Em discurso perante a Assembléia Parlamentar do Conselho da UE, Platini afirmou que, por causa desta forma de pensar, seus detratores o caricaturam como uma espécie de "Robin Hood da bola".
Diante desta concepção de lucro do esporte, Platini elogiou o voluntariado, sobre o qual, disse, o esporte europeu é quase exclusivamente apoiado e é um expoente de "troca, fraternidade e solidariedade".
Assim, afirmou que 99% dos clubes e organizações esportivas da Europa não têm fins lucrativos e têm uma estrutura piramidal, "para um funcionamento democrático e transparente".
Platini, que no sábado completará seu primeiro ano à frente da Uefa, falou do esporte de base como a "principal engrenagem na integração social e cultural" e disse que milhões de crianças que chegaram à Europa provenientes de outros continentes jogaram bola em campos de lama antes de se sentarem em um banco escolar.
Ex-capitão da seleção francesa e considerado uma das lendas do futebol mundial, Platini afirmou que "sem respeito não há bem-estar nem esporte".
O dirigente atacou a violência dos grupos extremistas, "que não têm relação alguma com o futebol, mas usam a popularidade do esporte".
Para Platini, o esporte é um "espelho com lupa" que reflete de forma clara alguns fenômenos da sociedade como racismo e xenofobia.
Diante disto, afirmou que o esporte de base é um fator de mistura e integração étnica, pois "acolhe, protege e integra".
Além disso, citou outras manchas do esporte como a lavagem de dinheiro, o suborno, a compra de resultados, as apostas ilegais, o doping e a exploração infantil.
Platini comemorou o fato de o Tratado de Lisboa (que substituirá o projeto de Constituição européia) realizar um reconhecimento da especificidade do esporte.
Também agradeceu ao Conselho da Europa por dar à Uefa a condição de observadora no Acordo Parcial Ampliado sobre o Esporte (APES, em francês) criado no ano passado.
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