Após quase um mês de histeria midiática no país, a seleção brasileira de futebol foi eliminada nas quartas de finais da Copa do Mundo da África do Sul pela equipe da Holanda, perdendo o jogo por 2 a 1. Mesmo que a escrete de Dunga tivesse passado para outra fase, toda a ilusão em torno da Copa e seu significado para os trabalhadores obriga-nos a fazer uma necessária reflexão de classe: o futebol profissional há muito superou a categoria de esporte para se converter em um dos principais aparelhos estratégicos-ideológicos do modo de produção capitalista levados a cabo pelos grandes proprietários dos meios de produção.
Globalizado, desde o seu nascedouro – a partir dos clubes nacionais – o futebol brasileiro deságua na CBF até desembocar na Fifa, o esporte-indústria cimentou-se sobre uma estrutura mafiosa, cujos dirigentes remetem livremente a paraísos fiscais (empresas off-shore) grandes quantidades de capital para lavar dinheiro de negociatas, trambicagens, fraudes. A enorme quantidade de capital exportado serve para corromper e controlar sistemas obscuros de apostas clandestinas em todo o mundo (Falta! O mundo secreto da Fifa: subornos, compra de votos e escândalos com ingressos, Andrew Jennings, 2006).
Dentro desta perspectiiva, o mundo do futebol encerra em si mesmo um paradoxo: sendo uma “indústria” altamente rentável, globalizada, supranacional, inculca fortes sentimentos localistas, regionalistas e nacionalistas. Por isso, o clima “patrioteiro”, tão exacerbadamente difundido pela mídia burguesa na época das copas do mundo, não poderia ser outra coisa senão uma artificialidade, cuja essência não tem qualquer correspondência com os verdadeiros sentimentos nacionalistas de cunho progressivo. A caricatura de “nacionalismo” incentivada pela mídia e as grandes empresas transnacionais (!) serve apenas para euforizar e estupidificar as massas para que consumam produtos anunciados antes e durante a copa.
MERCENARISMO, CANELADAS, PISÕES, VIOLÊNCIA E BELICOSIDADE NO FUTEBOL COMO EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA BURGUESA
“Patriotismo” e moderno futebol brasileiro são binômios irreconciliáveis. A começar pelo fato de quase todos os jogadores da seleção brasileira atuam fora do país, os quais são considerados no mercado como objetos de troca e venda nas mãos dos patrocinadores e empresários multinacionais, os que, de fato, mandam e desmandam na seleção brasileira e nas demais. Desta forma, jogadores trocam de camiseta a quem melhor lhes pagar cotas de patrocínios, salários, venda de imagem etc. Trata-se do que há de mais extremado no que tange a difusão do mercenarismo dentro do futebol, plenamente em correspondência às necessidades mercadológicas das grandes corporações capitalistas. Só para situar, tropas mercenárias estão sendo utilizadas em grande quantidade na guerra do imperialismo ianque contra o Iraque, Afeganistão e prepara o terreno para invadir nestes moldes o Irã.
A entidade máxima do futebol mundial, a Fifa e suas confederações, passa a desenvolver a filosofia da maximização do lucro a partir da copa de 1950, ou seja, vincular drasticamente o futebol à indústria do esporte. No entanto, foi na década de 80 do século passado que esta orientação se aprofundara através da comercialização milionária de jogadores em todo o mundo, os quais eram cotados inclusive nas bolsas de valores. O Brasil tornou-se um celeiro para o “Velho Mundo”.
Desde então o futebol brasileiro começou a ser europeizado, ou seja, a prática do uso excessivo da força, da correria e da violência em detrimento do futebol arte tão peculiar ao que o Brasil outrora praticava. Neste sentido, na copa da África do Sul o que predominou foi um festival de caneladas, pisões desleais, expulsões e notória falta de criatividade. Atitudes estas marcaram a atuação de Kaká, adepto da bispa Sônia da arqui-reacionária Igreja “Renascer em Cristo” e de “badboy” Felipe Melo que agrediram belicosamente seus adversários. Kaká foi belicoso até mesmo contra quem o criticava fora dos campos. Precisamente falando, foi o futebol pancada de resultados que vingou nesta copa, principalmente advindo do selecionado brasileiro dirigido por Dunga, um ícone do futebol truncado, defensivo e de resultados... péssimos resultados. Deslealdade, individualismo, competição, destruição sem criar nada de novo, estagnação (tediosa retranca armada pela comissão técnica) eis, em poucas palavras, o que representa a ideologia burguesa dentro dos campos de futebol.
