
24 de agosto de 2011
30 de julho de 2011
Italianos pedem que seleção boicote Copa de 2014

Em diversas ocasiões os italianos têm protestado contra a decisão brasileira. O escritor Antonio Tabucchi, de 67 anos, cancelou sua participação na Flip, festival brasileiro de literatura, em protesto contra a libertação de Batistti. No começo deste mês, o governo italiano ameaçou boicotar os Jogos Militares, encerrados no Rio de Janeiro na semana passada, mas, no final, liberou os mais de 150 atletas para a competição.
Em ambos os casos, há o interesse em reforçar a "falência" e a "derrota" da revolução socialista, assim como de uma suposta incapacidade política do proletariado de destruir o Estado burguês e o capitalismo. Com isso, a direita reacionária pretende conseguir uma revanche e enterrar de vez o fantasma do socialismo. Os reformistas, fazendo coro, buscam enterrar a via revolucionária e garantir que o movimento dos trabalhadores seja simplesmente uma base de apoio da sua política burguesa."
27 de julho de 2011
21 de julho de 2011
Copa 2014: Eu não vou!
Em troca o povo brasileiro é quem pagará todo o ônus desta festa. A baixo alguns exemplos que ilustram o que estou falando:
VLT: MPF pede suspensão do processo de desapropriações
Faz parte da lista de irregularidades feita pelo procurador a denúncia de que já estavam sendo apresentadas aos moradores impactados com as obras do VLT planilhas que continham os valores de cada imóvel atingido pelo trecho Parangaba-Mucuripe. Segundo o procurador, esta ação só deveria acontecer depois de toda a obra receber a liberação dos órgãos responsáveis, no caso, a Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace).
Como agravante, segundo contou Sales, algumas pessoas da região já teriam sido chamadas pelo Governo do Estado do Ceará para negociar o pagamento e a saída de sua propriedade. Ele ainda considerou na ação relatos de moradores que acusam representantes do governo de oferecerem - a partir da planilha e da negociação - preços considerados irrisórios pelos imóveis atingidos, "impossibilitando uma justa indenização, o que consequentemente, impedindo a aquisição de outra moradia digna".
De acordo com Sales, um acompanhamento sistemático do procedimento de desapropriação é feito junto às comunidades afetadas de maneira que novas irregularidades na obra sejam detectadas.
Jogos da Copa do Mundo vão sustar leis de gratuidade e meia-entradaA minuta da Lei Geral da Copa, elaborada pelo Ministério dos Esportes e que agora está em análise na Casa Civil, vai sustar as leis de gratuidade e de meia-entrada vigentes no território nacional para os jogos do campeonato. O argumento é que os preços dos ingressos serão definidos pela Fifa, que terá liberdade de "discutir" eventuais descontos com os estados e cidades-sede. As informações são do Congresso em foco.
Detalhe é que o Ministério dos Esportes é comandado por Orlando Silva, que é, justamente, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Tendo por base os preços cobrados na Copa do ano passado na África do Sul, o povo vai mesmo ficar de fora da festa. Lá, os ingressos variaram de R$ 150 a até R$ 1.500. O valor variou de acordo com a localização do estádio e a importância do jogo.
Essas são apenas algumas das tantas outras falcatruas que serão e estão sendo feitas pelos Cartolas brasileiros junto com o governo federal. A Resistência convoca a todos a debater e lutar contra as ações tomadas pela FIFA/Governo Federal.
26 de novembro de 2010
Da "pequena forma de dizer não"
23 de agosto de 2010
Da Copa ao 'Comando Africano' do USA
À farsa dos "centros sociais" erguidos pela transnacional escravocrata de materiais esportivos Nike no bairro popular do Soweto, ao embuste da campanha "1 Goal", com a qual a Fifa tenta emplacar a cobrança genérica e inócua por educação para todas as crianças africanas como contraponto ao alto faturamento dos ricos na Copa, à falácia dos "benefícios sociais" que a Copa, dizem, trará para os povos da África em geral e para o povo sul-africano em particular, a tudo isso, as massas trabalhadoras respondem com mobilizações e retumbantes protestos contra as políticas de degradação das condições de vida e de exploração extremada da mão de obra local avalizadas pela gerência Zuma, e das quais tiram proveito os organizadores do evento, seus patrocinadores oficiais e as empreiteiras contratadas para erguer os estádios e fazer outras obras no país sede do campeonato mundial de futebol profissional.
20 de agosto de 2010
Burguesia cria polícia para reprimir torcedores da Copa de 2014
O estado de sítio que a burguesia está impondo à população não tem limites. Não bastasse todas as medidas repressivas e as inúmeras polícias criadas para reprimir os trabalhadores, o governo de São Paulo anunciou a criação de mais uma polícia para a Copa do Mundo de 2014.
