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19 de setembro de 2010

Deu na New Yorker: ódio do futebol encobre desprezo por hispânicos

Os americanos odeiam futebol? Não o futebol regular, naturalmente. Não o futebol da primeira das dez jardas, da jogada longa, dos acertos tardios e dos times especiais, das cheerleaders pneumáticas em roupas curtas, das concussões cerebrais em série — o jogo que todos os americanos amam, com exceção de alguns cabeçudos. Não aquele. O outro. Aquele cujo princípio básico do jogo é chutar uma bola com o pé. Aquele que o resto do mundo chama de “futebol”, exceto quando é chamado (por exemplo) futbal, futball, fútbol, futebol, fotball, fótbolti, fussball ou (como na Finlândia) jalkapallo, que traduz literalmente como “futebol”. Aquele.

A questão é colocada agora — como surge periodicamente por oito décadas — por conta da Copa do Mundo, o torneio global quadrienal do esporte que aqui é chamado de soccer. “Soccer”, por sinal, não é um neologismo ianque mas uma palavra de impecável origem britânica. Deve-se a sua invenção a um esporte rival, o rugby, cujos proponentes estavam lutando uma batalha perdida pela marca “futebol” mais ou menos na época em que estávamos preocupados com uma guerra mais sanguinária, a Guerra Civil. O apelido do rugby era (e é) rugger e seus jogadores são chamados ruggers — uma coisa da classe alta, que usa “champers” para champagne. “Soccer” é o equivalente de ruggers no palavreado de Oxford. O “soc” é diminutivo de “assoc”, para “futebol de associação”, as regras que foram codificadas em 1863 pela toda poderosa Football Association, a FA — a FA sendo no Reino Unido o que a NFL, NBA e MLB são nos Estados Unidos. Mas onde estávamos? Ah, sim. Os americanos odeiam futebol? Soccer, quero dizer?
Aqui está uma resposta plausível: nós não odiamos.

Os que não odeiam somam cerca de 20 milhões que ficaram dentro de casa em um sábado de clima agradável para ver Gana se juntar à Inglaterra, Eslovênia e Argélia na lista de países que este ano foram derrotados ou empataram com os Estados Unidos na Copa do Mundo. Ficamos decepcionados — Gana venceu por 2 a 1 e mandou nosso time para casa desde a África do Sul. Ainda assim, 19,4 milhões, o número registrado pela audiência do Nielsen, é um monte de gente. Não foi apenas o recorde de pessoas que viram um jogo de futebol nos Estados Unidos. É mais gente, na média, que aqueles que viram a World Series [Nota do Viomundo, que torce para os Yankees, de Nova York: final do "campeonato mundial" de beisebol dos Estados Unidos, disputada entre dois times americanos] do ano passado, transmitidas em horário nobre. É alguns milhões a mais que os que viram o Kentucky Derby [principal prova de turfe] ou a final do Masters de golfe ou a Daytona 500, a jóia da coroa da NASCAR [categoria mais popular de automobilismo nos Estados Unidos].

E nós não apenas assistimos. Nós praticamos. É estimado que haja cinco milhões de adultos americanos praticando soccer nos Estados Unidos de forma regular. As crianças são doidas por futebol, especialmente as mais novas. Mais crianças americanas praticam futebol, informalmente ou em ligas organizadas, que qualquer outro esporte coletivo. O soccer pode ser importado, assim como toda nossa população não nativa, mas está a caminho de se tornar algo tão americano quanto a pizza, o taco e as batatas fritas [french fries]. (E a maternidade: apesar da Sarah Palin, as “soccer moms” — um termo introduzido no mundo político em 1996, por um consultor republicano — representam um traço demográfico chave).

[Nota do Viomundo: "Soccer moms" são as mães que levam os filhos para jogar futebol em ligas locais nos fins-de-semana, ou que vão levar e buscar os filhos e filhas nos treinamentos de futebol que acontecem nas escolas. Elas ficam incentivando as crianças ao lado do campo e trocam figurinhas sobre os assuntos essenciais do subúrbio americano, inclusive sobre política. Subúrbio nos Estados Unidos não é pejorativo, são os condomínios abertos de classe média]

Naturalmente, o soccer tem enfrentado desafios nos Estados Unidos, a maioria deles devido a ser uma novidade na arena do comércio americano. O entusiasmo das crianças é ótimo, mas se fosse suficiente a Nike inventaria uma divisão dedicada à queimada. Comparado com seus rivais já estabelecidos, o soccer é ruim para a exploração televisual. O caráter contínuo do jogo, de ação quase ininterrupta, nega os intervalos necessários para promover cerveja e para permitir que se vá à geladeira apanhar uma. O expediente de vender espaço no corpo dos jogadores — encher os uniformes com logos corporativos do pescoço ao umbigo — é bem menos que satisfatório. Além disso, o campo de futebol é bem maior que o grid do futebol americano ou o diamante do beisebol e a coreografia do jogo exige ângulos abertos de câmera. Na TV, os jogadores aparecem minúsculos — um problema para aqueles que não estão equipados com as telas enormes de TV.

Os americanos odeiam o soccer? Bem, alguns de nós desgostamos moderadamente — não do jogo em si, mas do que acabou representando. Mas nesta primavera os ataques anti-futebol da direita deram um salto equivalente à venda das TVs gigantes. Em 1986, Jack Kemp, o ex-quarterback do Buffalo Bills que se tornou deputado republicano, foi à tribuna do Congresso para se opor a uma resolução que apoiava a tentativa dos Estados Unidos (que acabou bem sucedida) de sediar a Copa do Mundo de 1994. Nosso futebol, ele declarou, incorpora o “capitalismo democrático”; o futebol “deles” é “socialismo europeu”. Kemp, no entanto, estava brincando.

