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21 de julho de 2011

Copa 2014: Eu não vou!

Desde que a FIFA deu o anunciou de que o Brasil sediará a Copa 2014, já iniciava ali uma correria para preparar/maquiar o pais para esta grande “festa popular”. Afinal de contas o pais do futebol voltara a sediar os jogos da copa do mundo, receberá as principais seleções do mundo, e com elas todos os amantes do bom e velho futebol.

Em troca o povo brasileiro é quem pagará todo o ônus desta festa. A baixo alguns exemplos que ilustram o que estou falando:


VLT: MPF pede suspensão do processo de desapropriações

Faz parte da lista de irregularidades feita pelo procurador a denúncia de que já estavam sendo apresentadas aos moradores impactados com as obras do VLT planilhas que continham os valores de cada imóvel atingido pelo trecho Parangaba-Mucuripe. Segundo o procurador, esta ação só deveria acontecer depois de toda a obra receber a liberação dos órgãos responsáveis, no caso, a Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace).

Como agravante, segundo contou Sales, algumas pessoas da região já teriam sido chamadas pelo Governo do Estado do Ceará para negociar o pagamento e a saída de sua propriedade. Ele ainda considerou na ação relatos de moradores que acusam representantes do governo de oferecerem - a partir da planilha e da negociação - preços considerados irrisórios pelos imóveis atingidos, "impossibilitando uma justa indenização, o que consequentemente, impedindo a aquisição de outra moradia digna".

De acordo com Sales, um acompanhamento sistemático do procedimento de desapropriação é feito junto às comunidades afetadas de maneira que novas irregularidades na obra sejam detectadas.

Jogos da Copa do Mundo vão sustar leis de gratuidade e meia-entradaA minuta da Lei Geral da Copa, elaborada pelo Ministério dos Esportes e que agora está em análise na Casa Civil, vai sustar as leis de gratuidade e de meia-entrada vigentes no território nacional para os jogos do campeonato. O argumento é que os preços dos ingressos serão definidos pela Fifa, que terá liberdade de "discutir" eventuais descontos com os estados e cidades-sede. As informações são do Congresso em foco.
Detalhe é que o Ministério dos Esportes é comandado por Orlando Silva, que é, justamente, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Tendo por base os preços cobrados na Copa do ano passado na África do Sul, o povo vai mesmo ficar de fora da festa. Lá, os ingressos variaram de R$ 150 a até R$ 1.500. O valor variou de acordo com a localização do estádio e a importância do jogo.

Fonte: Diário do Nordeste e Jornal Extra.

Essas são apenas algumas das tantas outras falcatruas que serão e estão sendo feitas pelos Cartolas brasileiros junto com o governo federal. A Resistência convoca a todos a debater e lutar contra as ações tomadas pela FIFA/Governo Federal.

