A fonte, que trocou de identidade diversas vezes por temer represálias, esteve ligada à equipe da cidade de Medellín entre 2001 e 2004.
"A legislação que rege as equipes é tão confusa, ridícula e generosa, que unida à falta de controle do Estado, permite que os narcotraficantes tenham facilidade para lavar muito dinheiro", afirmou.
Ávalos revelou que, desde 1978, o Independiente Medellín "já esteve em poder de seis mafiosos, que dirigem a equipe há 30 anos, tempo no qual lavaram mais de 150 bilhões de pesos (equivalentes a US$ 150 milhões)".
Pablo Correa Ramos, Héctor Mesa, Guillermo Zuluaga, Julio César Villate, Jorge Castillo e Rodrigo Tamayo, que comandou a equipe entre 1988 e 1992, e depois voltou a assumir a equipe entre 1998 e 2007, são os dirigentes que o ex-revisor fiscal do Medellín assinala como "mafiosos a serviço do narcotráfico".
Ávalos relata ainda as diferentes maneiras como as atividades futebolísticas da equipe eram aproveitadas para lavar dinheiro.
"Tamayo comprou direitos esportivos e fez empréstimos ao Medellín por US$ 5 milhões quando comprou a equipe em 1998, e durante nove anos ocultou a origem do dinheiro através de testas-de-ferro", disse.
"Outra forma é através da transferência de jogadores. Dizem que vendem um jogador por 800, mas repassam à equipe apenas 100. Também podem vender um jogador, como John Javier Restrepo, por US$ 1,08 milhão, mas desviar US$ 400 mil a Rodrigo Tamayo, ou a seu representante no México", acrescentou Ávalos.
Ele indicou que vários destes empresários foram assassinados pela máfia entre 2001 e 2004.
"Tamayo lavou ativos, usou testas-de-ferro (...) houve enriquecimento ilícito, evasão de impostos e contabilidade fraudulenta", afirmou.
A fonte, que publicou um livro na internet com estas denúncias, intitulado "Narcolavadora", assegurou temer por sua vida.
"Quero deixar de me esconder e trabalhar, voltar a ser o auditor e o revisor fiscal que sempre fui", comentou.
Por sua parte, Rodrigo Tamayo negou as acusações do ex-revisor fiscal do Medellín.
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