O futebol é sem dúvida uma das maiores paixões dos brasileiros e é justamente por isso que a burguesia impõe uma verdadeira ditadura aos torcedores, uma vez que esse esporte como já aconteceu em outros momentos pode se transformar em um pólo aglutinador, o que amedronta a burguesia que não permite sequer que os torcedores levantem bandeiras de protesto dentro dos estádios. A perseguição e campanha contra as torcidas organizadas já chegou a tal nível que os governos burgueses chegaram inclusive a tentar proibi-las, medida que obviamente não foi posta em prática graças à pressão dos torcedores.
Para se ter idéia do clima repressivo, a burguesia já está montando toda uma operação para perseguir a população trabalhadora durante a Copa 2014 que será realizada no Brasil. O primeiro Estado a anunciar medidas repressivas foi São Paulo, ou melhor, o governo do PSDB e do DEM, que inclusive é conhecido pela truculência com que age contra os trabalhadores.
Segundo anunciou o próprio governo do PSDB, “o Estado de São Paulo criou o Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância Esportiva (Grade), que terá policiais especializados
16 de agosto de 2010
Bola da Vez: Andrew Jennings
24 de julho de 2010
17 de julho de 2010
Sócrates: "Imagina a Gaviões da Fiel politizada! Esse é o grande medo do sistema"
SócratesAqui no Brasil, ainda não há organização nenhuma, pelo que eu saiba. Na verdade, existe uma desorganização dirigida para que os investimentos que sejam alocados nas obras não passem por licitações, então estão protelando o máximo possível para que isso ocorra.
Você acha que é intencional?
É claro! Isso aconteceu no Pan-Americano, acontece sempre. Quanto mais demorado melhor, porque aí tudo é feito a toque de caixa, e a toque de caixa tem situação emergencial que vale a pena para desviar alguma coisa.
Você acha que a exclusão do Morumbi como um estádio da Copa tem a ver com isso?
Não tenho dúvida. Eles querem construir um outro estádio. Desde o começo estava na cara, criaram todo tipo de dificuldade. E acho que o São Paulo fez certo, fazer um investimento de 700 milhões no Morumbi? É mais fácil o São Paulo construir outro estádio.
Você acha que o interesse é mais econômico ou político?
É para-econômico. Não é nem econômico. Economicamente não poderíamos escolher Manaus em vez de Belém. Cuiabá como sede, onde eles vão ter que construir o estádio para depois ficar parado, Brasília a mesma coisa, Natal a mesma coisa. É não é interesse econômico. É desperdício de dinheiro. Desperdício econômico. É para-econômico, para desviar verba.
Você não vê o fato de o São Paulo ter encabeçado uma chapa de oposição na eleição do Clube dos 13 como um elemento para a exclusão?
Não, isso vem lá de fora. Todos os estádios vão ser reformados. Alguns com um custo absurdo. Deve ser a quinta ou sexta vez que fazem reforma no Maracanã nos últimos três anos. O Minerão também. Vão construir outro na Bahia. Entendeu? É pro dinheiro andar. Andando o dinheiro alguém tá ganhando. Seja quem constrói, quem administra. O único que não ganha é o povo.
Você sempre diz que atualmente o futebol tem mais força do que arte. Você acha que a Copa de 1982 foi um marco na consolidação do esporte como está hoje?
Não existe um divisor aí. O que ocorre é uma falta de adaptação do futebol com a evolução física dos atletas. A questão não é só filosófica, claro que isso faz parte do processo. Mas ela é muito mais dependente da questão física. Inclusive na minha tese de mestrado, seria nove contra nove, tirar dois jogadores de cada time. Quer dizer, você resgatar os espaços que tínhamos há anos atrás. Então vão ter que jogar. Hoje tem gente que se esconde. Você pega um back central da vida ai que não sai do lugar. A única coisa que ele faz é chutar a bola pra frente, pro lado, isso não é jogar futebol. Com nove contra nove, o back central vai ter que saber jogar. Não só ele, todos vão ter que saber jogar, porque a bola vai correr. Na verdade o futebol é um dos poucos esportes que não se adaptou a essa evolução. Imagine uma prova de atletismo,
Você não acha que essa não adaptação beneficia maus jogadores, que mesmo não tendo tanto talento, mantêm contratos milionários?
Hoje, na verdade, se nivelou o futebol. Um ou outro jogador que se destaca, que tem mais técnica, mais talento. Na verdade, todo mundo privilegia o físico hoje e é isso que impera no futebol. Seja na seleção de Honduras, você comparar com a seleção da Inglaterra. Você vê as equipes que se classificaram, tem time que nunca passou para a segunda fase e tem um monte na segunda fase, tá tão igual.
