Em 18 de novembro de 2006 morreu uma das maiores lendas do futebol mundial, Ferenc Puskas (foto á direita), líder da seleção húngara que disputou a Copa do Mundo de 54, uma das mais bem sucedidas equipes de futebol que o mundo já viu.
Existe no Brasil uma lenda ignóbil de que o futebol é um instrumento de alienação do povo. Mais ignóbil porque a lenda é vinculada equivocadamente ao pensamento da esquerda. Ela é, obviamente, oriunda de um certo pensamento de esquerda, não da esquerda em geral. Ela faz parte deste repertório reacionário de uma esquerda que, servindo de cobertura para o pensamento cultivado pela direita, abomina tudo o que possa ser visto como cultura e como progresso, exceto a sua própria cultura sectária. Isso quando não são inimigos diretos da própria idéia de progresso. São eles os inimigos da máquina, dos meios de comunicação de massa, da cultura de massas, da interferência da indústria na cultura e muitas outras coisas. Tudo isso é confundido com o capitalismo. O capitalismo tornou-se, aos seus olhos, a alma do progresso da humanidade porque domina e, por isso, destrói, subverte, perverte e cria obstáculos extraordinários ao progresso humano.
O futebol é, e isso particularmente no Brasil, um elemento fundamental da cultura popular. Mais que isso, nascido, como todos os esportes, como um divertimento da elite, tornou-se o esporte da classe operária por excelência. Hoje ainda se fala, no Brasil, de determinados clubes de futebol, como sendo da elite nacional, sendo um caso notório o fluminense criado há 100 anos atrás pela burguesia e pela oligarquia rural do estado do Rio de Janeiro. Isso é, obviamente, coisa do passado. Os clubes de futebol, todos eles, independentemente da sua origem são hoje fenômenos de massa, embora sejam todos, está claro, administrados da pior maneira possível pela burguesia.
A grandes potências do futebol são, também, as grandes potências da luta operária, tanto os europeus como os latino-americanos: Alemanha, Inglaterra, Itália, França, Espanha, Brasil, Argentina, Uruguai. O futebol foi adotado, alimentado e cresceu sob a sombra gigantesca da classe operária mundial. É o esporte das grandes emoções de massas, cujas torcidas de dezenas de milhares de pessoas em grandes estádios lembram as grandes manifestações sindicais e políticas da classe operária. É o esporte que combina a ação coletiva e o talento individual, a organização e a criatividade. É o perfil da classe operária.
Não é de estranhar a relação entre a política e a classe operária. Mussolini fez o impossível para que a Itália fosse bi-campeã mundial, consciente do enorme interesse da classe operária pelo futebol. Goebbels, o propagandista do nazismo, declarou certa vez que “melhor que ocupar um país é ganhar um jogo de futebol”. No Brasil, a Copa de 50 foi envolvida pela crise política das eleições no mesmo ano e acabou sendo perdida para o Brasil por isso.
Nada ilustra melhor esta relação do que a trajetória fulgurante da seleção húngara sob o comando do lendário Puskas.
A fermentação cultural é, ao mesmo tempo, a manifestação das profundas contradições sociais e uma preparação para a ação política aberta. Esta é a lição de toda a cultura humana. Isso contribui para esclarecer o significado lendário da seleção de Puskas.
O selecionado húngaro de 1954 é uma das milhares de manifestações culturais que fizeram parte da fermentação que precedeu a grande Revolução Húngara de 1956. Este fato demonstra que a revolução proletária não é apenas um ato político isolado da vida social e cultural, mas o momento culminante de uma grande onda de crescimento da consciência, da energia, da vivacidade e da criatividade geral da sociedade.
O talento do legendário herói do futebol húngaro é, nesse sentido, como tudo o mais na vida social, a manifestação na psicologia individual da energia criativa das massas, ou seja, da humanidade. A morte de Puskas ocorreu exatamente 50 anos depois da revolução proletária húngara que foi a primeira manifestação em grande escala da revolução proletária contra a burocracia stalinista.
Aqui fica a nossa homenagem ao grande artista do futebol.
O futebol é, e isso particularmente no Brasil, um elemento fundamental da cultura popular. Mais que isso, nascido, como todos os esportes, como um divertimento da elite, tornou-se o esporte da classe operária por excelência. Hoje ainda se fala, no Brasil, de determinados clubes de futebol, como sendo da elite nacional, sendo um caso notório o fluminense criado há 100 anos atrás pela burguesia e pela oligarquia rural do estado do Rio de Janeiro. Isso é, obviamente, coisa do passado. Os clubes de futebol, todos eles, independentemente da sua origem são hoje fenômenos de massa, embora sejam todos, está claro, administrados da pior maneira possível pela burguesia.
A grandes potências do futebol são, também, as grandes potências da luta operária, tanto os europeus como os latino-americanos: Alemanha, Inglaterra, Itália, França, Espanha, Brasil, Argentina, Uruguai. O futebol foi adotado, alimentado e cresceu sob a sombra gigantesca da classe operária mundial. É o esporte das grandes emoções de massas, cujas torcidas de dezenas de milhares de pessoas em grandes estádios lembram as grandes manifestações sindicais e políticas da classe operária. É o esporte que combina a ação coletiva e o talento individual, a organização e a criatividade. É o perfil da classe operária.
Não é de estranhar a relação entre a política e a classe operária. Mussolini fez o impossível para que a Itália fosse bi-campeã mundial, consciente do enorme interesse da classe operária pelo futebol. Goebbels, o propagandista do nazismo, declarou certa vez que “melhor que ocupar um país é ganhar um jogo de futebol”. No Brasil, a Copa de 50 foi envolvida pela crise política das eleições no mesmo ano e acabou sendo perdida para o Brasil por isso.
Nada ilustra melhor esta relação do que a trajetória fulgurante da seleção húngara sob o comando do lendário Puskas.
A fermentação cultural é, ao mesmo tempo, a manifestação das profundas contradições sociais e uma preparação para a ação política aberta. Esta é a lição de toda a cultura humana. Isso contribui para esclarecer o significado lendário da seleção de Puskas.
O selecionado húngaro de 1954 é uma das milhares de manifestações culturais que fizeram parte da fermentação que precedeu a grande Revolução Húngara de 1956. Este fato demonstra que a revolução proletária não é apenas um ato político isolado da vida social e cultural, mas o momento culminante de uma grande onda de crescimento da consciência, da energia, da vivacidade e da criatividade geral da sociedade.
O talento do legendário herói do futebol húngaro é, nesse sentido, como tudo o mais na vida social, a manifestação na psicologia individual da energia criativa das massas, ou seja, da humanidade. A morte de Puskas ocorreu exatamente 50 anos depois da revolução proletária húngara que foi a primeira manifestação em grande escala da revolução proletária contra a burocracia stalinista.
Aqui fica a nossa homenagem ao grande artista do futebol.
Seleção Hungara de 1954
Autor: Rui Costa Pimenta
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