Hoje os conservadores que atacam o futebol não parecem estar de brincadeira. As reclamações deles são variações do tema “não americano”. “Eu odeio o soccer talvez porque o mundo goste tanto dele”, Glenn Beck, a estrela da Fox News, proclamou. (Também, “as políticas de Barack Obama são uma Copa do Mundo”). O que realmente incomoda “os bobos críticos da esquerda”, editorializou o Washington Times, é que “os esportes mais populares nos Estados Unidos — futebol, beisebol e basquete — tiveram origem aqui na Terra dos Livres”. No site do American Enterprise Institute o colunista do Washington Post Marc Thiessen, autor de discursos de George W. Bush, escreveu que o “soccer é um esporte socialista”. Também, que é “um esporte coletivista”. Também, “talvez em tempos de Barack Obama o soccer vai finalmente pegar nos Estados Unidos. Mas suspeito que socializar o gosto dos americanos em relação a esportes é uma tarefa mais difícil que socializar nosso sistema de saúde”.

E, então, há G. Gordon Liddy. Soccer, ele disse aos ouvintes de seu programa de rádio, “vem da América Latina e primeiro temos de lidar com este termo, hispânicos. Isso indicaria o idioma espanhol e, sim, essas pessoas na América Latina falam espanhol. Isso é porque os conquistadores que vieram da Espanha — como você sabe entre eles não estava um grande número de caucasianos — conquistaram os indígenas, conquistaram os indígenas e os indígenas adotaram o idioma de seus conquistadores. Mas o que chamamos de hispânicos na verdade são indígenas sul americanos. E este jogo, penso eu, se originou com os indígenas sul americanos e em vez da bola eles usavam uma cabeça, a cabeça decapitada de um guerreiro inimigo”.
O convidado de Liddy, um “crítico de mídia” conservador chamado Dan Gainor, respondeu cautelosamente (“o soccer é um jogo tão básico que provavelmente você pode seguir várias pistas sobre suas origens”), mas ao mesmo tempo afirmou que “toda a questão hispânica” está entre as razões que fazem “a esquerda” promover o jogo “em escolas do país”.

Nós odiamos o soccer? Isso depende de quem “nós” pensamos que somos. Uma das coisas que o charmoso livro “Como o soccer explica o mundo”, de Franklin Foer, explica, é como o futebol, com a globalização e seus efeitos unificadores, nos dá oportunidade para a expressão de ideias nacionalistas, não necessariamente anti-liberais, e para a expressão do tribalismo, que quase sempre é anti-liberal. A soccerfobia da direita americana é tribalismo mascarado de nacionalismo. Um de cada quatro telespectadores daqueles vinte milhões que viram o jogo Estados Unidos vs. Gana estava assistindo a Univision, a principal rede de televisão hispânica dos Estados Unidos. Os outros três eram — bem, quem sabe… Liberais provavelmente, ou algo pior [Nota do Viomundo: A palavra "liberal", nos Estados Unidos, é usada em contraposição a "conservador"]. Deu. Cartão amarelo ou vermelho. Talvez o soccer nunca se torne o jogo americano (embora já seja um deles), mas os Estados Unidos são jogo para o soccer. Somos a Terra dos Livres, não? Podemos ser a terra do chute livre, também?

Escrito por Hendrik Hertzberg,
na coluna The Talk of the Town,
New Yorker, 12 a 19 de julho de 2010

24 de julho de 2010

Racismo no futebol


Datado de 2005, Abdias Campos, escreveu Racismo no Futebol, onde discute o racismo e preconceito no futebol, motivado por fato real entre jogador brasileiro e argentino. A capa traz uma xilogravura de Dila, de Caruaru/PE.




RACISMO NO FUTEBOL
Autor: Abdias Campos

(1)
Neste folheto de versos
Minha homenagem singela
Aos jogadores negros
Que sofrem com a mazela
Do racismo inoportuno
De decadente tabela

Vamos fechar a janela
Na cara dessa vergonha
Combater com veemência
A atitude bisonha
do racismo que apregoa
A jogada mais tristonha

Em todo canto do mundo
Tem-se ouvido um grito só
Do gramado à arquibancada
O campo de futebol
Virou palco de racismo
Que chegamos a ter dó

(2)
Dó de saber qu’inda há
Dentro dos seres humanos
Esses sentimentos podres
Que provocam desenganos
Quando nos julgamos mais
Mais nos tornamos insanos

Jogam bananas no campo
Quando o negro jogador
Pega a bola e vai
Com seu jeito driblador
Encantando aos que sabem
Quais os meandros do amor

A vida não pede cor
Para aquele ou para aquela
A quem pintou nesse quadro
A mais bonita aquarela
Trazendo a arte da bola
Por entre as traves da tela

(3)
Entretanto esta querela
Da cor da pele da gente
Parece ter importância
Para muitos que a mente
Infelizmente parou
Nada enxergou pela frente

Tem francês na Inglaterra
Brasileiro na Espanha
Tem negro por toda a parte
Que com sua arte assanha
A sanha dos infelizes
Matizes da artimanha

Aqui, os vizinhos nossos
Nossos irmãos argentinos
Coitados parecem cegos
Em seus loucos desatinos
Confundido entre as cores
“Los irmanitos bambinos”

(4)
Chamam Grafite de negro
Negrito sim, sim sinhô
Negrão que é bom de bola
Exemplo de jogador
Que tem o vício de ser
Um grande goleador

Mas quem repara na cor
Para se posicionar
Dificilmente consegue
A outro identificar
Tenta vê, mas não há luz
Para que possa enxergar

Somos irmãos uns dos outros
Preto, amarelo, branquinho
O preconceito, sim, erra
Por desviar o caminho
Nunca acertará o gol
Porque só joga sozinho

(5)
Quem pensa que é maior
Sofrerá a queda imensa
Pois sua alma flutua
Numa camada suspensa
Sem base nenhuma vive
A mercê dessa doença

Futebol arte do povo
Para o qual foi coroado
Um negro que até agora
Não pode ser igualado
Em virtude do que fez
Quando esteve no gramado

Como é que então essa gente
Comete tanta asneira
E ainda assim consegue
Repetir essa besteira
À frente de autoridades
Que não saem da cadeira?