Como foi a democracia corinthiana?
Uma sociedade que decidia tudo no voto e a maioria simples levava vantagem nas decisões, absolutamente democrático. O roupeiro tinha o mesmo peso de voto de um dirigente.
Como a direção do time reagiu? Não só a direção, mas os patrocinadores, o Leão quis dar uma pernada?
O Leão não dava pernada em ninguém, ele nunca votou ué. Um voto nulo,
Esse foi um dos poucos momentos em que o futebol cumpriu um papel mais positivo politicamente?
Na verdade cumpriu um papel importante nesse processo de redemocratização, porque o processo corintiano começou dois anos antes da grande mobilização das Diretas Já! Acho que foi um fator importantíssimo na discussão da realidade política brasileira. Você está dentro de um meio extremamente popular, com uma linguagem que é acessível a todo mundo está discutindo uma coisa que há muito tempo ninguém ou muita gente jamais teve a possibilidade de efetuar, que era o voto. Foi importantíssimo. Igual a isso eu não conheço nada parecido no futebol.
Você acha que o futebol pode cumprir um papel mais progressivo?
Claro. E esse é o grande medo do sistema. Você imagina a Gaviões da Fiel politizada. Né!? Você tem mobilização já pronta, você tem palco, duas vezes por semana, para exercer o seu direito, a ação política, só falta a politização.
Falta organização política para os jogadores?
Falta consciência! Falta... Por isso o sistema deseduca esses caras. Em vez de educar, faz de tudo para o cara não adquirir uma consciência social, política, porque esse é o mais importante. Ele é mais ouvido que o Presidente da República, esse cara pode mudar o país. Uma das brigas que eu tenho é “por que não educar esse povo, se é obrigação do Estado educar todo mundo?”. Pelo menos esse povo tem que ser educado. Agora mesmo, fui para a África do Sul, uma campanha pró-educação, inclusive com iniciativa da Fifa, com chancela da ONU, Educação Global, que é uma das metas do milênio, até 2015 pôr todas as crianças na escola. Então, no caso da Fifa, ponha primeiro os jogadores. (risos)
Você acha que o Estado deveria cumprir um papel mais importante na gestão do esporte?
É claro! Mas ninguém quer mexer muito nisso. Ninguém quer mexer, porque é um vespeiro. Mas deveria. Particularmente o futebol no Brasil é um negócio, como outro qualquer. Por que o Estado não tem controle sobre isso. Ele usa todos os símbolos nacionais, hino, bandeira, até a alma do brasileiro ele usa.
Você acha que o Estado deveria intervir para tentar segurar os jogadores no Brasil?
Já existe legislação para isso. O trabalho infantil ele é penalizado. Mas como você vai evitar que uma criança se transfira para outro país dentro das condições legais, quer dizer, arrumam emprego para os pais, os caras sempre fazem aquilo que precisa ser feito. Isso só vai ser educado quando tivermos consciência de que temos que valorizar a ‘commodite’ que temos
Adeptos se mobilizam contra Manchester United

"Lendo vários fóruns de adeptos, é muito aparente que vários torcedores veem a nova camisa com a Aon como símbolo da gestão da família Glazer, mais do que um símbolo do Manchester United que nós historicamente conhecemos e amamos", disse um representante do Manchester United Supporters Trust, grupo organizado de torcedores.
"É importante que todos os torcedores entendam a necessidade de remover os Glazers do nosso clube para melhorar as chances de sucesso e sobrevivência no futuro", completou.
O Manchester United está iniciando a pré-temporada na América do Norte e deve disputar amistoso contra o Celtic, na próxima sexta-feira (16), em Toronto, Canadá.
16 de julho de 2010
Por dinheiro, Fifa pode mudar calendário para Copa
"Muitos jogadores têm chegado (à Copa) apenas com sua carcaça, sem energia", disse o ex-jogador liberiano George Weah, atual dirigente da Fifa encarregado em dirimir esses problemas. "Isso precisa mudar".
Além do término antecipado dos torneios nacionais, ainda espera-se que a entidade máxima do futebol exija uma semana de folga para todos os jogadores convocados ao mundial.
A medida, contudo, não tem como objetivo apenas a regeneração física dos jogadores. Por trás dela, está a necessidade da Fifa de organizar competição com alto nível técnico, a fim de atrair patrocinadores.
Fonte: Máquina do Esporte.
