Palestinos e seus partidários fiéis ao redor do mundo recordaram nesse último dia 15 de maio o Dia de Al Nakba, o dia em que Israel se auto-declarou um estado independente, sobre as ruínas de casas palestinas e centenas de cidades que sofreram limpeza étnica há 58 anos.
Muitos escritores, a maioria palestinos, procuraram mais uma vez articular uma posição sólida, explicar uma história que foi intencionalmente confusa, se baseando em tudo o que foi perdido e no pouco que sobrou.
A escritora palestina Ghada Karmi desabafou a sua perda pela 58º vez esse ano: “Apesar de ainda ter sido uma criança, me lembro perfeitamente do pânico e da miséria daquele vôo da nossa casa em Jerusalém naquela manhã de abril de 1948. A Palestina naquele momento já se tornara um campo de batalha enquanto judeus lutavam para tomar nossas terras se baseando no plano da ONU de partilha da Palestina em 1947. Meus pais resolveram se afastar do território temporariamente. “Nós iremos retornar”, ele dizia, “o mundo não deixará que uma injustiça assim aconteça”.
De fato, o Dia de Al Nakba se tornou um profundo evento político. Muito diferente da maioria das nações existentes hoje no mundo, o dia 15 de maio marca uma história de resistência sobre a atual situação na Palestina, e não apenas memórias de acontecimentos passados.
Mas, o dia 15 de maio deve servir para um objetivo mais importante do que reflexões pessoais ou comentários políticos. Para o Dia de Al Nakba atingir os seus méritos merecidos, ele deve ser conhecido e encarado como um dia em que muitos mitos foram destruídos e uma nova realidade cruel nascia.
A partir daquele dia, poucos iriam contrariar o fato de que toda a imigração judaica para a Palestina tinha objetivos pacíficos. Menos ainda iriam dizer que os palestinos estavam exagerando quando afirmavam que a Inglaterra estava preparada para tornar o “lar nacional judaico” uma realidade dentro do território palestino.
O Dia de Al Nakba deve ser comemorado como uma oportunidade para se examinar antigos e novos mitos que acreditamos. Não apenas de 1948 e seu contexto histórico, mas de todos os outros anos a partir dele. Isso, é claro, se alguém quiser ultrapassar as barreiras sobre uma reflexão do passado.
Em conjunto com os mitos de Israel sobre “segurança” – além de centenas de outras histórias que não passam de fábulas –, criados apenas para tomar posse de mais territórios da Palestina, o mito dos Estados Unidos sobre “o salvador que levará liberdade aos mais fracos”, o principal conflito do Oriente Médio está sob risco de se tornar inteiramente uma história mal interpretada e destorcida.
Se o dia 15 de maio tem qualquer valor, essas fábulas e muitas outras devem ser confrontadas sem medo, não apenas para complicar mais a situação, mas para permitir uma representação verdadeira do passado e do presente, e assim preparar para o futuro. Sem a compreensão disso tudo, não poderá existir a “solidariedade Palestina” no seu sentido verdadeiro, não será possível pensar seriamente em “paz” e muito menos em uma justiça que faça sentido. Se isso não for feito, o dia 15 de maio se tornará um dia de derrota, e assim será a mais verdadeira Catástrofe (Al Nakba).
Muitos escritores, a maioria palestinos, procuraram mais uma vez articular uma posição sólida, explicar uma história que foi intencionalmente confusa, se baseando em tudo o que foi perdido e no pouco que sobrou.
A escritora palestina Ghada Karmi desabafou a sua perda pela 58º vez esse ano: “Apesar de ainda ter sido uma criança, me lembro perfeitamente do pânico e da miséria daquele vôo da nossa casa em Jerusalém naquela manhã de abril de 1948. A Palestina naquele momento já se tornara um campo de batalha enquanto judeus lutavam para tomar nossas terras se baseando no plano da ONU de partilha da Palestina em 1947. Meus pais resolveram se afastar do território temporariamente. “Nós iremos retornar”, ele dizia, “o mundo não deixará que uma injustiça assim aconteça”.
De fato, o Dia de Al Nakba se tornou um profundo evento político. Muito diferente da maioria das nações existentes hoje no mundo, o dia 15 de maio marca uma história de resistência sobre a atual situação na Palestina, e não apenas memórias de acontecimentos passados.
Mas, o dia 15 de maio deve servir para um objetivo mais importante do que reflexões pessoais ou comentários políticos. Para o Dia de Al Nakba atingir os seus méritos merecidos, ele deve ser conhecido e encarado como um dia em que muitos mitos foram destruídos e uma nova realidade cruel nascia.
A partir daquele dia, poucos iriam contrariar o fato de que toda a imigração judaica para a Palestina tinha objetivos pacíficos. Menos ainda iriam dizer que os palestinos estavam exagerando quando afirmavam que a Inglaterra estava preparada para tornar o “lar nacional judaico” uma realidade dentro do território palestino.
O Dia de Al Nakba deve ser comemorado como uma oportunidade para se examinar antigos e novos mitos que acreditamos. Não apenas de 1948 e seu contexto histórico, mas de todos os outros anos a partir dele. Isso, é claro, se alguém quiser ultrapassar as barreiras sobre uma reflexão do passado.
Em conjunto com os mitos de Israel sobre “segurança” – além de centenas de outras histórias que não passam de fábulas –, criados apenas para tomar posse de mais territórios da Palestina, o mito dos Estados Unidos sobre “o salvador que levará liberdade aos mais fracos”, o principal conflito do Oriente Médio está sob risco de se tornar inteiramente uma história mal interpretada e destorcida.
Se o dia 15 de maio tem qualquer valor, essas fábulas e muitas outras devem ser confrontadas sem medo, não apenas para complicar mais a situação, mas para permitir uma representação verdadeira do passado e do presente, e assim preparar para o futuro. Sem a compreensão disso tudo, não poderá existir a “solidariedade Palestina” no seu sentido verdadeiro, não será possível pensar seriamente em “paz” e muito menos em uma justiça que faça sentido. Se isso não for feito, o dia 15 de maio se tornará um dia de derrota, e assim será a mais verdadeira Catástrofe (Al Nakba).
Fonte: Oriente Médio Vivo
"A paz não pode ser alcançada, pois as pessoas não esquecem de onde vieram. Falar de paz agora não faz sentido com gente que não te respeita gente que á sessenta anos lhes roubou suas terras."
Thair Nakhla - Refugiado palestino
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