3 de janeiro de 2011

O futebol é um meio de conscientização das contradições da sociedade


Entrevista Marcos Alvito
"O futebol é um meio de conscientização das contradições da sociedade"
Por Débora Prado
Antropólogo e professor da Universidade Federal Fluminense, Marcos Alvito foi um dos idealizadores da Associação Nacional dos Torcedores (ANT), que luta pela defesa do futebol brasileiro como arte, cultura e um patrimônio popular. A associação teve sua primeira chapa para diretoria eleita no dia 12 de dezembro, cerca de dois meses após a fundação, e deve votar seu estatuto no começo do ano que vem. Já com mais de 2,5 mil associados, entre os objetivos da ANT estão a luta contra a retirada de comunidades de trabalhadores em nome da Copa do Mundo e das Olimpíadas e a exclusão do povo brasileiro dos estádios de futebol. Em entrevista a Caros Amigos, Alvito fala sobre a associação e o potencial pedagógico e transformador que o futebol pode ter se não expropriado somente para fins mercadológicos. Confira:
Caros Amigos - O que é ANT, por que ela foi fundada e o que ela busca?
A ANT é uma entidade autônoma, supra-clubistica, apartidária, porém política – entendida num sentido amplo de uma luta pela cidadania torcedora. Ela é formada por torcedores individualmente, ela não tem nenhuma ligação com as torcidas organizadas, embora a gente considere as organizadas como parte da cultura do futebol e sejamos contra a criminalização destas torcidas. Mas, a ANT é formada por indivíduos que se associam livremente. Ela tem como objetivo principal lutar pela defesa do futebol brasileiro como arte e cultura popular e também como um patrimônio que está sendo expropriado num processo perverso, que está sendo travestido de uma modernização e que na verdade não é modernização, pois se mantém intactas as estruturas arcaicas do futebol brasileiro, permitindo uma livre exploração do futebol por parte do capital.
Esse futebol não é moderno. Você tem uma estrutura feudal do ponto de vista das decisões, com clubes que são aristocráticos, com dirigentes que se perpetuam no poder, com todo tipo de manobras palacianas, intrigas de corte, etc. Estamos em plena Idade Média por um lado e por outro há o capitalismo selvagem, em que se aumenta o ingresso na hora que quiser e bem acima da inflação. Há um aumento abusivo de preço, mas cadê a defesa do consumidor, o ministério público, a defensoria pública? Não tem, porque você não tem ninguém que represente os torcedores. Por isso a gente tem que ter uma associação para representar os interesses dos torcedores. Só que a nossa associação não vê o futebol desligado do movimento social, a gente vê o futebol como cultura popular e um meio de conscientização das contradições que atravessam a sociedade.
Caros Amigos - Como está o calendário da ANT?
A gente vai ter um congresso da ANT em janeiro ou fevereiro para votar o nosso estatuto, para fazermos a primeira grande convenção nacional. E assim que começar o Campeonato Brasileiro, na primeira rodada, a gente vai fazer o “Dia do Pinico”. Como a gente não é bárbaro e achamos que a árvore é um ser vivo, nós vamos levar pinicos para os jogos da primeira rodada do Brasileiro, já que não tem banheiro químico.
A gente quer se organizar durante as férias e depois de votado nosso estatuto a vamos entrar com ações legais. Por exemplo, o futebol se dá nas quatro linhas. O Engenhão tem ainda, desde que foi inaugurado, placas de publicidade que cobrem a linha de fundo toda e isto inclui a linha do gol. Então, você paga 30 reais para sentar atrás da linha do gol e não vê a bola entrar. Se no Engenhão eu só vejo três linhas, ou você muda aquelas placas de lugar ou você interdita o estádio, pelo menos as alas sul e norte, porque o ingresso está sendo vendido para ver um jogo de futebol e se eu não vejo a bola entrar no gol, eu não vejo o grande momento do jogo. Então, ou tira a placa do lugar ou interdita o Engenhão. Vamos pedir a defensoria pública que eles façam alguma coisa contra o aumento abusivo do preço dos ingressos, porque os clubes botam o ingresso no preço que quiserem.
Agora, aquilo que eu pessoalmente vejo como a coisa mais importante que a ANT pode fazer é uma movimentação junto ao Congresso Nacional para votar uma lei que regulamente as escolinhas de futebol. Se você entrar num restaurante, você não vê um garçom com sete anos de idade, mas aos 7, 8,9 e 10 anos há meninos sendo explorados pelos clubes para serem depois vendidos como se fossem mercadorias. Eu acho que isso é a face mais horrenda e perversa do futebol, que é se valer do sonho de milhões de meninos - que é um sonho ao mesmo tempo de fama, de glória, de realização, e também de ascensão social - para descartar num funil gigantesco. É como o Darcy Ribeiro chamava o Brasil de um moinho que mói gente, o futebol, as categorias de base dos grandes clubes, são um moinho de crianças, são uma fábrica de destruição de sonhos. Essas crianças são exploradas, depois elas são totalmente descartadas sem nenhum apoio de serviço social, sem que haja nenhum apoio educacional. É uma máquina absolutamente perversa.
O mínimo que esses clubes tem obrigação de fazer é, se eles querem treinar essas crianças, ter um limite para esse treinamento e tem que ter um processo de profissionalização. Os clubes tem que ter escolas próprias profissionalizando esses garotos. Se um garoto vai treinar no São Paulo, por exemplo, aos sete anos, então o São Paulo vai ter que assinar um compromisso que vai ter uma escola onde haja ensino de língua, de computação, um ensino de primeira qualidade e profissionalizante e ele vai ter que ficar com esse garoto até ele concluir o segundo grau.  A gente que ama o futebol tem a obrigação ética de amar um futebol que no mínimo dê um retorno educacional a esses garotos.
Meu outro sonho é fazer o que existe na Inglaterra, onde o Ministério da Cultura banca um reforço escolar para garotos e garotas de comunidades usando as instalações dos clubes. O Corinthians, vamos dizer, vai montar 10 escolas dessas em toda a periferia, mas monta também uma sala multimídia, de maneira que as crianças das escolas municipais do entorno possam passar algumas semanas ali. Pode ter a revista do Corinthians e isso ser usado para ensinar português, gramática, redação. Isto representa afirmar o vínculo do clube com a comunidade e é usar o futebol como uma arma da educação. Eu, como professor, tenho um sonho de usar o futebol, de fazer uma pedagogia do futebol. Ele tem penetração em todas as classes, é uma língua geral, e isso poderia ser usado de um trilhão de maneiras e hoje ele só é utilizado pelo mercado, só é usado de uma forma feitichizada. Ele poderia ser usado para combater a homofobia, o sexismo, podemos fazer várias parcerias com os movimentos sociais. Aliás, eu quero aproveitar este espaço para prestar uma homenagem ao MC Leonardo, porque foi numa conversa com ele e inspirado na luta da ApaFunk (Associação dos profissionais e amigos do funk), que é a madrinha da ANT, que a gente teve a ideia de fazer a associação. A gente está inspirado por eles.
>> Conheça os sete objetivos da ANT, uma organização sem fins lucrativos para lutar contra:
1.     A exclusão do povo brasileiro dos estádios de futebol, fruto de uma política deliberada de diminuição da capacidade dos estádios, extinção de setores populares dos estádios e aumento abusivo dos ingressos
2.     O desrespeito à cultura torcedora com a extinção de áreas populares como a geral, onde há uma tradição própria de participação no espetáculo que inclui assistir ao jogo de pé (o que acontece na Alemanha)
3.     A falta de transparência no futebol brasileiro, há décadas nas mãos de dirigentes incompetentes e corruptos; exigimos a democratização das decisões acerca do futebol brasileiro com a participação dos torcedores; por exemplo: as sucessivas e milionárias reformas do Maracanã, feitas sem nenhuma consulta aos torcedores
4.     A exploração politiqueira do futebol visando eleger candidatos que aproveitam-se da sua popularidade para conseguirem mandatos contra o povo
5.     O controle das tabelas e horários dos campeonatos na mão da rede de televisão que há décadas detém o lucrativo monopólio das transmissões televisivas de jogos de futebol; horário máximo de 20h para o início das partidas durante a semana e 17h aos domingos
6.     A retirada de comunidades de trabalhadores em nome da Copa do Mundo e das Olimpíadas
7.     A falta de meios de transporte dignos durante os dias de jogos; exigimos esquemas especiais em dias de jogos
Fonte: Caros Amigos

* Saiba mais sobre a ANT pelo twitter @ANTorcedores e pelo site

10 de agosto de 2010

Sócrates, revolucionário da bola, afirma: "Sou e morrerei socialista!"