10 de julho de 2010
O fim da patriotada nos pés dos mercenários da seleção brasileira
Globalizado, desde o seu nascedouro – a partir dos clubes nacionais – o futebol brasileiro deságua na CBF até desembocar na Fifa, o esporte-indústria cimentou-se sobre uma estrutura mafiosa, cujos dirigentes remetem livremente a paraísos fiscais (empresas off-shore) grandes quantidades de capital para lavar dinheiro de negociatas, trambicagens, fraudes. A enorme quantidade de capital exportado serve para corromper e controlar sistemas obscuros de apostas clandestinas em todo o mundo (Falta! O mundo secreto da Fifa: subornos, compra de votos e escândalos com ingressos, Andrew Jennings, 2006).
Dentro desta perspectiiva, o mundo do futebol encerra em si mesmo um paradoxo: sendo uma “indústria” altamente rentável, globalizada, supranacional, inculca fortes sentimentos localistas, regionalistas e nacionalistas. Por isso, o clima “patrioteiro”, tão exacerbadamente difundido pela mídia burguesa na época das copas do mundo, não poderia ser outra coisa senão uma artificialidade, cuja essência não tem qualquer correspondência com os verdadeiros sentimentos nacionalistas de cunho progressivo. A caricatura de “nacionalismo” incentivada pela mídia e as grandes empresas transnacionais (!) serve apenas para euforizar e estupidificar as massas para que consumam produtos anunciados antes e durante a copa.
MERCENARISMO, CANELADAS, PISÕES, VIOLÊNCIA E BELICOSIDADE NO FUTEBOL COMO EXPRESSÃO DA IDEOLOGIA BURGUESA
“Patriotismo” e moderno futebol brasileiro são binômios irreconciliáveis. A começar pelo fato de quase todos os jogadores da seleção brasileira atuam fora do país, os quais são considerados no mercado como objetos de troca e venda nas mãos dos patrocinadores e empresários multinacionais, os que, de fato, mandam e desmandam na seleção brasileira e nas demais. Desta forma, jogadores trocam de camiseta a quem melhor lhes pagar cotas de patrocínios, salários, venda de imagem etc. Trata-se do que há de mais extremado no que tange a difusão do mercenarismo dentro do futebol, plenamente em correspondência às necessidades mercadológicas das grandes corporações capitalistas. Só para situar, tropas mercenárias estão sendo utilizadas em grande quantidade na guerra do imperialismo ianque contra o Iraque, Afeganistão e prepara o terreno para invadir nestes moldes o Irã.
A entidade máxima do futebol mundial, a Fifa e suas confederações, passa a desenvolver a filosofia da maximização do lucro a partir da copa de 1950, ou seja, vincular drasticamente o futebol à indústria do esporte. No entanto, foi na década de 80 do século passado que esta orientação se aprofundara através da comercialização milionária de jogadores em todo o mundo, os quais eram cotados inclusive nas bolsas de valores. O Brasil tornou-se um celeiro para o “Velho Mundo”.
Desde então o futebol brasileiro começou a ser europeizado, ou seja, a prática do uso excessivo da força, da correria e da violência em detrimento do futebol arte tão peculiar ao que o Brasil outrora praticava. Neste sentido, na copa da África do Sul o que predominou foi um festival de caneladas, pisões desleais, expulsões e notória falta de criatividade. Atitudes estas marcaram a atuação de Kaká, adepto da bispa Sônia da arqui-reacionária Igreja “Renascer em Cristo” e de “badboy” Felipe Melo que agrediram belicosamente seus adversários. Kaká foi belicoso até mesmo contra quem o criticava fora dos campos. Precisamente falando, foi o futebol pancada de resultados que vingou nesta copa, principalmente advindo do selecionado brasileiro dirigido por Dunga, um ícone do futebol truncado, defensivo e de resultados... péssimos resultados. Deslealdade, individualismo, competição, destruição sem criar nada de novo, estagnação (tediosa retranca armada pela comissão técnica) eis, em poucas palavras, o que representa a ideologia burguesa dentro dos campos de futebol.
O capitalismo tudo destrói de forma impiedosa. O futebol não poderia fugir à regra histórica da luta de classes. A atual lógica do mercado extirpa a alma do futebol, a alegria de jogar, a paixão e o espírito de coletividade. A “Era Dunga” matou soberbamente estas perspectivas grandiosas sob o signo do lucro de clubes e entidades corruptas. Por isso fomos eliminados nas quartas de finais...
