Declan Hill (foto), jornalista canadense radicado na Inglaterra, lançou o livro “The Fix: Soccer and Organized Crime”, no qual faz revelações sobre casos de manipulação em jogos de copas do mundo, olimpíadas e mundiais femininos. A publicação chegou às livrarias de sete países nesta semana.
Entre os casos de falcatrua em torneios de futebol estaria o jogo da seleção brasileira contra a Gana, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2006, disputada em Dortmund, na Alemanha, no dia 27 de junho.
Além desse confronto do qual participaram os jogadores brasileiros, o livro também fala de episódios de manipulação em resultados de partidas do campeonato brasileiro e das ligas portuguesa, alemã e italiana.
Para a composição da obra, Hill acompanhou, durante muito tempo, casos de partidas arranjadas em locais como a China, Cingapura e Malásia. Dessa forma, ele chegou ao grande nome da manipulação de jogos, cuja identidade não é revelada no livro. Na publicação, ele é chamado de Lee Chin.
“Durante a Copa do mundo, recebi quatro telefonemas de Chin informando os resultados das partidas em que ele havia apostado. Todos os jogos terminaram como ele havia afirmado. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo”, disse o autor do livro.
Os outros confrontos da Copa de 2006 que teriam sofrido manipulação, além do entre Brasil e Gana, foram o que a Itália ganhou de Gana por 2 x 0, pela primeira fase do torneio, o que a Inglaterra venceu por 1 x 0 a seleção equatoriana, pelas oitavas-de-final, e o que a Itália ganhou da Ucrânia por 3 x 0, pelas quartas-de-final.
“Uma das maneiras de evitar suspeitas e convencer os jogadores é negociar resultados de jogos em que a derrota já é esperada”, contou Hill.
A partida da seleção brasileira em que há suspeita de manipulação foi o confronto em que o atacante Ronaldo marcou uma vez e tornou-se o maior artilheiro da história de copas do mundo, com 15 gols, superando o alemão Gerd Müller.
Além de casos históricos de fraude relacionadas a resultados de jogos de futebol e de outras modalidades como o hóquei sobre o gelo, o remo e o críquete, o livro também mostra didaticamente as técnicas utilizadas pelos atletas para evitar suspeitas.
A publicação é fruto de quatro anos de trabalho e mais de 200 entrevistas realizadas com pessoas ao redor do planeta. Não há previsão para o lançamento do “Fix: Soccer and Organized Crime” no Brasil.
Fonte: Cidade do Futebol
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