28 de maio de 2010

Criticado, Ricardo Teixeira não responde a perguntas sobre problemas na organização brasileira para Mundial

Uma série de elogios recebida e uma crítica que serviu para findar o debate. Esse foi o panorama na sessão da Comissão de Turismo e Desporto na Câmara dos Deputados, em Brasília, na última quarta-feira, que contou com a presença de Ricardo Teixeira.

O presidente da CBF causou mal-estar durante o tempo em que discursou. Citou indiretamente Silvio Torres (PSDB-SP), mas encerrou sua participação sem direito de resposta ao político, autor de uma carta enviada à Fifa na qual questionou a entidade sobre o risco de o Brasil perder a sede da Copa do Mundo de 2014 por problemas de organização.

“É um desserviço levar diariamente para o exterior declarações dizendo que o país não tem condições de sediar a Copa. Esse questionamento foi motivo de chacota no Comitê Executivo da Fifa. Se você procurar os membros da entidade, todos vão dizer que é um absurdo pensar na possibilidade de o Brasil perder a sede da Copa”, apontou Teixeira.

Torres é presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara (CFFC) e também foi relator da CPI da CBF/Nike em 2001, que investigou o futebol brasileiro e os cartolas. Seu relatório propôs 33 indiciamentos de pessoas ligadas a clubes, federações e à CBF, inclusive Teixeira.

O parlamentar classificou como desrespeitosa a atitude e não poupou críticas ao mandatário da entidade que rege a modalidade no país. “Ele poderia ter usado esse tempo para responder perguntas que a sociedade quer saber. Comanda o Comitê da Copa, então deveria despreocupar a população. Todos querem saber sobre aeroportos, estádios. Mas se esquivou”, afirmou Torres.

“Ele criticou o fato de eu ter enviado o requerimento, mas provavelmente só veio por isso. A estimativa de dinheiro público para a Copa é de R$ 100 bilhões, e ele acha que a CBF é uma entidade privada e não tem nada a ver com isso. Como se o Mundial se viabilizasse só pela vontade dele”, acrescentou.

A presidente da comissão, Raquel Teixeira (PSDB-GO), tentou encerrar o encontro, mas foi interrompida por Torres que insistiu para falar. “Quero falar. O senhor não pode sair. O senhor vai ter que responder as perguntas”, disse Torres para Teixeira. “Não vou responder. Não sou seu empregado. Saio, sim, senhor”, devolveu o presidente da CBF.

O deputado tucano se levantou da cadeira e elevou o tom de voz: “O senhor não está acostumado a ouvir crítica, mas aqui você vai ouvir.” A reunião foi encerrada com o episódio e sem mais explicações.


Fonte: Universidade do Futebol.

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