1 de julho de 2010
Dunga e as estruturas de poder do futebol brasileiro
Carlos Caetano Bledorn Verri atende pela alcunha de Dunga e recebeu uma oportunidade rara sob todos os pontos de vista. Temos de reconhecer que nenhum trabalhador, de ofício algum, seja ele ou ela classista ou arrivista identificado pelo selo de “profissional”, jamais inicia sua trajetória no mundo do trabalho pelo topo e consagração em sua carreira. Nem mesmo os mais críticos contra a marketização, inimigos viscerais da ampliação dos espaços de mercado na sociedade – como este aqui a escrever – vão admitir um neófito dar o primeiro passo a partir do posto máximo imaginável. Dunga, que justiça seja feita mais se parece com o anão zangado, atingiu o topo do mundo sem subir degrau algum. Jamais treinara nem sequer time de futebol de botão (outro patrimônio cultural dos povos brasileiros) e começa a coordenar a seleção mais cultuada do planeta.
A Confederação Brasileira de Futebol é uma entidade privada, supostamente federalista, mas na prática reflete um poder executivo quase imperial de seu presidente. Assim o foi na Era João Havelange (quando ainda havia a CBD), e após o mesmo passara com o almirante Heleno Nunes. Vale observar que este naval fora o “gênio” que forçou o capitão de artilharia do Exército e egresso de sua Escola de Educação Física, Cláudio Coutinho, a deixar o Falcão no Brasil e escalar o volante do São Paulo, Chicão, para a Copa de 1978 na Argentina. Dizem os porões que o volante são paulino era cutuado com um “Deus da Raça” do DOPS. Não me espanta. Seguindo na trajetória da entidade, já como CBF, houve a vexatória dupla de comandantes políticos, Octávio Pinto Guimarães e o então deputado Nabi Abi Chedid; culminando no Reinado de Ricardo Teixeira, o ex-genro (de Havelange). Este operador da Bolsa de Valores, amo e senhor da estrutura máxima do futebol identidade do país, atingiu o poder em 16 de janeiro de 1989.
Já naquele hoje distante primeiro ano à frente da entidade, indicara o ex-preparador físico do Flamengo e recém iniciado treinador de futebol, Sebastião Lazaroni, que recebeu o comando da seleção. Na seqüência, o gênio da CBF queima a carreira de Paulo Roberto Falcão como técnico, colocando-o na fogueira da Copa América do Chile. Neste caso, o de Dunga, o padrão se mantém. Ricardo Teixeira indica alguém com trajetória vencedora dentro das quatro linhas, uma pessoa com a marca da seriedade e empenho no trabalho, mas sem nenhuma experiência prática. Independente de valorarmos ou não o trabalho de Dunga (e me incluo nos críticos), um analista político tem como dever interpretar que fatos assim só ocorrem em organizações quase autocráticas, quando um Executivo “manda prender e manda soltar”, ou “bate, prende e arrebenta”, seguindo apenas os seus próprios critérios. Ou seja, desde que atenda os anseios dos aliados empreendedores econômicos do negócio da bola, o Presidente Imperador faz o que quiser.
Para quem imagina que exagero, basta uma lembrança. Indicar Dunga para a seleção brasileira sem nunca haver treinado nem time de pelada varzeana, é a réplica do padrão do ocorrido na noite anterior da final da Copa do Mundo de 1998 e que resultara na escalação de Ronaldo Nazário fora de toda e qualquer condição de jogo. Posteriormente o fato rendeu, gerando a CPI da Nike e da CBF, cujos relatórios foram velados e o livro escrito por um de seus relatores teve a edição apreendida das livrarias e distribuidoras. A bancada da bola, a cartolagem com mandato federal ou amizades planaltinas, é poderosa. Por estes e outros fatores, seria inimaginável supor que Dunga não tenha (ou tinha) uma boa relação com a diretoria da Confederação em geral e com seu presidente em particular. Este ato, relacionado com o padrão de jogo por ele imposto, mais a pregação da “ideologia da superação” e a abundância de patrocinadores, conforma um cenário perfeito para taxar Dunga e Jorginho de chapas-branca e subordinados.
Não seriam os primeiros tampouco. É o padrão da CBF (como na antiga CBD) e que muito poucos dele discordaram. Um exemplo máximo é o eterno saudoso João Sem Medo Saldanha, alegretense e gaucho sem acento, de outra estirpe, distinta do natural de Ijuí. Ou seja, qualquer pessoa com um mínimo de senso de rebeldia e dignidade, tem razões e motivos para discordar e até antipatizar com Dunga, seus métodos e aliados. O que ninguém esperava era a reação deste treinador para com a emissora líder da TV brasileira.