(6)
Mas houve uma vez primeira
Foi um homem/delegado
Que pôs a mão num sujeito
Jogador intitulado
De xerife na Argentina
Que perdeu seu rebolado

O dito foi acusado
De racismo em pleno jogo
Tentou se sair por cima
Mas acabou com o fogo
Quando se viu enjaulado
Sob a custódia do rogo

Esses processos deviam
Ser de fácil conseqüência
Agrediu com preconceito?
Depois de tomar ciência
A justiça prescrevia
Receita de consciência

(7)
Ao invés de uma prisão
Entre paredes escuras
Essas pessoas, por lei
Que atingissem criaturas
Teriam que aprender
A viver suas culturas

Seus costumes ancestrais
Suas danças, a comida
Seus cantos e vestimentas
Seus sotaques, sua lida
Seus motivos de alegria
A sua dor contraída

Levariam-na a um quilombo
Um gueto remanescente
Entregaria ao chefe
Um conselheiro da gente
Que se perde quando fala
Mas se cala quando sente

(8)
Deixaria o meliante
O tempo que precisasse
Até ele alcançar
A transformação da face
Ao invés do preconceito
A este ele rejeitasse

No futebol, na escola
No campo e na cidade
Na beira-mar, no Sertão
Que a nossa felicidade
Seja de ter nosso irmão
No mesmo pé-de-igualdade

Racismo: cor da maldade
Do infeliz que o conduz
Ainda bem que existe
Pela remissão da cruz
Perdão à quem se arrepende
Pela graça de jesus.

Fonte: http://www.camarabrasileira.com/cordel02.htm

9 de julho de 2010

SporTV pede desculpas por ironias

O canal de esporte da rede Globo para televisão fechada SporTV pediu desculpas publicamente pela reportagem exibida no canal. No dia 1º de julho, a emissora passou um vídeo recheado de ironias e de preconceitos em relação ao Paraguai. O canal desdenhou a paisagem, a cultura e a economia do país. Até a população recebeu tratamento sarcástico: “Gente bonita e simpática desfila pelas ruas. Se você reparar nas fotos da Larissa (Riquelme), só tem ‘pitel’ junto no mesmo retrato”.

A reportagem provocou a ira dos paraguaios. Um dos principais jornais de Assunção, o La Nación, repercutiu o vídeo fazendo duras críticas ao Brasil, enaltecendo a vitória holandesa sobre a “soberba” brasileira. O texto questiona a rede Globo: “Terão humildade suficiente para a autocrítica ou seguirão com a hipocrisia por trás de seus grandes problemas, como o racismo, seus milhões e milhões de pobres, os assassinatos, o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro e fazer crer que a Ciudad del Este é um oásis de contrabando?”

A SporTV, acudida pela péssima repercussão de suas palavras, fez uma matéria enaltecendo o futebol paraguaio e suas conquistas nas últimas Copas. Antes, o pedido de desculpa dado ao público, dito por um apresentador da emissora: “A gente aproveita esse momento para fazer um pedido de desculpas pela péssima maneira como o povo paraguaio foi abordado em reportagem exibida essa semana. Não foi nossa intenção ofender ninguém e nem é essa a linha de trabalho aqui do SporTV, que preza, é claro, pelo respeito a todos os povos”.

Fonte: Máquina do Esporte.

29 de junho de 2010

COPA É ALVO DA DIREITA DOS EUA

A Copa do Mundo é a mais nova vítima da raivosa extrema direita dos Estados Unidos. Vários comentaristas americanos estão atacando a popularização do esporte nos EUA, dizendo que se trata de uma modalidade esportiva "de pobre", coisa de sul-americano, resultado da crescente influência dos hispânicos no país e ligado às "políticas socialistas" do presidente Barack Obama.

Glenn Beck, o maisfamoso comentarista conservador da Fox News,compara o futebol às políticas de Obama. "Não importa quantas celebridades o apoiam, quantos bares abrem mais cedo, quantos comerciais de cerveja eles veiculam, nós não queremos a Copa do Mundo, nós não gostamos da Copa do Mundo, não gostamos do futebol e não queremos ter nada a ver com isso", esbravejou Beck na TV. Segundo ele, o futebol é como o governo atual: "O restante do mundo gosta das políticas, mas nós não." Com o bom desempenho do time americano no jogo contra a Inglaterra no sábado, os tradicionais fãs de beisebol e futebol americano estão mais entusiasmados com a Copa do Mundo. Mas isso é resultado de uma "conspiração da esquerda", dizem os conservadores. "Futebol é um jogo de pobre", afirma o analista conservador Dan Gainor, do Media Research Center.

"A "A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está se 'amarronzando'", afirmou, em referência ao aumento do número de hispânicos no país. Para Matthew Philbin, do centro de pesquisas de direita Culture and Media Institute, "a mídia liberal sempre se sentiu desconfortável com o fato de sermos únicos entre as nações, sermos líderes; e os esquerdistas são contra nossa rejeição ao futebol, da mesma maneira que são contra nossa rejeição ao socialismo". O radialista Mark Belling foi além, "eles nos estão enfiando futebol goela abaixo", disse Belling no programa de rádio de Rush Limbaugh, ouvido por 20 milhões de americanos.

Para eles, o futebol é um esporte estrangeiro, que não pertence à cultura tradicional dos EUA. O fato é que o futebol conquistou tantos adeptos no país nos últimos dez anos que atualmente rivaliza com beisebol e basquete.

Hoje em dia, mais crianças abaixo dos 12anos jogam futebol do que beisebol, basquete e futebol americano juntos. Segundo a Fifa, os EUA têm 18 milhões de jogadores registrados. Muitos imigrantes hispânicos trouxeram a tradição de seus países e ajudaram a popularizar o esporte nos EUA.