O capitalismo tudo destrói de forma impiedosa. O futebol não poderia fugir à regra histórica da luta de classes. A atual lógica do mercado extirpa a alma do futebol, a alegria de jogar, a paixão e o espírito de coletividade. A “Era Dunga” matou soberbamente estas perspectivas grandiosas sob o signo do lucro de clubes e entidades corruptas. Por isso fomos eliminados nas quartas de finais...
Globalizado, desde o seu nascedouro – a partir dos clubes nacionais – o futebol brasileiro deságua na CBF até desembocar na Fifa, o esporte-indústria cimentou-se sobre uma estrutura mafiosa, cujos dirigentes remetem livremente a paraísos fiscais (empresas off-shore) grandes quantidades de capital para lavar dinheiro de negociatas, trambicagens, fraudes. A enorme quantidade de capital exportado serve para corromper e controlar sistemas obscuros de apostas clandestinas em todo o mundo (Falta! O mundo secreto da Fifa: subornos, compra de votos e escândalos com ingressos, Andrew Jennings, 2006).
Dentro desta perspectiiva, o mundo do futebol encerra em si mesmo um paradoxo: sendo uma “indústria” altamente rentável, globalizada, supranacional, inculca fortes sentimentos localistas, regionalistas e nacionalistas. Por isso, o clima “patrioteiro”, tão exacerbadamente difundido pela mídia burguesa na época das copas do mundo, não poderia ser outra coisa senão uma artificialidade, cuja essência não tem qualquer correspondência com os verdadeiros sentimentos nacionalistas de cunho progressivo. A caricatura de “nacionalismo” incentivada pela mídia e as grandes empresas transnacionais (!) serve apenas para euforizar e estupidificar as massas para que consumam produtos anunciados antes e durante a copa.
MERCENARISMO, CANELADAS, PISÕES, VIOLÊNCIA E BELICOSIDADE NO FUTEBOL COMO EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA BURGUESA
“Patriotismo” e moderno futebol brasileiro são binômios irreconciliáveis. A começar pelo fato de quase todos os jogadores da seleção brasileira atuam fora do país, os quais são considerados no mercado como objetos de troca e venda nas mãos dos patrocinadores e empresários multinacionais, os que, de fato, mandam e desmandam na seleção brasileira e nas demais. Desta forma, jogadores trocam de camiseta a quem melhor lhes pagar cotas de patrocínios, salários, venda de imagem etc. Trata-se do que há de mais extremado no que tange a difusão do mercenarismo dentro do futebol, plenamente em correspondência às necessidades mercadológicas das grandes corporações capitalistas. Só para situar, tropas mercenárias estão sendo utilizadas em grande quantidade na guerra do imperialismo ianque contra o Iraque, Afeganistão e prepara o terreno para invadir nestes moldes o Irã.
A entidade máxima do futebol mundial, a Fifa e suas confederações, passa a desenvolver a filosofia da maximização do lucro a partir da copa de 1950, ou seja, vincular drasticamente o futebol à indústria do esporte. No entanto, foi na década de 80 do século passado que esta orientação se aprofundara através da comercialização milionária de jogadores em todo o mundo, os quais eram cotados inclusive nas bolsas de valores. O Brasil tornou-se um celeiro para o “Velho Mundo”.
Desde então o futebol brasileiro começou a ser europeizado, ou seja, a prática do uso excessivo da força, da correria e da violência em detrimento do futebol arte tão peculiar ao que o Brasil outrora praticava. Neste sentido, na copa da África do Sul o que predominou foi um festival de caneladas, pisões desleais, expulsões e notória falta de criatividade. Atitudes estas marcaram a atuação de Kaká, adepto da bispa Sônia da arqui-reacionária Igreja “Renascer em Cristo” e de “badboy” Felipe Melo que agrediram belicosamente seus adversários. Kaká foi belicoso até mesmo contra quem o criticava fora dos campos. Precisamente falando, foi o futebol pancada de resultados que vingou nesta copa, principalmente advindo do selecionado brasileiro dirigido por Dunga, um ícone do futebol truncado, defensivo e de resultados... péssimos resultados. Deslealdade, individualismo, competição, destruição sem criar nada de novo, estagnação (tediosa retranca armada pela comissão técnica) eis, em poucas palavras, o que representa a ideologia burguesa dentro dos campos de futebol.
O capitalismo tudo destrói de forma impiedosa. O futebol não poderia fugir à regra histórica da luta de classes. A atual lógica do mercado extirpa a alma do futebol, a alegria de jogar, a paixão e o espírito de coletividade. A “Era Dunga” matou soberbamente estas perspectivas grandiosas sob o signo do lucro de clubes e entidades corruptas. Por isso fomos eliminados nas quartas de finais...
Fonte: Liga Bolchevique Internacionalista.
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