O entrevero de fundo
Assim como tenho diversos motivos para não suportar o técnico da seleção brasileira (por fatores futebolísticos mais que nada), confesso que me surpreendi com sua reação perante a TV Globo e ao vivo. Explico. Não foi a primeira vez e pelo visto nem será a última situação em que Carlos Caetano colide de fronte com a mídia comercial, oligopolista e corporativa brasileira. No caso dos conglomerados midiáticos nacionais, boa parte de seus funcionários na função de repórteres “apanharam” (na gíria jornalística) em coletivas e demonstraram indignação posterior. O silêncio de sempre vinha da amiga e parceira de Ricardo Teixeira, as Organizações Globo. Não me recordo de um ato de solidariedade desta emissora para com os colegas empregados nas concorrentes. E, grosserias sempre foram manifestadas pela dupla da comissão técnica em posto de comando. Sim, pois além de Dunga, Jorge de Amorim Campos sempre se indigna com as críticas e levanta a voz, repudiando as supostas posturas antipatriotas de coleguinhas da imprensa os atacando.
É preciso tecer algumas considerações:
Ninguém pode ocupar um posto de exposição pública e sentir-se imune às críticas. Assim, quem senta diante de uma roda de repórteres corporativos com um painel de patrocinadores atrás, tem uma previsão de comportamento estudado, trabalhado através de media training e decorando respostas água com açúcar, reforçando o senso comum, condensando idéias de consentimento forçado e ausentando-se de polêmicas. Ao menos nisso, segundo meu ponto de vista, Dunga se porta bem.
Carlos Caetano tem o dever de ouvir opiniões alheias e respeitar todas as formas de críticas. Ao mesmo tempo, não tem nenhuma obrigação de reconhecer um mandato societário da mídia corporativa. Os repórteres falam em nome de suas empresas, seus produtos irão para uma grade montada sobre um modelo de negócios e tudo está entreverado com entretenimento. Já resta pouca ou quase nenhuma vocação de jornalismo como paladino da cidadania na mídia corporativa esportiva brasileira e mundial. A liberdade de imprensa defendida por editores e patrões, é a liberdade de empresa. Quem mais executa a censura são as chefias a mando de anunciantes ou sócios majoritários. Os bastidores do futebol brasileiro revelam um nexo político-financeiro-criminal e até os adolescentes sabem disso. O padrão é o mesmo em poderosas ligas estrangeiras, como a inglesa, onde tem tudo menos capital inglês controlando seus clubes-empresa. Esse é o pano de fundo e é muito mais relevante do que a possível operação pubiana do marido da obispa Caroline Celico, operadora midiático-financeira da “Igreja” Renascer em Cristo no Estado Espanhol, o meio campista Ricardo Izecson dos Santos Leite (Kaká).
Nesse sentido entendo que Dunga está no seu direito, tanto o de reagir como bem quiser (e sentir as conseqüências da ação) diante de provocações de toda ordem. O exercício arbitrário das próprias razões até crime é, mas de peso leve, de tipo crime de honra. Não havendo violência gratuita, ele que reaja como bem entender e que sirva de lição. A gritaria é ampla: “O técnico da seleção não é um modelo de comportamento!”. É verdade; mas a crítica sobre ele se dá na relação de seu temperamento com os anseios de exposição midiática para atender as cotas de patrocínio e a figura de relações públicas que a bola como negócio exige de suas estrelas. Certa vez afirmei serem os boleiros de dimensão internacional uma espécie de commodity que anda, fala e faz besteira com a própria reputação e a alheia. Sob esse ponto de vista, Dunga é um desastre andante e falante. Para mim, nesse item, Carlos Caetano fez um golaço, lavando a alma na peleia simbólica de milhões de brasileiros.
Já da parte da Globo, a irritação tem sua origem na proibição de exclusivas e no fim de privilégios em zonas mistas especiais. Em 2002 a emissora transmitiu a Copa sozinha e no desastre de 2006, teve “concorrência” apenas na TV paga através do Band Sports. Na ocasião, Carlos Caetano era funcionário da família Saad e comentava a Copa da Alemanha para a concorrente da família Marinho. Aprendeu na planície a dureza que é enfrentar uma tropa completa estando em minoria. Deve ter visto poucas e boas também; afinal, estamos na era do jabá eletrônico e das estruturas de poder atravessadas pelo marketing e o comércio de imagens. Sabendo disso, atormentado com as reclamações vindas por cima (entre direções), Dunga se estourou diante da humanidade através das telas de TV.
Além da irritação da TV líder pela perda dos privilégios que sempre tivera, também consta o fato do exagero de treinos fechados. Os repórteres afirmam que assim eles não conseguem produzir “conteúdo” para alimentar as redes. Essa é uma meia verdade. A outra ponta é a captura de imagens das placas dos patrocinadores. Exposição de imagem é a moeda de troca do emprego de dinheiro em troca da estampa das logomarcas nos uniformes de treino e jogo, além das peças publicitárias, utilizadas pelos jogadores da seleção. Sem essa cobertura, Dunga ganha no controle do grupo, mas ao mesmo tempo diminui a satisfação dos aplicadores no seu investimento comum. Por estas duas brigas simultâneas, é do senso comum que o atual treinador tem seus dias contados, tanto diante de uma possível eliminação e mesmo saindo campeão do mundo.