Sócrates (ao centro) em ato pelas Diretas-Já!, em 1984


Aos dezessete anos de idade Sócrates vivia um dilema: continuar a jogar futebol nas categorias de base do Botafogo de Ribeirão Preto, então time da primeira divisão do futebol paulista, ou dedicar-se exclusivamente a recém iniciada faculdade de medicina.

Com dificuldade conciliou as duas atividades nos primeiros anos de estudo. Quando se tornou profissional passou a receber convites de diversos clubes grandes, mas afirmou só sair do Botafogo depois de formado. Assim, chegou ao Corinthians e ficou c
onhecido como Doutor Sócrates.

Um dos líderes da democracia corinthiana e jogador da seleção brasileira nas copas de 82 e 86, Sócrates é considerado um dos grandes jogadores da história do Brasil.

Homem de respostas curtas e claras, consciência política e posições fortes, o Doutor conversou com o Unificados sobre a democracia corinthiana, socialismo, e claro, a seleção do Dunga.

ENTREVISTA
“Devemos lutar por democracia em qualquer estrutura social”


Unificados: Você sempre fugiu do padrão comum do jogador de futebol, tem consciência política, foi um dos lideres da democracia corinthiana, como isso surgiu?

Sócrates: Sei lá. O diferente não sou eu. O problema é o sistema educacional brasileiro que não dá oportunidade a todos, muito menos aos jogadores de futebol.

Unificados: Você ainda se considera socialista? Como vê o socialismo hoje?

Sócrates: Sou e morrerei assim. O socialismo idealizado não tem hoje nem nunca, só sempre.

Unificados: Acha que um movimento semelhante à democracia corinthiana poderia acontecer em algum clube atualmente?

Sócrates: Eu acho que sim. E também acredito que devemos lutar por democracia em qualquer estrutura social, inclusive no futebol. Particularmente, sempre achei um absurdo viver em um regime de casta, isso vem da origem do meu pai.

Ele nasceu pobre, fodido e não tinha o que comer. Então esse sentimento sempre foi muito claro para mim, por que casta? Por que as pessoas são tratadas de forma diferente? Esse sentimento nasceu comigo e você vai elaborando com o tempo.
Mas isso é uma coisa interiorizada, tentar lutar contra isso depende das oportunidades que você tem na vida. E aconteceu no Corinthians em uma época de crise e só existe revolução em crise. Ou então em guerra.


Unificados: A democracia corinthiana teve algum efeito no comportamento dos jogadores dentro de campo? E como foi a recepção dos jogadores e dirigentes de outros times?
Sócrates: Quem se sente tratado como deve sempre reage positivamente. Foi isso que aconteceu. Todos nós reagimos positivamente, e a reação dos demais pouco importa.

Ali aconteceu uma revolução porque as pessoas queriam fazer revolução, estavam juntas em um momento propício para isso. Se fosse em outro momento talvez não acontecesse nada.

Unificados: Como o movimento acabou? Isso teve a ver com sua ida para a Itália?

Sócrates: Um movimento revolucionário só ocorre na sociedade que o quer. Quando inventamos ou estamos em outra sociedade, esta caminha de acordo com a maioria dos seus integrantes e interesses.

Eu saí, o Casão (Walter Casagrande, hoje comentarista na Globo) saiu, mais gente saiu e contrataram outros 10 caras, com outra cabeça. O momento mudou, acabou porque tinha que acabar.
Eu fui para a Itália por causa das Diretas Já. Fiquei frustrado com o resultado da votação no Congresso. Fui embora.


Unificados: Muito se falou das atitudes do Dunga nessa Copa do Mundo, o que achou do desempenho da seleção?
Sócrates: Compatível com o esperado. Os jogadores estavam quebrados. O Dunga não levou os principais talentos do Brasil, aquela seleção não era a representação do país.

Unificados: E de afirmações do Dunga, que falou que não poderia dizer se a escravidão tinha sido boa ou ruim, e nem a ditadura?

Sócrates: Um pouco de literatura não faz mal a ninguém, muito pelo contrario. Quem não lê e não quer saber como o homem se comportou em outros tempos é um absoluto alienado ou analfabeto.

Unificados: Esse ano temos eleições legislativas, como você vê o cenário político atual no Brasil?

Sócrates: O país está em evolução. Seja lá quem forem os políticos eleitos, que ninguém altere este cenário para pior. Para melhor, por favor!

Dr. Sócrates "Magrão" comemora gol pelo Corinthians


Fonte: Site do Sindicato Quimicos unificados

15 de julho de 2010

Futebol brasileiro à beira do colapso

Mesmo que você seja mais jovem do que eu, certamente já teve a felicidade de assistir exibições de alto gabarito do futebol brasileiro em nossos estádios. Algo que era corriqueiro até o final da década de 1980. E que só resgataremos com a manutenção de nossos melhores jogadores em nosso território e algumas mudanças de comportamento por força de lei ou pressão da mídia.

De lá para cá, estas exibições têm sido raras. Os motivos são diversos. Os mais citados são:

- redução de espaços abertos onde outrora os moleques quase pelados praticavam peladas alimentando enormes celeiros de jovens com alto potencial futebolístico. Estas áreas foram substituídas por escolinhas que em muitos casos inibem a criatividade de alguns promissores adolescentes, obrigando-os a atuarem de forma "burocrática" e previsível.

-elevação do gabarito da preparação física que permite que os defensores rapidamente provoquem trombadas contra os atletas mais técnicos. Sempre é mais fácil destruir do que criar algo elaborado. Fora a brandura das penas
aplicadas.

-árbitros despreparados que não inibem com rigor as jogadas mais violentas. A legislação esportiva oferece muitas brechas para atenuar e perdoar atos violentos dos botinudos. A quantidade de faltas precisa ser reduzida (como no Futsal) para que o jogo possa transcorrer com mais desenvoltura.

