Emerson Linhares
Editor geral
O Brasil é uma “pátria de chuteiras”, como dizia Nelson Rodrigues. Motivo de orgulho, glórias, alegrias e tristezas, o futebol nacional é reverenciado aqui e alhures.
E é embarcando em uma viagem histórica que o catarinense Ernani Buchmann presenteia os amantes do futebol com o livro “Quando o Futebol Andava de Trem - Memória dos times ferroviários brasileiros”.
Diz Buchmann no primeiro capítulo do livro que “os que conhecem a história da introdução do futebol no país poderão dizer que tudo se deve a Charles Müller, o filho de ingleses que trouxe uma bola embaixo do braço ao retornar de seus estudos na Inglaterra. Mas, a verdadeira história não é bem essa. O leitor vai tomar conhecimento que a Charles Müller cabe, sim, o mérito de ter promovido o primeiro jogo de futebol no Brasil, em 1895. Mas antes dele o futebol já era praticado às margens das ferrovias brasileiras, graças a dois ferroviários escoceses”. (...)
Segundo o jornalista esportivo e advogado Airton Cordeiro, em seu texto “Para revolver paixões”, inserido na obra, “este livro de Ernani Buchmann relata um pedaço significativo da história dos clubes ferroviários do Brasil. Vai além do campo de futebol. Faz registros históricos da construção de ferrovias em território nacional e seus vínculos com o futebol”. (...)
“Quando futebol andava de trem - Memória dos times ferroviários brasileiros”, já exagerando, é uma bíblia para aqueles que respeitam essa verdadeira arte, que é o futebol. Mesmo que seja uma arte de fazer sorrir de um lado e sofrer do outro.
CURIOSIDADE
Os clubes ferroviários, depois da sentença de morte às ferrovias, levaram cinco, dez, quinze anos para desaparecer. Agonia lenta, porém inevitável. Sem o apoio financeiro e logístico das estradas de ferro, eles estavam condenados.
(Extraído do prefácio do livro)
O AUTOR
Ernani Buchmann é publicitário em Curitiba (PR). Advogado formado pela UFPR, foi repórter esportivo da rádio Clube Paranaense. Desde os anos 70 vem escrevendo para diversos jornais e revistas paranaenses. Entre 1996 e 1997 foi presidente do Paraná Clube, conquistando os dois campeonatos estaduais disputados. Publicou a seleção de crônicas “Cidades & Chuteiras” (1987) e a novela “Os Heróis da Liberdade” (1999)
Fonte: Jornal O Mossoroense
Ficha técnica
Autor: Ernani Buchmann
Coleção: Coleção Brasil Diferente
Editora: Imprensa Oficial do Paraná
Ano: 2002
Número de páginas: 196
Como não podia deixar de ser, o Ferroviário Atlético Clube - CE, também foi contemplado nesse livro, visto que o Ferrão constitui em um dos mais importante clubes "Ferroviários" da história do futebol brasileiro e o um dos poucos ainda em atividade no país (infelizmente muitos destes times da ferrovia sofreram um processo de decadência e posterior extinção principalmente após a privatização do sistema ferroviário brasileiro iniciada em 1992, no governo de Fernando Collor e consolidada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso). Um livro bastante interessante para aqueles que desejam entender a importância do operariado das estradas de ferro na construção da sociedade e futebol brasileiros.
2 comentários:
Oi! Oi! Oi!
As matérias continuam boas por aki, essa do Ferdnand sobre a fifa (Racismo e xenofobia) eu não sabia msmo!
PArabéns pelo blog e obrigado pelo espaço cedido ao blog cervebolíticos!
Grande abraço Oi!
Valeu, camarada!
Saudações Resistentes!
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