Um jovem artista chinês imortalizou os rostos de operários migrantes que construíram os estádios e as estradas para a Olimpíada. Quando o serviço acabou, momentos antes de começar a grande festa, eles foram expulsos de Pequim.
Wen Fang, de 32 anos, formado na escola Louis Lumière de Paris, criou uma obra com dezenas de tijolos verticais, simbolizando a morte deles. Os tijolos, estampam o rosto dos operários, conhecidos como “mingong” (literalmente camponês - operário) da capital chinesa.
A semelhança com o exército de terra cota do imperador Qin Shi Huang, que no III século antes de Cristo, foi enterrado em seu mausoléu de Xi’An com milhares de estatuas, de tamanho original, representando seus guerreiros.
Há duas décadas, estes mingongs são a “ferramenta carnal” do milagre econômico chinês, assim como foram os soldados do imperador Qin, verdadeiros operários da criação do império chinês que durou dois mil anos, e continua até hoje sob outro formato.
Desconhecidos, desprezados, muitas vezes nem sequer pagos ou explorados, estes 150 a 200 milhões de homens e mulheres vindos do interior da China merecem com certeza esta homenagem.
A obra está exposta em um pequeno espaço da galeria de arte “Paris-Beijing”.
Fonte: Blog do Birner
Os preparativos das Olimpíadas teriam atraído não só chineses do interior, mas também pessoas de outros países para trabalhar nas obras de infra-estrutura e outras relacionadas ao evento. A estas pessoas se destina o trabalho mais duro, perigoso e também o de remuneração mais baixa, devido a sua falta de qualificação. Os operários foram expulsos da obra sem receber. Segundo relatos dos próprios operários, ninguém tinha dinheiro para viajar. Não tiveram nem o direito de ficar nem na calçada da cidade olímpica que ajudaram a construir. Os trabalhadores corriam o risco de morte ou lesão simplesmente por reclamar seu direito ao pagamento pontual e a um salário justo completo.
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