-jogadores deslumbrados com a ascensão meteórica se desgastam em noitadas mal dormidas e não rendem o máximo nos dias de jogos onde a exigência de esforço seja maior. Não seguem as normas disciplinares do clube. Total falta de profissionalismo. Os clubes fingem não ver.

-êxodo maciço de nossos melhores jogadores para outros continentes. Nossa desorganização fora das quatro linhas não nos permite montar uma estrutura adequada para concorrer com os poderosos clubes europeus e oferecer condições atrativas para nossos atletas permanecerem aqui. Até a Ásia consegue atrair nossos promissores jovens. Só teremos bons patrocinadores quando a administração for transparente e livre de vaidades. E quando as leis fecharem as brechas que ora existem.

-contratação de jogadores em fim de carreira que os estrangeiros não desejam mais. Estes atletas já realizados financeiramente, retornam por saudade da terra nativa para desfrutar do que melhor temos: mulheres bonitas, praias, sambas, cervejas, recantos bucólicos sem neve e fãs atuantes. Certamente (pois são humanos) não se empenharão da mesma forma que quando estavam no início da carreira. Já não entram nas divididas com o mesmo entusiasmo.

-táticas e estratégias voltadas para a defesa aglomerada em função de regras que não incentivam o ataque constante que fatalmente resulta no que de mais belo e emocionante existe neste esporte: o gol! Jogos terminados em 0 x 0 não deveriam conceder pontos aos dois times! Times que goleiam (mais de três gols de diferença) deveriam ser premiados com ponto extra.

-legislação benevolente com empresários e procuradores que forçam contratações visando apenas seus lucros pessoais. A saúde financeira do clube fica em terceiro plano. Desta forma, os grandes clubes devem até a sede aos cofres públicos. Os clubes menores já não montam mais equipes
capazes de produzir "zebras" que empolgavam nossos campeonatos.

Este conjunto de fatores está afastando os torcedores dos estádios. Aliados a outros de importância semelhante, tais como:

-datas e horários inadequados de jogos. Alguns terminam após 23:55 hs. Fica difícil para quem precisa acordar às 5:00 hs só poder dormir 3 ou 4 horas. Sem contar os regulamentos confusos e ilógicos que às vezes regem os torneios.

-falta de segurança nos estádios e adjacências. Torcidas "organizadas" promovem badernas que espantam famílias. Após 50 metros dos estádios o
torcedor não conta com nenhuma proteção policial para trafegar rumo ao seu lar.

-desconforto dentro e fora dos estádios. Assentos sujos e quebrados. Sinalização e iluminação deficientes. Banheiros sem água, sabão e papel higiênico. Bares com alimentos de origem suspeita. Infiltrações nas coberturas e poucas bilheterias para atender a multidão de compradores de ingressos (mesmo antecipados). Confusão nas ruas próximas e nos estacionamentos irregulares.

-transporte inadequado. Redução dos veículos coletivos após 23:00 hs. Metrô abarrotado e quente. Trajetos equivocados nestes horários.

-custo do espetáculo. Um par de torcedores (em geral pai e filho) consome no mínimo R$ 140,00 (ingresso+transporte+lanche) para assistir a um jogo. O baixo nível salarial de nosso povo não permite esta aventura mais de uma vez por mês. E o padrão dos jogos não motiva a ponto de tanto sacrifício.

-canais fechados para que o clamor público se faça presente. Jamais as sugestões de torcedores (os que pagam) foram coletadas para ajudar na melhora do espetáculo. A mídia pode fazer isto com baixos custos e encaminhar com credibilidade. E cobrar. Todo este pacote de "maldades" contribui para que jogos como Botafogo x Flamengo e Palmeiras x Corinthians tragam menos de 20.000 torcedores para os estádios. Na década de 1980, este número nunca era inferior a 60.000 espectadores.

Como nossa seleção só tem sido formada por atletas que residem fora do país, não temos oportunidade de assistir os melhores em nossos campos, mesmo tendo de superar todos os obstáculos citados acima. Somente assinantes de TV a cabo desfrutam de tais jogos.

Este cenário contribui para uma gradativa redução do entusiasmo dos nossos torcedores. A persistir esta curva descendente, dentro de poucos anos dezenas de profissionais do ramo futebolístico (inclusive jornalistas) perderão espaço para trabalhar.

Esta visão que aqui registramos, deve refletir o sentimento de mais de 90% dos torcedores. Basta efetuar uma rápida (e barata) pesquisa em escala nacional através da mídia para comprovar esta suspeita.

Certamente cada um de nós tem diversas sugestões para minimizar (e eliminar) vários dos problemas que nos incomodam. Apesar de vocês serem especialistas competentes do ramo, com certeza não se furtariam a juntar opiniões de seus seguidores para montar um documento elencando as medidas mais adequadas com tal objetivo. Estas opiniões seriam coletadas por pesquisas simples através de seus canais de comunicação. Sem maiores ônus para gerenciá-las.

Após uma triagem de consenso, o tal documento seria encaminhado a uma comissão (CBF + federações + árbitros + donos de jornais + rádios + TVs + segurança pública + empresas de transporte + câmara legislativa + patrocinadores) para que fosse criada uma cruzada de recuperação da alta qualidade do nosso futebol que sempre nos encantou e que sem dúvida causa inveja e temor aos demais países. Pelas enormes dimensões de nosso território, certamente temos capacidade para montar de três a quatro seleções nacionais superiores a todas as restantes do planeta. E gerar postos de trabalhos e bons lucros.

