De tempos em tempos os noticiários esportivos abrem espaços para os sindicatos de atletas profissionais espalhados pelo Brasil. Recentemente, em São Paulo, o Sapesp – Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo – conseguiu junto à federação local a chamada “parada para hidratação” durante os jogos do Campeonato Paulista.
Inicialmente a parada só aconteceria nas partidas disputadas às 11h, porém o sindicato conseguiu ampliar essa parada para os demais jogos, sempre que o árbitro entender que é necessário. Porém, essa é uma conquista isolada para os atletas no meio de muitas ações dos sindicatos ainda sem resposta das autoridades.
Para garantir que as “lutas” dos sindicatos regionais não ficarão mais tão isoladas e particulares foi criada em 2001 a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol – Fenapaf, que na época reunia cinco sindicatos.
“Hoje já somos 17 sindicatos espalhados por todo o Brasil. Graças a essa proximidade maior existente entre essas entidades hoje, por exemplo, eu não preciso sair de São Paulo para socorrer um atleta no Ceará. Mas ainda há muito trabalho para ser feito para caminharmos no sentido de uma integração completa”, afirma o presidente da Sapesp e vice-presidente da Fenapf, Rinaldo Martorelli.
A Fenapaf tem sede no Rio de Janeiro e hoje é presidida por Alfredo Sampaio (atualmente licenciado), presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro – Saferj.
“Todos os anos realizamos pelo menos uma reunião com representantes de todos os sindicatos. Nosso objetivo é realmente integrar as ações na medida do possível. É óbvio que cada estado possui uma particularidade e uma realidade, mas essa aproximação é fundamental. Também queremos demonstrar para estados importantes a necessidade de se criar sindicatos locais. O Rio Grande do Norte e o Espírito Santo devem ter seu próprio sindicato em breve, muito por conta de nossas ações e persistência”, conta Martorelli.
Segundo o presidente em exercício da Fenapaf, existe um temor por parte dos sindicatos de que uma de suas principais conquistas, considerada por Martorelli, possa sofrer um retrocesso.
“Eu sempre vou dizer que uma de nossas principais conquistas [Sapesp] foi ajudar a terminar com a Lei do Passe, que na minha época de jogador escravizava os atletas. Hoje existe um discurso mentiroso, de que os jogadores estão nas mãos de empresários e o Governo Federal, despreparado, dá embasamento para esse tipo de ‘choradeira’. Estamos trabalhando a cada minuto pela liberdade do atleta e com todos trabalhando juntos, ficaremos fortalecidos”, analisa Martorelli.
Rubem Dario
Cidade do Futebol
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