"Não houve resistência contra o regime, mas também não foi registrado um entusiasmo fanático pelo partido e por seus líderes, além da admiração por Hitler até o início da Segunda Guerra Mundial", escreveu Koerfer em seu estudo de 70 páginas. "O Hertha não teve um posicionamento fortemente anti-semita, mas também não havia resistência contra as leis raciais decretadas pelo Estado do Terceiro Reich".
A grande maioria dos jogadores do Hertha não aderiu ao partido nazista e a maior parte dos 400 associados não teria simpatizado com o nazismo, aponta o estudo.
No entanto, os dirigentes do clube, incluindo Hans Pfeifer – que foi instalado como presidente para assegurar que a ideologia nazista fosse cumprida – ou já faziam parte do partido ou tornaram-se membros depois.
Sede no "Vermelho Wedding"
O estádio do clube situava-se no bairro operário de Wedding, ao norte de Berlim. "Isso deve ter nos protegido de sermos mais usados pelos nazistas", disse o presidente do clube, Bernd Schiphorst, também iniciador do estudo histórico.
No bairro que também era conhecido como "Vermelho Wedding" antes da Segunda Guerra Mundial, 75% da população votou a favor do Partido Comunista e dos social-democratas na eleição de 1932.
O presidente do Hertha salienta que o clube de futebol é freqüentemente associado à época nazista porque seu estádio foi construído por Albert Speer, arquiteto-chefe do regime de Hitler.
Histórias marcadas pelo nazismo
O jogador de maior sucesso na história do clube, Hanne Sobeck, que ajudou o Hertha a conquistar seus dois últimos títulos do campeonato alemão — em 1930 e 1932 — filiou-se ao partido nazista em 1940, mas manteve certa distância dele.
"Sobek protestou quando os membros judeus do clube foram proibidos de entrar no estádio, como resultado das políticas segregacionistas de Hitler e seus seguidores", escreveu Koerfer. "E não apenas isso, ele também continuou mantendo contato com os sócios judeus".
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