A estrutura de poder do futebol brasileiro passa por quatro patas basilares e não tolera muita divergência. São elas: a geração e venda de imagens (via TV, e recentemente via TV paga, como nos canais Premiere Futebol Clube, pertencente da Globo via cabo e satélite); a negociação de direitos econômicos de jogadores (onde operam investidores e milionários mais reconhecidos, tendo ou não uma empresa laranja à frente, a exemplo da MSI); a negociação de direitos de imagens e publicidade (onde lidera a co-proprietária do futebol nacional, a empresa Traffic de J. Hawilla, patrão de Kleber Leite por exemplo) e; a comandância mais tradicional pela via da cartolagem, como é o caso de Ricardo Teixeira. Nenhuma dessas quatro partes sustenta ou tolera um comportamento independente e autonômico, mesmo que expresse um pensamento conservador e patrioteiro, ainda que tenha a sua imagem vinculada a uma série de patrocinadores de grosso calibre. Uma commodity não pode gerar incerteza no investidor. Dunga gera, e por isso, com o perdão do trocadilho, que ele – ganhando ou perdendo - já era.
Comentário final
Dunga e Jorginho passaram do limite de boa convivência com a mídia corporativa e isto acarreta uma sentença punitiva. Não nos espantemos se estiverem preparando matérias de fôlego, cujas pautas de gaveta já devem inclusive estar prontas, e apontando no lide a fritura do atual técnico da seleção.
Ao mesmo tempo, reafirmo que simpatizar com a atitude de Dunga diante da mídia corporativa não implica uma adesão nem ao seu estilo de jogo (que considero medíocre e medroso) e menos ainda uma defesa de sua permanência no cargo. Isso sim seria misturar futebol com política, elogiando um comportamento rebelde e a partir daí reconhecendo uma suposta expertise como treinador – característica que não reconheço de jeito algum. Podemos e devemos elogiar a conduta diante de um dos poderes de fato do país e não respaldar o desempenho no ofício que exerce. Tal é o caso.
Vejo que o episódio abriu precedente e pode e deve ser repetido sempre que alguém sentir-se acuado diante da indústria da mídia. E, por se tratar de futebol, a incidência e seu efeito didático são imensos. Cabe aos batalhadores da democracia na mídia como dos intérpretes e analistas do oligopólio trabalhar o fato para além do episódico e pontual. Se redescobertas e postas à público, as estruturas do futebol brasileiro são insustentáveis sob nenhum ângulo. Eis um bom momento.
Fonte: Site Estratégia e Análise.
28 de junho de 2010
26 de junho de 2010
Segundo jornal, Kassab banca Pirituba à Fifa
A decisão é uma repercussão do veto ao Morumbi, estádio do São Paulo, que integrava o projeto da cidade até a semana passada. O clube apresentou seis projetos diferentes de reforma para a arena e, segundo o comitê organizador local (COL), não conseguiu enviar a tempo as garantias financeiras sobre as intervenções na arena.
Desde que o Morumbi foi alijado da Copa do Mundo, ganhou força a criação de uma arena em Pirituba. O bairro da região norte de São Paulo vai receber nos próximos anos um grande centro de convenções, e a arena deve fazer parte desse complexo.
Segundo “O Estado de S. Paulo”, Kassab apresentou o projeto de estádio à Fifa, inclusive com a equação financeira para erguer a nova arena. Com a exclusão do Morumbi, São Paulo foi alijada da lista de cidades que receberão jogos da Copa do Mundo em 2014.
A construção de uma arena em Pirituba, contudo, possui dois grandes problemas. O primeiro é o tamanho do empreendimento, inicialmente previsto para 45 mil espectadores. São Paulo ainda postula a abertura da Copa do Mundo, e para isso necessita de um estádio com ao menos 60 mil lugares.
Outro problema é a administração do estádio depois da Copa do Mundo. O Corinthians, único time grande da capital que não manda jogos em um estádio próprio, considera cara a ideia de usar a arena de Pirituba. Com isso, o comitê paulista trabalha com a ideia de ceder a administração do espaço à iniciativa privada.
22 de junho de 2010
O futebol no regime de Mussolini

Atento, Benito Mussolini tratou de assumir os encargos para sediar a Copa do Mundo de 1934, modo pelo qual o Estado Fascista viu chance ímpar de fortalecer uma infinidade de metáforas belicistas, perfeitamente aplicáveis aos valores do regime. Imediatamente após a confirmação da realização do II Mundial de Futebol na Itália, Mussolini tratou de vincular a conquista ao sucesso dos dez anos de regime fascista. Para a propaganda do Mundial, uma das imagens de cartazes, era a de um jogador com a bola no pé e a típica saudação fascista.