Maso futebol nem de longe restringe-se aos hispânicos. Já existe até uma faixa demográfica apelidada de "mães do futebol": mulheres brancas de classe média.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo.

1 de junho de 2010

Declarações machistas de jogadores de futebol, sexismo e violência em “comunhão”

“- A outra bola é igual a mulher de malandro: você chuta e ela continua ali. Essa de agora é igual Patricinha, que não quer ser chutada de jeito nenhum – disse Melo.”

Começo esse artigo de hoje com essa citação de uma reportagem exposta na globo.com, aonde o jogador da seleção brasileira que irá disputar a Copa do Mundo 2010, Filipe Melo (volante), nos “brinda” com esse “belo” exemplo de misogenia (aversão ao feminino, suas características) e violência, quando compara a bola da Copa (Jubilani) a uma patricinha, enquanto a outra bola é igual a “mulher de malandro”, uma expressão muito usual no nosso cotidiano, que além de condicionar a mulher como pertencente ao homem, pois coloca sempre a mulher como “mulher de…”, e nesse caso “de…” quer dizer que ela pertence a alguém, também justifica a violência que eventualmente a mesma venha a sofrer, pois “mulher de malandro” seria uma mulher que se submete a violência doméstica, sem reclamar, devido ao fato de “malandro” (segundo o dicionário Michaelis, podemos definir malandro como: vadio, gatuno, patife, tratante). Ser uma referência de homem que vive à margem da lei e que se utiliza da violência constantemente, e por isso este homem, trataria essa mulher de maneira violenta, desrespeitando seu direito de não sofrer violência física e/ou moral, garantido pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006):

“Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.”

Portanto, o jogador Filipe Melo se demostrou, pelo menos nesse momento, uma posição totalmente machista, desnecessária, principalmente no momento que o mesmo se converte numa figura formadora de opinião, por se tratar de um jogador da seleção brasileira, em plena Copa do Mundo, período que se vemos brotar um nacionalismo exarcebado no Brasil, um processo alienante, que contribui para “acalmar” todos os nossos grandes problemas sociais, de maneira a fazer o povo se esquecer deles (escândalos nos três setores – executivo, legislativo e judiciário – por exemplo), fazendo com que esse tipo de discurso fique cada vez mais justificado e comum em nossa sociedade, como num passado recente, quando o também jogador Adriano (Flamengo) se envolveu numa briga com a namorada:

“Segundo a publicação, o camisa 10 do Fla fez um churrasco, onde estariam presentes Vagner Love, Bruno, Álvaro e alguns jogadores mais jovens do elenco rubro-negro. A namorada de Adriano descobriu o encontro, foi até o local e apedrejou os veículos dos jogadores e agrediu seu companheiro.Revoltado, o Imperador pediu para os chefes do tráfico local para que expulsassem sua noiva da favela e, caso ela recusasse, para que fosse amarrada em uma árvore até o amanhecer.”

Apesar da reação da namorada ser reprovável, não se justificaria a resposta do jogador e como houve grande comoção da mídia em torno do caso, o companheiro de clube de Adriano, o goleiro Bruno, tentou ajudar o “imperador” dando uma declaração ainda mais deplorável:

“Qual de vocês (jornalista) que é casado que nunca brigou com a mulher? Que não discutiu, que não até saiu na mão com a mulher, né cara? Não tem jeito. Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher, xará. Então eu acho que isso é problema pessoal do cara. E ele é o Imperador e por isso que repercute muito, mas ele é um cara que tem sentimentos e é normal se abater um pouco”, declarou Bruno.”

Coloco esses exemplos de declarações com o intuito de demostrar como o discurso machista se reproduz nos mais diversos meios, nas mais diversas classes, pautando, hoje, o meio esportivo, em especial o futebol, que ganha a atenção de toda a mídia, devido a ocorrência de seu evento máximo (Copa), o que faz com que qualquer fala desses “super astros da bola” tenha um grande poder de inserção no imaginário popular d@ brasileir@, legitimando a violência contra a mulher e a sua submissão ao homem. Temos que combater esses discursos sexistas, principalmente, estes que tem muita influência sobre a maioria da população e em especial noss@s jovens, sempre nos propondo o debate, para demostrarmos nossas posições, propostas e teorias.




Escrito por:
Celina Fraga Rossi.

27 de janeiro de 2010

Por auxílio à arbitragem, Fifa admite utilizar câmeras na linha de gol

A utilização de aparatos tecnológicos para auxílio da arbitragem geralmente é tratada com aversão pela Fifa. Mas desta vez o presidente da entidade, Joseph Blatter, demonstrou uma opinião contrária e afirmou poder câmeras próximas às linhas do gol para esclarecimento de dúvidas em lances desse tipo.

Não sou totalmente oposto, mas somente quando uma tecnologia que permita verificar se a bola passou da linha do gol estiver pronta para ser experimentada”, afirmou o dirigente, em entrevista ao jornal suíço "Sonntagsblick".

No mês de março, a entidade que rege o futebol organizará uma reunião para discutir a possibilidade de se colocar um microchip na bola e a utilização de câmeras dentro dos gols.

Tais procedimentos, entretanto, garante Blatter, não serão acrescidos durante a realização da Copa do Mundo que será realizada em junho, na África do Sul.

Fonte: Soccerex Business

Comunicação eletrônica e imagens de vídeo são os principais recursos para auxiliar os árbitros no futuro. Dando assim uma transparência maior e uma (quem sabe) freada nas mancadas feitas em campo, onde os árbitros não enxergam. Esses recursos tecnológicos já existem e alguns inclusive estão sendo testados. O problema é implantá-los oficialmente. Qualquer proposta de mudança no futebol só entra em vigor depois de aprovada pela International Football Association Board (Ifba), uma comissão formada por quatro representantes da Fifa e um de cada federação de futebol britânica (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales). Qualquer proposta precisa de pelo menos seis dos oito votos para ser aprovada. E, diferentemente da Uefa (a confederação européia), que é declaradamente a favor do uso de novas tecnologias no futebol, a Fifa e, conseqüentemente, a Ifba são conservadoras. Parece que agora as coisas estão tomando outros rumos e os “donos da bola” estão mais abertos ao dialogo.

