28 de novembro de 2007

Para os defensores radicais do futebol arte.

Não sou diferente da maioria. Amo futebol arte. Me encantei com o Inter de Falcão, o Flamengo de Zico, o Milan de Van Basten, a seleção de Telê, e o São Paulo de Raí…
Gosto de arte objetiva e não de enrolação e firulas, mas essa não é o ponto que desejo debater.
A magia do futebol está muito além dos dribles e belos gols. Eles são importantes, mas não soberanos.
Uma arquibancada lotada e empolgada pode ser mais comovente que a jogada chamativa.
O conjunto composto por jogadores inferiores, mas que trabalha unido e derrota o rival cheio de profissionais com mais virtudes também consegue emocionar, algumas vezes, mais que os craques.
Futebol é isso e muito mais!
A atividade lúdica que nos leva ao passado e continua viva em nossos corações e mentes.
A simplicidade e dedicação eternas dos atletas da várzea.
O pobre e o rico abraçados pela mesma “causa”
E acima de tudo, a indispensável rivalidade!
A rodada de hoje prova isso.
Como se falou, durante a semana, dos jogos de Corinthians e Goiás.
Garanto que a qualidade do espetáculo não é a razão. Os adversários, respectivamente Vasco e Atlético MG, nem de longe jogam futebol bonito.
Mais isso importa?
Claro que não!
Milhões vão grudar na televisão para secar o Corinthians.
Já os alvinegros, tensos e apreensivos com a possibilidade de queda, aguardam o início da partida angustiados.
Essa é a graça!
Vale para finais, rebaixamentos, diferentes divisões, competições, países. Sempre há quem torça contra ou a favor.
Tenho certeza que boa parte dos fãs se emociona mais ao ver seu time vencer na base da raça e no minuto final o principal adversário, do que uma atuação maravilhosa diante de um rival sem peso.
Ainda bem que a emoção derrota a técnica.
Sentir vale mais que admirar com os olhos.
A alquimia de tudo isso, arte, garra e conquista cheia de rivalidade é o ápice, o raro sonho de todos apaixonados pelo esporte.
Se dependesse apenas da técnica individual, o futebol não teria tanto alcance.
Não há como garantir arte na hora de vender ingresso.
Já rivalidade…
Escrito por Vitor Birner

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