foi um vice-dirigente jurídico do Fortaleza E.C. que prometeu acionar o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva contra a Federação Cearense de Futebol pela venda irregular de 1.000 ingressos de meia para duas empresas, cujos nomes não foram divulgados. [Fonte: OPovo]

O problema é que no Brasil tudo tende a acabar em pizza. Tanto é que a FCF já anunciou que pretende parar de repassar os ingressos para os lojões suspeitos, mas, estranhamente, não se pronunciou sobre o repasse irregular feita por ela mesma... [Fonte: DN]

Agora, é esperar pra ver no que isso vai dar...

10 de junho de 2007

Conselho questiona negociação de atletas

Mesmo fora da Série C do Campeonato Brasileiro, reinava calmaria no Ferroviário, agora abalado por prestação de contas


Volante Dedé já teria sido negociado no Caribe, segundo o Conselho, mas a direção nega (Foto: João Luís)

Uma exigência do Conselho Deliberativo do Ferroviário poderá ocasionar até a saída do atual presidente da diretoria executiva, Paulo Wagner. Isto porque, o presidente do Conselho, Vilemar Rodrigues, cobra uma prestação de contas da atual gestão do Ferrão. Vilemar pretende que o mandatário coral faça um balancete mensal da atual administração, além da prestação de contas, que deveria ser feita anualmente.

A direção do Ferroviário está no comando há três anos e meio e durante todo esse período nunca nos entregou nem balancete nem prestação de contas”, afirma Vilemar. Ontem, o presidente do órgão maior do Ferrão esteve na sede da Federação Cearense de Futebol, na tentativa de encontrar um meio legal de impedir a transferência de jogadores, sem o conhecimento do Conselho.

Segundo o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Jorge Bruno, o balancete foi solicitado há 60 dias e não houve resposta afirmativa da diretoria que comanda o clube. “Nós precisamos amoldar a agremiação para receber investimentos da Timemania. Fizemos uma adaptação dos estatutos para receber as receitas, mas precisamos ter a contabilidade em dia. Sei que a diretoria atual é honesta e já vem fazendo tudo isso, mas precisamos dos documentos”, explica Jorge Bruno.

A polêmica toma vulto quando os conselheiros passam a afirmações. Segundo eles, a diretoria teria vendido cinco jogadores na excursão no Caribe: Dedé, Danúbio, Valmir, Róbson e Eli, sem informar nada a ninguém. Falam também de uma suposta venda do meia Paulo Victor para o futebol português. Indagado sobre o assunto, Wagner disse que Paulo Victor ainda vai a Portugal, mas para testes, e negou a venda dos cinco atletas citados. “Nós trabalhamos com livro caixa e é só os conselheiros irem no clube para saberem de tudo. Se quiserem que eu saia eu entrego, pois não quero meu nome envolvido em fuxico”, ameaçou o mandatário. Paulo Wagner, Sérgio Teixeira e Francisco Neto vêm bancando o Ferrão há vários anos e afirmam que já colocaram cerca de R$ 300 a R$ 400 mil, para manter o Ferroviário em funcionamento até os dias atuais.


9 de junho de 2007

Reformas Neoliberais até no futebol

As reformas neoliberais entram em campo. Sócrates, o genial capitão da maravilhosa seleção de 1982, perdeu a paciência com o governo Lula.


Em sua coluna semanal na revista Carta Capital (24/11/2004), Sócrates (foto) convocou os jogadores de futebol a cruzar os braços e ficar nos vestiários. Para ele, só uma greve dá jeito na situação a que chegou o esporte mais popular do País. Segundo o capitão, o "Ministério do Esporte - sem qualquer oposição do núcleo do governo, é bom frisar - de cara já se alinhou com a classe dirigente e para ela ofereceu as mãos, os pés e tudo o mais que fosse pedido".

Mas não é este o maior problema. O ministério comandado pelo "perna-de-pau" Agnelo Queiroz (PC do B) tem outros gols contra de que se envergonhar. Trata-se de uma possível medida provisória que retiraria direitos trabalhistas dos jogadores. Entre outras coisas, a medida dispensaria os clubes de pagar adicional noturno, horas extras e o chamado direito de arena, que equivale a 20% do valor dos contratos com as emissoras de TV. Tudo isso para tentar resolver os problemas financeiros dos clubes. Problemas causados por todo tipo de barbaridade. Desde má administração até desvio de dinheiro. O fato é que os clubes são empresas como quaisquer outras e seus dirigentes são patrões. O governo não tem que ficar socorrendo patrões incompetentes ou corruptos.

Realmente é de perder a paciência. E Sócrates tem moral para falar. Foi um dos líderes da chamada "Democracia Corinthiana", movimento da virada dos anos 1970 para os anos 1980. O movimento era contra a concentração, defendia a organização dos atletas como qualquer outro trabalhador, jogaram com camisas do clube incentivando o voto nas eleições de 1982 e seu líderes participaram ativamente da campanha pelas Diretas Já, em 1984. Portanto, é um dos responsáveis pelas poucas, mas valiosas, conquistas daqueles que jogam futebol, daqueles que apenas torcem e também dos que nem gostam do esporte. Também ajudou muito na vitória eleitoral do atual governo.

O problema é que o apelo de Sócrates pode não ter resposta. A verdade é que cerca de 90% dos 20 mil jogadores profissionais no Brasil ganham de 1 a 3 salários mínimos. E dos 10% que ganham acima disso, apenas 3,7% recebem mais de 20 salários mínimos. (Dados do Departamento de Registro e Transferência da Confederação Brasileira de Futebol publicados na Folha de S. Paulo, de 29 de fevereiro de 2000).

Mas a impressão que a grande maioria de nós tem é a de que jogador de futebol é milionário. E essa impressão também deve fazer efeito entre os próprios atletas. Muitos acham que, um dia, serão "descobertos" e também passarão a receber salários elevados. Afinal, essa imagem é difundida diariamente pelos meios de comunicação, não só nos programas esportivos de rádio e tevê. Também nas publicações e programas de fofocas, em entrevistas com celebridades do futebol e até em revistas eróticas. E o governo Lula aproveita tudo isso para justificar ataques a seus direitos. É como se os jogadores ganhassem muito. Fossem mercenários etc.

São trabalhadores. Se alguns poucos ganham muito dinheiro, é porque geram muito mais dinheiro para as marcas de que fazem propaganda. Além disso, têm uma vida profissional curta, que pode ser ainda mais abreviada por mortes súbitas. Foi o que aconteceu com o jogador Serginho do São Caetano, que morreu durante uma partida. Tudo indica que seus patrões sabiam de seu problema de saúde, mas nada fizeram para preservar a vida do jogador.


Sérgio Domingues

Fonte: SITE REVOLUTAS