17 de dezembro de 2009

São Paulo pede cuidado com manifestações sobre visual de Richarlyson

O novo visual de Richarlyson, que alongou seu cabelo com um aplique, gerou reações pouco positivas de torcedores e dirigentes do São Paulo. Em comunidades na internet, já apagadas pelo site de relacionamentos que as gerencia, houve críticas e ameaças de morte.

A diretoria do clube também não gostou. Avaliou que a mudança foi uma exposição desnecessária do camisa 20, perseguido por parte da torcida -que chegou a cantar músicas de teor homofóbico contra ele.

Em contato com a reportagem, porém, o superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha minimizou a questão. Para não dar razão àqueles que perseguem Richarlyson, disse que as manifestações não têm importância.

"Não há situação nenhuma envolvendo o Richarlyson. O clube é dirigido de dentro para fora, a gente não resolve nada porque disseram algo na internet", afirmou Marco Aurélio.

O cartola assegurou ainda que não pedirá ao jogador uma mudança no visual para evitar maiores problemas. Disse que "o São Paulo o respeita e o considera". "Não temos de pedir nada. O Richarlyson e os demais têm de cumprir seus deveres de atleta, só isso", acrescentou.

O volante diz que não é gay, mas diz ser contra a homofobia desde que José Cyrillo Júnior, então diretor do Palmeiras, insinuou sua homossexualidade - Ricky o processou. A questão incomoda parte da torcida tricolor, que prefere vê-lo longe.

Quando alongou o cabelo, o jogador disse que o fez para aumentar sua autoestima. Ele deve mantê-lo até a reapresentação do São Paulo.

Fonte: Uol Esporte


Como podemos perceber, infelizmente a homofobia é um mal que ainda custará muito a ser superado...

28 de novembro de 2009

Presidente do Palmeiras faz declaração considerada homofóbica

"Vamos matar os bambis" disse o presidente do Palmeiras Luiz Gonzaga Belluzzo (afastado temporariamente do carto pelo STJD) durante o aniversário da escola de samba de uma das torcidas organizadas do time.

O vídeo com a declaração vazou na Internet, mas Belluzzo desculpou-se e disse que não tinha nenhuma intenção de falar sério. "Falei em um ambientede festa, há dois meses, em uma escola de samba. Estava com minha família, minha filha, era brincadeira" explicou em entrevista para o GE.net.

Manifestações no futebol tendo com referência a homossexualidade são comuns no Brasil. Na festa de aniversário do Corinthians, torcedores exibiram um veado vestido com as cores do São Paulo, o que foi repudiado pela diretoria são-paulina.

Ao explicar a expressão usada, Belluzzo ressaltou que o verbo "matar" é linguagem de futebol e que não tem nenhuma relação com incitar a violência. "Faleimatar no sentido futebolístico" disse o dirigente.

Fonte: AthosGLS


8 de novembro de 2009

Jogador de futebol é demitido por ser homofóbico


A Polônia, país dos mais homofóbicos da Europa, teve uma baixa esta semana. O goleiro polonês Arek Onyszko foi demitido por declarações preconceituosas contra gays. o atleta jogava pelo clube FC Midtjylland, da Dinamarca, onde jogava. Em sua biografia, cujo título é “Fucking Polak” (algo como “Polaco Poderoso”), o jogador declarou odiar homossexuais.

“É lamentável ter de ouvi-los falarem uns com os outros como se fossem ‘mulherzinhas’. Não consigo estar no mesmo espaço que um homossexual. Vejam como eles se beijam. É doentio”, relata o jogador no livro. Há cinco meses, Onyszko havia sido demitido de outro clube dinamarquês quando foi condenado a três meses de prisão por ter agredido a sua ex-mulher.

Fonte: ParouTudo.com

Doentio é a homofobia e outros tipos de preconceitos. A punição para esse sujeito saiu barata...

Time ameaça deixar Campeonato Turco por causa de torcedores racistas


Istambul, 2 nov (EFE) - O Diyarbakirspor, equipe curda da primeira divisão do futebol turco, anunciou que deixará o campeonato nacional em protesto contra o racismo que vem sofrendo há semanas.

O time de Diyarbakir, a cidade mais povoada da região curda da Turquia, não entrará em campo no jogo contra o Galatasaray de Istambul, disse à agência de notícias "Anadolu" o presidente do clube, Çetin Sümer.


A decisão é uma resposta ao tratamento racista que jogadores e torcedores do Diyarbakirspor têm sofrido da torcida de de outros times pelo fato de o clube ser de origem curda.


A reação também é um protesto contra a Federação de Futebol da Turquia, que não estaria fazendo muito para evitar os insultos, apesar das constantes reclamações da equipe.


No mês passado, durante uma partida contra o Bursaspor, cujos torcedores radicais são conhecidos pelo forte nacionalismo turco, a torcida do Diyarbakirspor foi agredida e chamada de "separatista" e de seguidora do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).


Tanto nesse como em outros jogos, os torcedores adversários gritaram frases como "Que feliz aquele que pode dizer 'Sou turco!'", uma das famosas frases do fundador da República da Turquia, Mustafa Kemal Tatürk, algo que irritou e ofendeu os seguidores curdos.


A repetição desses incidentes na última partida, disputada contra o Gaziantepspor neste fim de semana, e as polêmicas decisões da arbitragem que permitiram ao time local vencer o Diyarbakirspor com gols marcados nos últimos três minutos, foram a "gota de água" para que a direção do clube de Diyarbakir decidisse deixar o campeonato.