Algumas medidas poderiam ser convertidas em leis. Outras passariam a fazer parte de uma norma de conduta da CBF. Outras fariam parte de acordos éticos (?) entre os dirigentes sem vaidades (??). Algumas experiências podem ser efetuadas nas categorias sub-17 e feminina com aval da Fifa. Com ajuda dos militantes lúcidos da imprensa, certamente chegaremos a consenso de agrado geral para combater este marasmo que se instalou em nosso esporte preferido e lentamente esfacela nosso entusiasmo.

Dentre as dezenas de questões possíveis a serem coletadas, de imediato (e humildemente) sugerimos a seguinte: a seleção de futebol deve ser convocada seguindo o seguinte critério (podendo mesclar alguns):

a) Apenas jogadores que estejam atuando no Brasil no mínimo por dois anos.
b) Convocar no máximo 25% de "estrangeiros" (a experiência deles lá
fora não deixa de ser útil ao treinador).
c) De forma que a média de idade seja inferior a 25 anos.
d) Que tenham atuado em mais de 80% das partidas da última temporada.
e) Não tenham tido mais de quatro expulsões durante a última temporada.
f) Outra sugestão (descreva em até duas linhas).

Sem mais no momento, despedimo-nos na esperança de que algo de útil possa ser extraído deste resumo e possa auxiliá-los nesta complicada batalha que certamente vai esbarrar em fortes interesses (às vezes escusos) para manter este "caos" dentro de nossas fronteiras. Mas se vocês se unirem e abraçarem esta causa e apoio de ex-atletas que criaram o entusiasmo que ainda nos alimenta, tenham certeza de que o povo os apoiará na pressão que forçará os dirigentes a adotar atitudes saudáveis no sentido de preservar nosso maior patrimônio: o fabuloso futebol brasileiro!

Uma cruzada comandada por jornalistas sérios, competentes e preocupados com o futuro de nosso esporte preferido, com certeza terá sucesso garantido e agradecimento dos fãs do tão decantado "futebol-arte". Além de alargar os horizontes profissionais para diversas categorias.


*Haroldo Pereira Barboza é matemático, analista e poeta, e escreveu o livro "Brinque e Cresça Feliz"

Fonte: Universidade do Futebol.

25 de junho de 2010

Futebolistas revolucionários de 68



As dimensões que atingiu a revolta popular entre maio e junho de 1968 na França realmente foram descomunais, atingindo praticamente todas as frações do proletariado. E o que fizeram os trabalhadores do futebol em 68? Essa imagem ai é o cartaz-comunicado do Comitê de Ação dos Futebolistas, datado de maio-junho de 1968. No início do cartaz está escrito:

"Nós, jogadores de futebol de vários clubes da região de Paris, decidimos ocupar hoje o prédio principal da Liga Francesa de Futebol, da mesma maneira que os trabalhadores e estudantes estão ocupando suas fábricas e faculdades. Por que? Para restaurar à 600,000 jogadores franceses de futebol e os milhões de seus amigos o direito de desfrutar o futebol como deve ser: o futebol que foi tirado deles pelas autoridades da Liga para servir aos seus interesses lucrativos! ... "

Para mais informações sobre história social consultar:
Instituto Internacional de História Social (Amsterdã, Holanda)

27 de janeiro de 2010

Por auxílio à arbitragem, Fifa admite utilizar câmeras na linha de gol

A utilização de aparatos tecnológicos para auxílio da arbitragem geralmente é tratada com aversão pela Fifa. Mas desta vez o presidente da entidade, Joseph Blatter, demonstrou uma opinião contrária e afirmou poder câmeras próximas às linhas do gol para esclarecimento de dúvidas em lances desse tipo.

Não sou totalmente oposto, mas somente quando uma tecnologia que permita verificar se a bola passou da linha do gol estiver pronta para ser experimentada”, afirmou o dirigente, em entrevista ao jornal suíço "Sonntagsblick".

No mês de março, a entidade que rege o futebol organizará uma reunião para discutir a possibilidade de se colocar um microchip na bola e a utilização de câmeras dentro dos gols.

Tais procedimentos, entretanto, garante Blatter, não serão acrescidos durante a realização da Copa do Mundo que será realizada em junho, na África do Sul.

Fonte: Soccerex Business

Comunicação eletrônica e imagens de vídeo são os principais recursos para auxiliar os árbitros no futuro. Dando assim uma transparência maior e uma (quem sabe) freada nas mancadas feitas em campo, onde os árbitros não enxergam. Esses recursos tecnológicos já existem e alguns inclusive estão sendo testados. O problema é implantá-los oficialmente. Qualquer proposta de mudança no futebol só entra em vigor depois de aprovada pela International Football Association Board (Ifba), uma comissão formada por quatro representantes da Fifa e um de cada federação de futebol britânica (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales). Qualquer proposta precisa de pelo menos seis dos oito votos para ser aprovada. E, diferentemente da Uefa (a confederação européia), que é declaradamente a favor do uso de novas tecnologias no futebol, a Fifa e, conseqüentemente, a Ifba são conservadoras. Parece que agora as coisas estão tomando outros rumos e os “donos da bola” estão mais abertos ao dialogo.

22 de dezembro de 2009

Torcida coral se mobiliza para ajudar reformas na Barra

A Vila Olímpica Elzir Cabral (foto) está um verdadeiro canteiro de obras. Desde o começo de dezembro, quando o elenco profissional do Ferrão iniciou a pré-temporada e mudou-se para a cidade de Itaitinga, no Centro Esportivo do Nordeste (CETEN), as instalações corais na Barra do Ceará estão passando por grandes reformas.

Enquanto a Associação dos Amigos do Ferroviário Atlético Clube (AAFAC) está engajada na recuperação do gramado do Estádio Elzir Cabral, a diretoria de patrimônio do clube está focada na melhoria dos alojamentos na sede.

