21 de maio de 2008

Lei para torcidas é contestada em audiência

O projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP) (foto), visando a imposição de regras para as torcidas organizadas no Estado de São Paulo, foi contestado pelos principais órgãos competentes que atuam nos jogos de futebol. Uma audiência pública realizada nesta terça-feira reuniu representantes dos clubes e das organizadas, além da Federação Paulista de Futebol e da Polícia Militar.

PM e FPF, representados pelo coronel Carlos Botelho e pelo coronel Marcos Marinho, respectivamente, consideram inviáveis os principais pontos discutidos no projeto de lei: a criação de um acesso específico e a delimitação das arquibancadas atrás dos gols para as torcidas organizadas, bem como a exigência de cadeiras numeradas e aplicação de multa ao torcedor que não estiver na sua cadeira.


- Na prática, não dá para controlar a obediência dos lugares numerados. No Morumbi, por exemplo, temos setores para 10 mil pessoas. É humanamente impossível fazer o torcedor sentar no lugar certo – constatou o coronel Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da FPF.

Para Marinho, os clubes e a federação precisariam de no mínimo cinco anos para tentarem adequar os estádios às exigências do projeto de lei. Principalmente para conseguirem separar o acesso das organizadas do acesso destinado ao restante do público, fato também ressaltado pelo coronel Botelho, comandante do 2º Batalhão de Choque da PM.


- Não seria viável nem prudente colocar torcidas organizadas entrando pelo mesmo acesso do torcedor comum. Haverá confrontos e podemos ter fatalidades. Esse projeto d elei esbarra em uma realidade estrutural dos estádios paulistas – justificou Botelho.


Nem o Morumbi, maior e mais utilizado estádio de São Paulo, tem condições de atender todas as exigências do projeto de Capez. O gerente financeiro Osmar Parra, que representou o Tricolor na audiência, admitiu que há falhas estruturais na casa do São Paulo.


- Para um público acima de 35 mil pessoas no Morumbi, é impossível separar o torcedor organizado do comum. Em jogos que superam esse público, temos que juntar os dois públicos – afirmou o representante são-paulino.

Fonte: LANCEPRESS

Mais uma lei ridícula e inviável criada por um parlamentar medíocre! O problema da violência das torcidas organizadas é algo bem mais complexo, que decorre de diversos fatores sociais e que, portanto, não será possível resolver com uma simples canetada. O buraco é bem mais embaixo...

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