Jogos marcantes Copa de 34
Italia x Espanha – Jogo de 210 minutos onde o herói da partida foi Giuseppe Meazza, autor dos gols da vitória que foi retirado de campo desmaiado. Uma das maiores demonstrações do espírito de sacrifício que o regime fascista exigia.
Inglaterra x Itália, a Batalha de Highbury – Em 1934, apenas alguns meses depois de conquistar o Mundial, a seleção italiana enfrentou a seleção da Inglaterra no estádio de Highbury. Os inventores do jogo venceram por 3 a 2 numa partida violenta, em que muitos jogadores deixaram o campo com ferimentos consideráveis, entre eles, Eddie Hapgood, que teve seu nariz fraturado. Meazza mais uma vez foi a alma do regime fascista em campo marcando os dois gols da Azurra.
A Azurra de Mussolini na Copa de 1938 – França

Mussolini não media esforços para que a campeã Itália alcançasse o bi-campeonato, e enquanto as demais seleções viajavam de trem, a Azurra tinha um avião à sua disposição. Na semi-final, os azurri enfrentaram o Brasil e o discurso utilizado após a vitória italiana foi tipicamente fascistas: “Saudamos o triunfo da inteligência itálica contra a força bruta dos negros”.
Contra a Hungira, na final, uma história ficou bem conhecida. Contam que um telegrama foi enviado à concentração italiana, enviado pelo próprio Mussolini. A mensagem era clara: “Vencer ou morrer”. A Azurra sobreviveu vencendo a Hungria por 4 a 2 e seus jogadores foram recebidos em casa como verdadeiros gladiadores. O Fascismo saiu fortalecido, especialmente através de sua propaganda de governo, onde se colocava o esporte como meio exitoso para os fins do regime e aprofundamento da fidelidade nacional.
19 de junho de 2010
Veto reabre debate por custeio de arenas
Pouco depois de a decisão ter sido anunciada, nota emitida pela Secretaria de Comunicação do Estado de São Paulo, endossada pela prefeitura, rechaçou a possibilidade de usar dinheiro público para a construção de uma nova arena na região.
O governo federal também se eximiu. Em entrevista coletiva concedida em Johanesburgo, na África do Sul, o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, passou a responsabilidade ao comitê local.
"O governo federal assinou um termo com a Fifa e se comprometeu a cumprir 11 exigências para realizar a Copa do Mundo, mas nenhuma delas era relacionada a estádios. Isso consta de um documento que as cidades acertaram com a Fifa. Portanto, é uma responsabilidade da região", explicou o ministro.
Segundo Silva Júnior, o governo federal foi procurado no início do ano passado por representantes das 12 cidades-sedes. Eles argumentaram que a crise financeira internacional dificultou a busca por parceiros comerciais e pediram ajuda na forma de crédito facilitado.
O governo federal colocou uma linha de crédito de R$ 400 milhões à disposição das cidades via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, entidades privadas responsáveis por estádios não conseguiram reunir garantias necessárias para tomar a receita.
Ministro admite crise sobre Copa-14
O cerne do problema enfrentado pelo Brasil é a estrutura de estádios. "Nós sabemos que, quanto mais essa situação é protelada, mais o custo aumenta. E algumas definições têm sido adiadas constantemente", admitiu o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, nesta quarta-feira.
O dirigente esportivo do Brasil reconheceu que o projeto nacional vive momento delicado: "É uma crise importante, sim. Os estádios são parte fundamental para a realização de uma Copa do Mundo, e nós temos encarado problemas com alguns deles".
O projeto brasileiro para 2014 está espalhado por 12 sedes. Entre essas cidades, três contam com estádios privados (Curitiba, Porto Alegre e São Paulo). O restante das reformas de arenas está dividido entre iniciativas privadas e parcerias público-privadas.
"Na maior parte dos casos, temos projetos aprovados e uma estrutura se desenvolvendo. O que é preciso é que as coisas comecem a funcionar", cobrou o ministro.
Silva Júnior repetiu nesta quarta-feira o tom que havia adotado em outras entrevistas recentes sobre a Copa do Mundo de 2014. De forma enfática, ele disse que os estádios são a única preocupação do comitê organizador local (COL) sobre o torneio. "Temos confiança sobre os projetos de infraestrutura e o andamento dessas obras. O que nos deixa aflitos é essa indefinição sobre estádios. Os comitês locais precisam honrar o que eles assinaram", concluiu.