"Estão tentando colocar obstáculos contra nós", reclamou o técnico Ziya Doga em declarações à agência "DHA".

O presidente do Diyarbakirspor explicou que levará sua decisão de deixar o campeonato à Prefeitura de Diyarbakir, em mãos do partido nacionalista curdo DTP, e a organizações da sociedade civil, já que o clube "não é da direção, mas de toda a cidade".

Fonte: Agência EFE

21 de outubro de 2009

Bolívia prepara recurso para impedir veto a jogos na altitude

O governo boliviano anunciou hoje que prepara um recurso ante o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, em francês) caso seja aprovado um novo veto à disputa de partidas de futebol na altitude.

O vice-ministro de Esportes, Víctor Barrientos, afirmou à imprensa a opção jurídica se confirmará caso “a intransigência da Fifa continue” e a entidade decida proibir jogos a mais de 2.750 metros acima do mar.

Em 2008, a Fifa impediu disputas oficiais em estádios que superassem aquela altitude, mas depois suspendeu temporiariamente a medida para La Paz, capital boliviana, cujo estádio Hernando Siles está a 3.600 metros acima do nível do mar.

“Ninguém escolhe o lugar onde nasce, e a altura por si só não ganha nem perde jogos. Estatisticamente, nos últimos anos, a altura não beneficiou as equipes locais. Esta é a defesa que faremos”, disse o vice-ministro.

Barrientos acrescentou que a participação do governo boliviano neste processo, encabeçado pelo presidente Evo Morales, que é fã de futebol, é “contundente” para que a Fifa desista de sua posição.

Morales afirmou neste domingo que a entidade “discrimina” a Bolívia e “erra” ao querer vetar novamente jogos na altitude, lembrando que o futebol é um esporte de “integração”.

Morales respondeu dessa maneira às declarações do chefe da comissão médica da Fifa, o belga Michael D'Hooghe, que insinuou neste sábado que a entidade pretende proibir novamente partidas disputadas em locais de altitude elevada. “Temos que encerrar já este último capítulo e dizer a palavra final”, afirmou Barrientos.

Se a proibição da Fifa se confirmar, alguns dos principais estádios bolivianos serão afetados, como o Hernando Siles, o Jesús Bermúdez, de Oruro, a 3.700 metros de altitude, e o Víctor Agustín Ugarte, de Potosí, a 4.000 metros acima do nível do mar.

Para defender o futebol disputado na altitude, Morales chegou a jogar uma partida em La Paz, em março de 2008, da qual também participou o técnico da seleção argentina, Diego Maradona.

A derrota da Argentina para a Bolívia por 6 a 1, em 1º de abril passado, em La Paz, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, reabriu o debate sobre como a altitude afeta o desempenho dos jogadores de futebol.

Fonte:
Portal Copa 2014

20 de outubro de 2009

Operário acusa alguns torcedores do Sinop de racismo

O técnico do Operário, Éder Taques, denunciou no último dia 13 manifestações racistas por parte de um grupo de torcedores do Sinop Futebol Clube contra o lateral-direito Ezequiel e o volante Bogé. O fato teria ocorrido no empate sem gols entre as duas equipes no último fim de semana, no estádio Gigante do Norte, pela Copa Mato Grosso.

De acordo com Taques, do início ao fim da partida seus atletas, ambos negros, sofreram com insultos por parte de alguns poucos torcedores sinopenses, que os chamavam de "macacos e negros safados" entre outros adjetivos depreciativos. A agressão verbal foi tanta que o treinador tricolor ensaiou partir para cima dos torcedores.

"Os insultos eram tantos e agressivos que cheguei a partir para cima do pessoal. Não quero generalizar, mas o grupo de torcedores do Sinop extrapolou ao ofender meus jogadores. Foi uma pura manifestação de racismo contra dois profissionais que estavam ali trabalhando de forma honesta. É condenável e a federação têm que tomar alguma providência com relação ao que tudo que ocorreu com Ezequiel e o Bogé", disse, sem esconder sua irritação com a atitude dos torcedores.

Procurado pela reportagem de A Gazeta, o presidente do Sinop, Altair Cavaglieri, não foi encontrado para comentar o assunto. Já o do Operário, Wendel Rodrigues, estava em viagem, mas já estuda medidas para representar o clube de Sinop.

O presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Carlos Orione, lamentou o ocorrido prestando solidariedade aos jogadores tricolores. Segundo o dirigente, a entidade tomará ciência da acusação e se for constatado o que foi relatado por Éder Taques, o Sinop responderá pelos atos do grupo de torcedores.

Orione lembrou que caso de manifestação racista é combatida com veemência na Europa. "O clube chegar a perder mando de campo, disse.

Fonte: A Gazeta

15 de outubro de 2009

Equipe muçulmana que se negou a jogar com gays é excluída do torneio

PARIS, França — O clube muçulmano de futebol Créteil Bebel, que se negou a jogar no início do mês contra uma equipe de jogadores homossexuais, o Paris Foot Gay, foi excluído excluído nesta quarta-feira do torneio, segundo um comunicado das autoridades do futebol amador francês.

A recusa do Créteil Bebel de enfrentar o Paris Foot Gay (PFG), que denunciou uma atitude homofóbica, provocou muita polêmica na França.

"Devido ao nome de sua equipe e de acordo com nossos princípios, não podemos jogar contra vocês", afirmava um e-mail enviado pelo Créteil Bebel ao PFG na véspera da partida, que aconteceria no último dia 4.

"Nossas convicções são muito mais importantes que uma simples partida de futebol", completa o texto.

O PFG pediu à liga CFL que punisse o Créteil por uma decisão que considera "homófoba e muito chocante". Além disso, ameaçou com um processo judicial se seguir por este caminho, nas palavras do presidente do Paris Foot Gay, Pascal Brethes.

