16 de junho de 2009

Acusação de racismo na partida entre Goiás e Corinthians gera polêmica

Neste domingo, após o término do jogo entre Goiás e Corinthians, o volante Elias, do Timão, acusou o atacante Felipe (foto), do alviverde goiano, de ofensa racista durante a partida.

Segundo Elias, Felipe teria lhe chamado de "neguinho". O atacante goiano se esquivou das acusações e disse jamais ter entrado em campo com o objetivo de ofender ninguém. Elias ainda afirmou que o árbitro do jogo, Wagner Tardelli, ouviu o que foi dito, chegando a pedir desculpas para o corintiano. Por sua vez, Tardelli rebate, explicando que não ouviu Felipe falar nada para Elias.

Episódios de suposto racismo não são novos no mundo do futebol. Mas, de alguns anos pra cá, há registro de casos isolados que repercutiram muito, tanto no Brasil como em outros países.

No final dos anos 90, era comum ouvir as reclamações do colombiano Rincón, na época jogador do Corinthians, acusando o então atacante palmeirense Paulo Nunes de utilizar termos racistas contra os jogadores negros do Timão.

Em 2005, na Taça Libertadores da América, um fato virou caso de polícia e correu o mundo. Durante a partida entre São Paulo e Quilmes (Argentina), no Morumbi, o atacante da equipe brasileira, Grafite (atualmente no Wolfsburg, da Alemanha), afirmou ter ouvido do zagueiro Desábato algo como "negro de mierda". Assim que o jogo terminou, o jogador do Quilmes teve sua prisão decretada, foi algemado ainda no estádio e passou várias horas daquela noite em uma delegacia paulista.

Na Europa, os casos registrados de racismo ocorrem não apenas com insultos aos negros, mas também com manifestos de preconceito aos judeus, por exemplo. Ficou marcado para a história, só que negativamente, um jogo amistoso entre as seleções da Espanha e Inglaterra. A partida foi realizada em Madrid, no mês de novembro de 2004. Na ocasião, cada vez que os jogadores negros da seleção inglesa, como Campbell, Ferdinand e Wright Phillips, tocavam na bola, a torcida espanhola imitava sons fazendo alusão a um macaco. A Espanha, aliás, é um dos países onde ocorreram os casos de preconceito mais famosos, envolvendo atletas negros como o goleiro do Espanyol, Kameni e o atacante camaronês do Barcelona, Samuel Eto'o.

Eto'o se transformou em símbolo na luta contra o preconceito e costuma lembrar que o problema é mais comentado quando envolve alguém famoso, mas faz parte do cotidiano da sociedade. "Se a mim, que sou rico e famoso, me humilham, imaginem o que pode acontecer com um negro que anda pelas ruas?", disse certa vez o atacante do Barcelona.

Fonte: O Pantaneiro

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