18 de dezembro de 2008

Resistência Coral presente em ato contra o assassinato do torcedor são-paulino

Do ato

Por KADJ OMAN

Treze.

O número de pessoas que compareceu ao ato de domingo contra a morte do torcedor são-paulino pela polícia em Brasília.

Menos do que os que estavam na fila para o Museu do Futebol, no último dia da exposição sobre as "marcas do Rei".

Menos do que o número de blogs que retransmitiram o chamado pra ação, que até notícia na "Folha Online" virou.

Menos até do que o próprio número de jogadores do Autônomos FC que compareceu ao habitual jogo do time aos sábados.

Desanimador, um fracasso, prova de que o futebol não tem a ver com política, diriam alguns.

Não para nós.

Poucos, mas loucos.

Que armaram a quadra, esperando a polícia aparecer para o jogo.

Que distribuíram panfletos sobre o que se passava para os que apareceram pra conferir aquela agitação estranha.

Que decretaram o W.O. da polícia depois de esperar mais de uma hora.

E que disputaram uma partida ali mesmo, todos contra todos, sem muitas regras, como é o futebol de rua.

Três corinthianos, três andreenses, dois juventinos, um santista, um flamenguista, dois portugueses e um torcedor do Ferroviário-CE, membro da Resistência Coral.

Escalados como um time, um único time, autônomo e reivindicativo de uma liberdade cada vez mais tomada.

Pouca gente? Um retrato do Brasil? Fosse a Argentina estariam milhares de hinchas pelas ruas?

Talvez.

Mas, se não se pode superestimar o que foi na verdade uma confraternização de amigos, também não se pode tirar mérito desses 13 primeiros que saíram de suas casas em um domingo frio e com cara de chuva pra firmar presença em algo que julgam essencial para o futebol e a sociedade.

Porque não se pode tirar leite de pedra, também.

Esperar milhares com três dias de agitação apenas e após o término das atividades futebolísticas oficiais seria um deslumbre.

Desvalorizar os 13 que compareceram, um desdém.

O que podemos, e devemos, é tomar na medida certa este 14/12, como um ponto de partida para construir algo maior.

Porque já se disse que não começou em Seattle.

E não vai terminar em Atenas.

Política não tem nada a ver com o futebol?

Há controvérsias:

Torcida do Bayern München no jogo contra o Lyon pela UEFA Champions League em 10 de dezembro último.

Fonte: Blog do Juca Kfouri

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