Zahir Belgharbi, dirigente do Créteil Bebel, rebateu as acusações e afirmou que o problema está no nome do PFG.

"Não sou homófobo, não sou integrista, não me incomoda jogar com gays, e sim com um clube que tem este nome", declarou Belgharbi.

"Nós nos esforçamos para ser neutros, não nos chamamos por exemplo Futebol Clube Islâmico. Por quê os outros querem levantar a bandeira de uma ideologia? A única coisa que eu quero é jogar futebol", completou.

O PFG respondeu que não é um clube reivindicativo e sim uma associação que luta contra a homofobia no futebol, aberta a heterossexuais e homossexuais, na qual jogam negros, brancos, árabes, de todas as religiões.

Fonte: AFP

14 de outubro de 2009

Leste Europeu é palco para acompanhamento de casos de racismo no futebol

A preocupação da Uefa com os casos recorrentes de racismo envolvendo torcedores e atletas de futebol nos campos rendeu a criação de um grupo voltado para estudos específicos sobre a temática. E a partir deste mês de outubro, as ações se estabeleceram também a partir de uma região pontual: o Leste.

Em Varsóvia, capital da Polônia, começou o funcionamento do Centro de Monitorização Anti-Racismo do Leste Europeu, que irá monitorar, pesquisar e documentar casos de discriminação racial verificados na região onde se incluem os países organizadores da próxima edição da Eurocopa - Polônia e Ucrânia.

“O crescimento do significado social do futebol nesses países na antecâmara do Euro-12 constituiu uma excelente oportunidade para destacar a pertinente questão do racismo e da xenofobia no Leste Europeu”, apontou o sociólogo Rafal Pankowski, coordenador do projeto.

“O nosso ponto de partida será o racismo no futebol, mas o vemos dentro de um contexto mais global de discriminação na sociedade em geral”, acrescentou o coordenador adjunto, Jacek Purski, ainda em entrevista ao site ofial da Uefa.

O centro é parte integrante de um projeto de desenvolvimento da Fare (Rede Pan-Europeia Contra o Racismo no Futebol) nessa localidade, que terá a duração de três anos e contará com fundos da entidade que comanda o futebol no Velho Continente.

Dentre outras frentes, esse financiamento provirá das receitas do licenciamento das transmissões da principal competição entre seleções da Europa. O sindicato dos jogadores (FIFPro), que, juntamente com a Uefa e a Fare, organizou a conferência “Unidos Contra o Racismo”, no mês de março, também apoia a iniciativa.

Os alvos centrais são apoiar a preparação do torneio e de atividades anti-discriminação, a partir de programas de formação, comunicação e parcerias com organismos governamentais, comitês locais e cidades anfitriãs, e trabalhar em conjunto com comunidades de minorias étnicas: uma forma de combate à essa aversão social e de aumentar a a visibilidade dos programas da Fare.

Por fim, busca-se a construção de uma base de recursos capaz de suportar no Leste Europeu, em longo prazo, outras campanhas desse sentidopor intermédio do futebol - Romênia, Bulgária, Rússia, Bielorrússia e Moldávia também fazem parte da empreitada.

Fonte: Universidade do Futebol

7 de outubro de 2009

Time de futebol muçulmano francês se recusa a jogar contra gays

PARIS - Um time de futebol muçulmano amador gerou polêmica na França ao se recusar a jogar contra um clube que apoia os direitos homossexuais e tem jogadores gays. O time Creteil Bebel faltou à partida marcada contra o Paris Foot Gay (PFG) no final de semana, dizendo que vai contra suas crenças religiosas jogar contra homossexuais. O PFG disse que irá processar o Creteil Bebel por homofobia. "Fomos insultados no passado, mas este tipo de coisa nunca aconteceu", disse à Reuters Pascal Brethes, presidente e co-fundador do PFG. O Creteil Bebel defendeu sua ausência dizendo que suas convicções religiosas são muito mais importantes do que qualquer evento esportivo. "Como muçulmano, tenho o direito de não jogar contra homossexuais porque não compartilho suas ideias", disse Zahir Belgarbi, um dos diretores do time, à rádio France Bleu. O PFG foi criado em 2003 para lutar contra a homofobia, que existe em alguns subúrbios ao redor de Paris, onde o time atua. Grupos de direitos humanos e anti-discriminação saíram em defesa do PFG e autoridades municipais também se envolveram na disputa. "A cidade de Paris será inflexível quando confrontada por ataques a seus princípios e continuará a lutar com determinação contra todos os atos de discriminação", disse a municipalidade em um comunicado.

(Reportagem de Elizabeth Pineau)

Fonte: Reuters

2 de julho de 2009

Uefa autoriza paralisação de jogos por incidentes racistas

O Comitê Executivo da Uefa decidiu que os árbitros poderão paralisar um jogo de futebol em caso de incidentes racistas, situação que pode acarretar consequências como multas ao clube envolvido ou o fechamento do estádio. Reunido quarta e quinta em Vilnius, capital da Lituânia, o comitê aprovou um protocolo de três passos, que entrará em vigência imediatamente. O primeiro deles é que, ao detectar problemas ou ser avisado deles pelo auxiliar, o árbitro deverá, de acordo com o artigo 5 do regulamento do futebol, paralisar o jogo e pedir o fim da ação pelo sistema de som. Caso a situação não mude, o árbitro suspenderá a partida por entre cinco e 10 minutos, período definido pela Uefa como "razoável", e pedirá às equipes que voltem ao vestiário. O público voltará a ser avisado pelo sistema de som do estádio. A terceira e última medida é a suspensão do jogo, o que só deve ocorrer caso existam riscos para a segurança de jogadores e público. Isso resultará em penalizações, suspensões do estádio ou multas, a serem discutidas pelos órgãos disciplinares da Uefa.

