A tragédia que matou sete torcedores na Fonte Nova, em novembro do ano passado, durante jogo do Bahia contra o Vila Nova na Série C do Campeonato Brasileiro, continua dando o que falar. Ontem, cinco pessoas foram indiciadas pelo incidente: Bobô, presidente da Superintendência dos Desportos da Bahia; Virgílio Elísio, diretor da CBF; Ednaldo Rodrigues, presidente da Federação Baiana; e Petrônio Barradas, presidente do Bahia, são acusados de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Nilo Santos Júnior, diretor de obras da Sudesb, vai responder por homicídio culposo, sem intenção de matar. Responsável pelo inquérito, a delegada Marilda Luz disse que "todos sabiam que o estádio tinha a estrutura deficitária". Além deles, a juíza Lícia Pinto Fragoso, da 2ª Vara de Defesa do Consumidor, também pode ser penalizadada, já que, em 2006, recebeu uma ação civil encaminhada pela promotora Joseane Suzart, do Ministério Público, apontando o risco de desabamento, mas não deu continuidade ao caso. Os processos seguem nesta quarta-feira para o Tribunal de Justiça da Bahia e, posteriormente, ao Ministério Púlico (MP). Caso o MP acate, os indiciados vão para juri popular.
Uma tragédia que poderia ter sido evitada...
O relatório encaminhado ao ex-governador Paulo Souto desde 2004 pelo Corpo dos Bombeiros, a Vigilância Sanitária e a Polícia Militar baiana ainda não era avaliado com o status de informação factível e de interesse público? Todas as visíveis ferrugens e rachaduras do estádio, que após a tragédia preencheram galerias e mais galerias de fotografias e gráficos, ainda não eram tão visíveis? Tampouco a interdição requerida pelo Ministério Público no início de 2006 era plausível e consistente? Talvez por isso, o anúncio que o novo governo iria construir um novo estádio era encarado como desnecessário. Afinal de contas, a Fonte Nova era viável. Bastavam alguns reparos. Ledo engano da imprensa? Não.
Como foi destado nos jornais , era uma tragédia em sete atos patrocinado pelo estado, mas também pela imprensa: omissão ao não expor problemas visíveis; negligência perante a apuração dos fatos e relatórios; irresponsabilidade postergada pela empolgação da Copa de 2014 e o acesso do time baiano à Série B; ganância diante dos espetáculos de público promovidos pelos torcedores do Bahia; arrogância e sentimento de infalibilidade da cobertura dos eventos, sem a devida autocrítica de sua participação para a construção do fato trágico; e, por fim, subserviência da redação em relação à publicidade, ao marketing e aos pontos de ibope. Estes fatos mostram que a generalizada precariedade dos estádios brasileiros se dá pelo acobertamento das autoridades, da imprensa burguêsa e dos cartolas sobre a situação limite que vivem as infra-estruturas de estádios e de obras públicas no País.
Uma tragédia que poderia ter sido evitada...
O relatório encaminhado ao ex-governador Paulo Souto desde 2004 pelo Corpo dos Bombeiros, a Vigilância Sanitária e a Polícia Militar baiana ainda não era avaliado com o status de informação factível e de interesse público? Todas as visíveis ferrugens e rachaduras do estádio, que após a tragédia preencheram galerias e mais galerias de fotografias e gráficos, ainda não eram tão visíveis? Tampouco a interdição requerida pelo Ministério Público no início de 2006 era plausível e consistente? Talvez por isso, o anúncio que o novo governo iria construir um novo estádio era encarado como desnecessário. Afinal de contas, a Fonte Nova era viável. Bastavam alguns reparos. Ledo engano da imprensa? Não.
Como foi destado nos jornais , era uma tragédia em sete atos patrocinado pelo estado, mas também pela imprensa: omissão ao não expor problemas visíveis; negligência perante a apuração dos fatos e relatórios; irresponsabilidade postergada pela empolgação da Copa de 2014 e o acesso do time baiano à Série B; ganância diante dos espetáculos de público promovidos pelos torcedores do Bahia; arrogância e sentimento de infalibilidade da cobertura dos eventos, sem a devida autocrítica de sua participação para a construção do fato trágico; e, por fim, subserviência da redação em relação à publicidade, ao marketing e aos pontos de ibope. Estes fatos mostram que a generalizada precariedade dos estádios brasileiros se dá pelo acobertamento das autoridades, da imprensa burguêsa e dos cartolas sobre a situação limite que vivem as infra-estruturas de estádios e de obras públicas no País.
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