No Fórum do Portal Oficial do Ferroviário, foi iniciada uma mobilização entre os sócio-torcedores do clube para ajudarem nas reformas. Outra necessidade urgente foi identificada e iniciou-se a "Campanha do Muro".

O projeto consiste na construção de um muro que separe o estacionamento da sede administrativa, como exigência da polícia para o campeonato estadual. No mais, levantar o restante de grade para continuar com a visibilidade e ventilação. Essa reforma vai também ser importante para facilitar o controle de pessoas no dia-a-dia da Barra.

"Utilizamos este importante meio de interatividade entre adeptos corais para termos sucesso. Precisávamos de alguém para coordenar a campanha de arrecadação de tijolos e contribuição financeira para o projeto do muro", disse Félix Ponte, diretor adjunto de patrimônio.

Através de louvável iniciativa, o sócio Marcelo Caetano prontificou-se como coordenador e vem fazendo um trabalho excelente. O âmbito da campanha se estendeu pela Comunidade Virtual do Ferrão no Orkut e o número de doações tem aumentado consideravelmente.

O torcedor que ainda não colaborou e deseja participar desta importante mobilização, deve ligar para o número (85) 9168-1261 e tratar com Marcelo Caetano.

Fonte: Portal oficial do Ferroviário

É isso aí! O Ferrão pertence aos seus torcedores e, com a mobilização e participação efetiva desses, faremos o nosso clube cada vez mais democrático e forte!

15 de dezembro de 2009

Torcedor disponibiliza em blog as edições da Rádio Ferrão

Alberto Tavares, torcedor coral, está gravando e disponibilizando as edições passadas da Rádio Ferrão, desde o dia 22 de novembro. Os áudios, organizados por blocos, já podem ser conferidos em blog de sua autoria.

O endereço é: http://www.radioferrao.blogspot.com.

A Rádio Ferrão, uma iniciativa da AAFAC em parceria com a diretoria de marketing do clube coral, vai ao ar todos os domingos, de 21h às 23h, pela famosa Rádio Clube AM 1200, a pioneira no ramo de rádiodifusão no estado.

Alberto é Fotografo, Video Maker e apaixonado pelo Ferroviário, como ele mesmo se define na apresentação do blog. Além deste arquivamente, Alberto também está retransmitindo ao vivo o programa pela internet, em canal criado no site Justin.tv.

Fonte: Portal oficial do Ferroviário

3 de novembro de 2009

O problema sócio-econômico do futebol cearense

Sou um dos mais ferrenhos críticos ao calendário do futebol cearense. Há quase três anos, tenho publicamente batido na tecla de que o atual modelo enfraquece o futebol local como um todo, privilegiando e protegendo apenas os clubes que disputam a Série B nacional, excluindo a maioria esmagadora das equipes. O problema se repete há tempos sem que nada seja feito de concreto, num total desrespeito ao que reza o Estatuto do Torcedor que prevê, no mínimo, dez meses de competições oficiais para todos.

Enquanto Ceará e Fortaleza oferecem o pão e o circo, a discussão sequer é lembrada. O silêncio vergonhoso de quem teria a obrigação de promover o debate acoberta não apenas uma injustiça - e ilegalidade - esportiva, mas uma questão seriíssima em nível sócio-econômico. Há uma altíssimo nível de desemprego entre os profissionais da bola, que na melhor das hipóteses, são submetidos a contratos temporários de apenas três ou quatro meses no ano inteiro.

Semana passada, o promissor zagueiro Tonton foi vítima desse calendário excludente. Tendo que se submeter a faturar, em nome da própria sobrevivência, míseros 200 Reais para disputar uma partida de liga interiorana, o ex-beque do Horizonte faleceu em acidente automobilístico. Tonton é apenas mais um exemplo, pois, na prática, todos os dias inúmeros atleta locais passam fome por não ter onde trabalhar, diante da curiosa inoperância de seu próprio sindicato.

A FCF acena mudanças a partir da criação de uma copa estadual, já anunciada, que premiará o campeão com uma vaga para a Copa do Brasil no ano seguinte, a exemplo do que acontece em todos os outros estados brasileiros. Já não era sem tempo. O problema do desemprego será minimizado e ainda exigirá dos clubes um nível de planejamento que a maioria não está acostumada - e essa lógica inclui o Ferroviário. Melhor para o futebol cearense, que passará por um processo de seleção natural onde os bons, comprometidos e organizados ficarão, o que a médio e longo prazo, fortalecerá o nosso desporto.

Vai sempre haver quem ache ruim, afinal de contas é bem mais fácil permanecer na inatividade e na zona de conforto, local onde podem ser realizados os negócios mais escusos, longe dos holofotes durante a maior parte do ano, o que muitas vezes inviabiliza um processo de mudança. Vamos ver se os dirigentes eleitos da nova FCF cumprirão a promessa e quebrarão o status quo. Se assim o fizerem, estarão contribuindo para um futebol cearense mais forte e merecerão o respeito de uma legião de desportistas que vêem o esporte de uma forma muito mais ampla do que simplesmente a rivalidade nos gramados.

Postado por Evandro Gomes


Fonte: Portal oficial do Ferroviário

21 de outubro de 2009

Bolívia prepara recurso para impedir veto a jogos na altitude

O governo boliviano anunciou hoje que prepara um recurso ante o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, em francês) caso seja aprovado um novo veto à disputa de partidas de futebol na altitude.

O vice-ministro de Esportes, Víctor Barrientos, afirmou à imprensa a opção jurídica se confirmará caso “a intransigência da Fifa continue” e a entidade decida proibir jogos a mais de 2.750 metros acima do mar.

Em 2008, a Fifa impediu disputas oficiais em estádios que superassem aquela altitude, mas depois suspendeu temporiariamente a medida para La Paz, capital boliviana, cujo estádio Hernando Siles está a 3.600 metros acima do nível do mar.

