20 de novembro de 2007

Edinho, Saci e Papai Noel

Um homem experiente. E que faz papel de bobo num dos maiores trotes já divulgados no Estado. Que suja não apenas seu nome, mas o do próprio clube.
Logo após a derrota para o Criciúma, que culminou na já esperada queda à Série C, o presidente tricolor berrou, dizendo ter provas de esquema de arbitragem. Teve aval do presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira, que patrocinou a "denúncia".
Nesta segunda, depois de ter deixado toda torcida coral na expectativa, divulga apenas cópias de e-mails que nada comprovam. Ou melhor: provam que Edinho caiu num dos trotes mais manjados do futebol nacional.
Edinho chegou ao cúmulo de depositar R$ 2.300 numa conta de uma pessoa que ele sequer conhece. Um espertalhão que prometeu acionar um pseudo esquema de manipulação de resultados, utilizando nomes de ex-árbitros de futebol. Bastaram poucos e-mails, mal escritos por sinal, sem citar nomes de envolvidos, para o dirigente pernambucano acreditar.
A "compra" dos juízes seria na partida Ceará x Santa Cruz. Lembram o resultado? Três a zero para os cearenses, naquele jogo que Hugo cometeu dois pênaltis. Pior: o tal aliciador voltou a pedir mais dinheiro, no dia seguinte. Disse que não teve tempo de se comunicar com o trio de arbitragem. E falou que o esquema estaria totalmente arranjado, a partir da rodada seguinte. E que o Santa precisaria pagar R$ 6 mil após todas partidas que pontuasse.
Ele ainda teve a cara-de-pau de dar palpites na escalação, pedindo que que Carlinhos Paraíba e Hugo fossem para o banco. E que o ataque coral seria lento. Também solicitou que os atletas não reclamassem da arbitragem.
Um dos trotes mais infantis que existem e que já pegou diversos bobalhões que aspiram tornar-se dirigentes de futebol. São vários casos em que o esperto pede pequenos valores a vários colaboradores, dizendo que o juiz estaria comprado. Geralmente ocorre numa partida contra clubes pequenos. E como, na maioria das vezes, o grande vence, o esperto fica com o dinheiro e os otários ficam se achando os maiorais, pensando que contribuíram com o clube.
Com a denúncia, Edinho não livra o Santa da Degola. Não consegue paralisar a competição. Joga o nome do Santa no folclore futebolístico e tira o restante de orgulho (pelo menos momentâneo) que a torcida coral demonstra nessa semana pós-queda.

Escrito pelo jornalista Carlyle Paes Barreto.

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