2 de julho de 2007

Cotidiano de violência nas periferias do Rio se intensificará com o Pan


No dia 13 de julho, tem início os Jogos Panamericanos 2007, no Rio de Janeiro. Um grande show midiático vem sendo armado, desde o ano passado, em torno da realização do evento, com direito a eleição do nome do mascote dos Jogos e muitos minutos diários nos telejornais mais vistos do Brasil.

Mas, ao contrário do que se quer promover, os Jogos Panamericanos não têm trazido só festa e esporte para a cidade. Os problemas que envolvem a realização do Pan são inúmeros e estão menos ligados ao atraso das obras do que à vida cotidiana dos moradores e moradoras de favelas e comunidades pobres da cidade.

A segurança tem sido o assunto mais importante, não apenas para os organizadores do evento, mas principalmente para aqueles que tem sofrido com os investimentos bilionários: os moradores/as de favelas. Desde o início do ano, as operações da Polícia Militar tem se intensificado, com o auxílio ainda da Força Nacional de Segurança, que veio especialmente para o Panamericano. Um exemplo - não o único, mas o que mais tem ocupado os noticiários - é o caso do Complexo do Alemão (veja mais I e II III), onde as aulas das escolas da região foram paralisadas e mais de 20 pessoas já morreram. Mas ao contrário do que a mídia corporativa propaga, o cerco ao local não intimida o tráfico, e "sem prisões ou apreensões de armas ou drogas, o que se conseguiu até agora foi vitimar moradores, atingidos pelas chamadas 'balas perdidas'".

Como se a situação já não fosse trágica o suficiente, durante os Jogos, o Rio de Janeiro estará sob Estado de exceção. Isso significa que nenhuma manifestação pública poderá ser feita sem o aval da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). Além disso, agentes secretos de diversos países (incluindo a CIA, dos Estados Unidos) estarão auxiliando nesta tarefa. A própria Abin afirmou que organizadores "profissionais" de manifestações podem ser monitorados durante o tempo todo.
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