“Ninguém escolhe o lugar onde nasce, e a altura por si só não ganha nem perde jogos. Estatisticamente, nos últimos anos, a altura não beneficiou as equipes locais. Esta é a defesa que faremos”, disse o vice-ministro.

Barrientos acrescentou que a participação do governo boliviano neste processo, encabeçado pelo presidente Evo Morales, que é fã de futebol, é “contundente” para que a Fifa desista de sua posição.

Morales afirmou neste domingo que a entidade “discrimina” a Bolívia e “erra” ao querer vetar novamente jogos na altitude, lembrando que o futebol é um esporte de “integração”.

Morales respondeu dessa maneira às declarações do chefe da comissão médica da Fifa, o belga Michael D'Hooghe, que insinuou neste sábado que a entidade pretende proibir novamente partidas disputadas em locais de altitude elevada. “Temos que encerrar já este último capítulo e dizer a palavra final”, afirmou Barrientos.

Se a proibição da Fifa se confirmar, alguns dos principais estádios bolivianos serão afetados, como o Hernando Siles, o Jesús Bermúdez, de Oruro, a 3.700 metros de altitude, e o Víctor Agustín Ugarte, de Potosí, a 4.000 metros acima do nível do mar.

Para defender o futebol disputado na altitude, Morales chegou a jogar uma partida em La Paz, em março de 2008, da qual também participou o técnico da seleção argentina, Diego Maradona.

A derrota da Argentina para a Bolívia por 6 a 1, em 1º de abril passado, em La Paz, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, reabriu o debate sobre como a altitude afeta o desempenho dos jogadores de futebol.

Fonte:
Portal Copa 2014

5 de outubro de 2009

Clube de futebol anarquista leva o esporte além de vencer e perder


Dando um cartão vermelho para a hegemonia

Nas noites de quarta, no canto nordeste do Parc Notre Dame de Grace, encravado entre Cote St. Antoine e Girouard, logo ao norte da corrida canina, Alex Megelas espera pacientemente em um tufo de grama por seguidores (leia-se entusiastas) do que ele chama seu Anarquista Futebol Clube. Através de uma versão não-hierárquica particular de futebol, o clube almeja combater “as práticas discriminatórias que freqüentemente fazem parte dos esportes organizados... como o sexismo, a homofobia e o machismo”.

Essencialmente, o Anarquista Futebol Clube erradicou a hierarquia que normalmente existe nos esportes organizados ao despojar o jogo de suas regras tradicionais. Isso significa sem contagem de placar, limites, capitães, e sem as mãos (epa! Handball é totalmente permitido). Qualquer coisa e qualquer um são permitidos, exceto comportamentos agressivos e más atitudes – as quais Megelas explica você ser capaz de “tirar pessoas fora”. Times são escolhidos usando um sistema de números (1, 2, 1, 2,) e tendem a ser bem flexíveis. Jogadores buscam por pessoas que não estão em seus “times”, e por conta de as pausas para descanso/socialização/Gatorade serem freqüentes, os times tendem a mudar e modificar ao longo da noite.

Embora isso possa parecer apenas diversão, o Anarquista Futebol Clube é retamente atribuído a um conjunto específico de valores. Por utilizar o termo altamente conotativo “anarquista”, o clube politizou o futebol, em reação à discriminação que viam nos esportes, e nos sentimentos divisores que os esportes organizados possam fomentar (exemplo: “amo esse time porque é o meu; odeio tal time por não ser o meu”). Com isso em mente, pessoas aderem ao clube Anarquista porque é um espaço onde sabem que se sentirão seguros e compreendidos. Mais importante, é um espaço onde eles podem realmente se curtir e curtir o futebol sem ter que se preocupar com a desigualdade.

“Eu venho porque é divertido e o pessoal é amigável”, diz Ovidiu, de 17 anos de NDG, que está participando do clube há apenas duas semanas. “É mais divertido que jogar com pessoas que levam a sério, e é melhor que ter que pagar para jogar.”

O grupo de Ovidiu inclui dois outros garotos adolescentes e um menino de oito anos, o irmão mais novo de um dos amigos de Ovidiu. Parte da abertura do programa inclui aceitar grupos de todas as idades. Nas noites de quarta, é perfeitamente normal ver pessoas de 15 anos jogando com – nunca contra – pessoas de 50 anos.

Alguns participantes nem mesmo gostam de futebol. De acordo com Layla AbdelRahim, uma auto-proclamada anarquista, esportes organizados são restritivos e violentos, limitando o potencial do corpo de desfrutar outros tipos de alegrias. AbdelRahim assiste ao Anarquista Futebol Clube relaxadamente, enquanto abraça de todo o coração a desordem implícita do programa. Ela irá fazer com que sua jovem filha corra por lá e construa relações com pessoas que ela descreve como “explodindo de boa energia e caos.”

A questão é: esportes têm o potencial de trazer grupos diferentes a uma harmonia? Megelas e sua equipe acham que não. A Copa do Mundo é um espetáculo; as Olimpíadas são um negócio capitalista. Eventos esportivos internacionais não são capazes de fazer uma ponte entre diferenças significantes. Entretanto, na comunidade local, o Anarquista Futebol Clube prova que paz, amor e compreensão podem se integrar ao futebol como aquela pequena pelota preta e branca. Vocês já ouvira, isso gente: “O importante não é ganhar ou perder, é se divertir!”

Fonte: The McGill Daily/ANA - Agência de Noticias Anarquistas.

11 de agosto de 2009

“Foda-se a Copa do Mundo de 2010”: Futebol para as pessoas, não para o mercado

Neste domingo, 2 de agosto, na zona de Newtown, em Johanesburgo, meia dúzia de anarquistas, incluindo membros da Frente Anarquista Comunista Zabalaza, participou de um “torneio” de futebol de “seis de cada lado” inspirado no Reclaim the Streets! (Reclame as Ruas!). Eles foram convidados pelos organizadores para formar um time anarquista.

O torneio de futebol fez parte do Recess: Street Credit, evento cultural e de exibição artística que coincidiu com a reunião anual da “11ª Escola de Inverno do Khanya College”. O evento foi realizado na Rua Henry Nxumalo em Newtown, abaixo da rodovia M1 – somente a poucas centenas de metros de distância da Delegacia Central de Polícia de Johanesburgo – quando ativistas e aficionados futebolistas fecharam a rua com fita plástica e começaram a jogar bola.

De acordo com o chamado para participar no evento, o torneio tinha a “intenção de romper com o fluxo normal do tráfego de veículos motorizados no quarteirão, tomando a rua para finalidades criativas e políticas. Os times foram cuidadosamente selecionados, com uma pequena representação de um extenso corpo social-político de organizações e coletivos”, pretendendo “trazer e juntar uma variedade de ativistas culturais e sociais-políticos, com a intenção de desenvolver trabalhos em rede, engajamento político e diversão”.

Infelizmente nem todos os oito times convidados para participar do acontecimento apareceram, mas o Siyaphambili Youth Project e o time Círculo-A estavam presentes, juntamente com outros dois times.

A atmosfera do torneio era totalmente contra a Copa do Mundo de 2010, que é visto por muitos ativistas como exclusiva aos ricos. O SYP tinha em seu uniforme as letras que compunham a frase “FODA-SE 2010”, que estava pintado nas costas das suas camisetas.

O Círculo-A perdeu de 5 a 3 para um time de jovens boleiros, o quarto e o quinto gol foram marcados nos últimos dois minutos num contra-ataque, quando o time anarquista buscava “desesperadamente” a vitória. O Círculo-A talvez pudesse ter jogado melhor, mas alguns dos craques anarquistas de Soweto que eram aguardados para reforçar o time não puderem comparecer porque não conseguiram levantar a tempo o dinheiro necessário para o transporte.

No final do evento houve um bate-papo para que o torneio se torne o começo de uma liga de futebol “seis de cada lado” do movimento social.

Fonte: ANA - Agencia de Noticias Anarquistas

22 de junho de 2009

Manhã de sábado proveitosa para os Sócio-Torcedores

Foi realizada na manhã do último sábado o I Fórum de Sócio-Torcedores do Ferroviário A.C (foto). O evento aconteceu no Auditório da CBTU, no centro de Fortaleza, e correspondeu às expectativas em termos do número de participantes e dos assuntos colocados em pauta.

O encontro foi aberto pelo presidente da AAFAC, José Rêgo Filho, que reforçou a necessidade dos sócio-contribuintes corais participarem mais ativamente da vida democrática do clube. Em seguida, o advogado Arthur Ferraz contemplou o público presente com uma brilhante explanação acerca das oportunidades para implantação de um modelo profissional em equipes de futebol no contexto da Lei-Pelé.

O calendário futebolístico exercido pela Federação Cearense de Futebol voltou a ser discutido. Em decorrência da insistência da mentora em descumprir o Estatuto do Torcedor, que garante, no mínimo, 10 meses de competições oficiais para todas as agremiações esportivas, foi deliberado por 29 votos a 1, que a AAFAC tem a obrigação de interpelar judicialmente a FCF.

Assuntos como a readequação dos benefícios e valores das contribuições também entraram em pauta. Por fim, os Sócio-Torcedores presentes reivindicaram junto ao ex-presidente William Braga que provoque o presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Vilemar Rodrigues, para uma assembléia geral extraordinária a fim de esclarecer outras importantes questões levantadas no fórum.

Fonte: Portal oficial do Ferroviário

A torcida Resistência Coral, como associada e contribuinte assídua desde o início do programa Sócio-Torcedor, esteve presente ao evento representada por um de seus membros.

12 de junho de 2009

AAFAC realiza Fórum de Debates entre Sócio-Torcedores

A AAFAC, por intermédio de seu presidente José Rêgo Filho, convida a todos os seus associados a participarem do I Fórum de Debates dos Sócio-Torcedores do Ferroviário Atlético Clube. O evento acontecerá no próximo sábado, dia 20 de Junho, pontualmente das 9:00 às 12:00h, no auditório da CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos (foto), localizada no centro de Fortaleza.

A iniciativa visa principalmente a integração democrática dos sócio-contribuintes do clube e a discussão de novas alternativas que garantam um crescimento sustentável ao Ferroviário. Terão acesso ao evento os Sócio-Torcedores em dia com suas contribuições e os orgãos de imprensa.

A realização deste fórum é uma demanda antiga dos Sócio-Torcedores corais, prontamente aceita pela direção da AAFAC. A escolha do local do evento levou em consideração o vínculo histórico que o clube mantém com a Estrada de Ferro.

"O auditório da CBTU estará a disposição dos membros da associação para discutirmos várias questões acerca do nosso querido Ferroviário", garantiu o ex-presidente coral William Braga, um dos maiores entusiastas da idéia.

SERVIÇO:

I Fórum de Sócio-Torcedores do Ferroviário Atlético Clube
Local: Auditório da CBTU - Data: 20/6/2009 - Horário: de 9h às 12h
Endereço: Rua Dr. João Moreira, 555 - Centro - Ao lado da Estação João Felipe
Ponto de Referência: Defronte a Praça da Estação
Observação: Estacionamento interno a disposição dos Sócio-Torcedores

Fonte: Portal oficial do Ferroviário


Ótima iniciativa! Pela democratização radical do Ferroviário! O Ferrão pertence aos seus torcedores!