Fonte: Zero Hora

27 de junho de 2009

Paulo Autuori diz que não existe racismo no futebol

O técnico do Grêmio, Paulo Autuori, falou com mais calma nesta sexta-feira sobre a denúncia de racismo feita por Elicarlos, do Cruzeiro, contra o argentino Maxi López. O atleta da Raposa disse que foi chamado de macaco pelo atacante tricolor. O gringo negou a acusação e argumentou que sequer conhece a palavra.

Ainda no Mineirão, Autuori se mostrou revoltado com a polêmica, que foi parar na delegacia do estádio, com toda a delegação gremista presente para prestar testemunho a favor de Maxi. Na ocasião, o treinador recebeu voz de prisão por suposto desacato à autoridade. Porém, ele foi liberado em seguida. No caminho até o ônibus, Autuori falou rapidamente e já deu um sinal daquilo que falaria com mais detalhes nesta sexta. Para ele, não existe racismo no futebol.

O comandante do time tricolor disse que os atletas estão acostumados a conviver com diferentes raças e etnias no futebol. Ele lembrou que trabalhou com jogadores de 13 nacionalidades diferentes no Benfica, de Portugal.

- Não existe esse lance de racismo no futebol. Jogador trabalha com todas as raças. Isso existe na cabeça de pessoas que querem aparecer, criar clima. Temos que estar atentos ao que é essencial e ao que não é. Em quantos jogos os argentinos estiveram envolvidos no Brasil? E em quais aconteceu isso (acusação de racismo)? É sempre em Libertadores. Não existe isso no futebol. Quando fala “gringo isso, gringo aquilo”, não é racismo? – questionou Autuori.

Na opinião do treinador do Grêmio, Elicarlos foi orientado pela diretoria do Cruzeiro a fazer denúncia contra Maxi López.

- O jogador foi orientado. Ele, por si só, não faria isso. Está acostumado.

Autuori também lamentou que o depoimento de Maxi tenha sido tomado no estádio. O treinador gostaria que o processo ocorresse no hotel onde a delegação gremista estava hospedada em Belo Horizonte.

- Eles (policiais) têm o direito de ir lá. Mas não têm o direito de fazer uma equipe que tinha que viajar ficar retida em uma situação daquelas. O bom senso seria deixar a delegação ir para o hotel e fazer tudo lá – opinou Autuori.

Dentro de campo, o Cruzeiro venceu o Grêmio por 3 a 1. O jogo da volta, valendo vaga na final da Libertadores, é na próxima quinta-feira, no Olímpico.

Fonte: GloboEsporte.com

18 de junho de 2009

Uefa discutirá atuação de árbitros em incidentes racistas

O Comitê Executivo da Uefa debaterá em sua próxima reunião, dias 1º e 2 de julho em Vilnius, capital da Lituânia, as reações que os árbitros devem ter diante de incidentes racistas.

O tema será adotado um mês depois da proposta do presidente da Uefa, Michel Platini, pelo princípio de "tolerância zero" com o racismo, o que inclui paralisar, suspender ou abandonar a partida.

Além disso, será analisada a presença e participação de mais dois árbitros, atrás dos gols, na fase de grupos da Liga Europa, que substitui a Copa da Uefa.

A inovação conta com o aval da International Board, que regulamenta as regras do futebol, e do Comitê Executivo da Fifa.

A agenda do Executivo da Uefa, que se reunirá na Prefeitura da capital lituana, inclui também um relatório as finais da Copa dos Campeões e da Copa da Uefa, vencidas por Barcelona e Shakhtar Donetsk em Roma e Istambul, respectivamente.

Fonte: Agência EFE

16 de junho de 2009

Acusação de racismo na partida entre Goiás e Corinthians gera polêmica

Neste domingo, após o término do jogo entre Goiás e Corinthians, o volante Elias, do Timão, acusou o atacante Felipe (foto), do alviverde goiano, de ofensa racista durante a partida.

Segundo Elias, Felipe teria lhe chamado de "neguinho". O atacante goiano se esquivou das acusações e disse jamais ter entrado em campo com o objetivo de ofender ninguém. Elias ainda afirmou que o árbitro do jogo, Wagner Tardelli, ouviu o que foi dito, chegando a pedir desculpas para o corintiano. Por sua vez, Tardelli rebate, explicando que não ouviu Felipe falar nada para Elias.

Episódios de suposto racismo não são novos no mundo do futebol. Mas, de alguns anos pra cá, há registro de casos isolados que repercutiram muito, tanto no Brasil como em outros países.

No final dos anos 90, era comum ouvir as reclamações do colombiano Rincón, na época jogador do Corinthians, acusando o então atacante palmeirense Paulo Nunes de utilizar termos racistas contra os jogadores negros do Timão.

Em 2005, na Taça Libertadores da América, um fato virou caso de polícia e correu o mundo. Durante a partida entre São Paulo e Quilmes (Argentina), no Morumbi, o atacante da equipe brasileira, Grafite (atualmente no Wolfsburg, da Alemanha), afirmou ter ouvido do zagueiro Desábato algo como "negro de mierda". Assim que o jogo terminou, o jogador do Quilmes teve sua prisão decretada, foi algemado ainda no estádio e passou várias horas daquela noite em uma delegacia paulista.

Na Europa, os casos registrados de racismo ocorrem não apenas com insultos aos negros, mas também com manifestos de preconceito aos judeus, por exemplo. Ficou marcado para a história, só que negativamente, um jogo amistoso entre as seleções da Espanha e Inglaterra. A partida foi realizada em Madrid, no mês de novembro de 2004. Na ocasião, cada vez que os jogadores negros da seleção inglesa, como Campbell, Ferdinand e Wright Phillips, tocavam na bola, a torcida espanhola imitava sons fazendo alusão a um macaco. A Espanha, aliás, é um dos países onde ocorreram os casos de preconceito mais famosos, envolvendo atletas negros como o goleiro do Espanyol, Kameni e o atacante camaronês do Barcelona, Samuel Eto'o.

Eto'o se transformou em símbolo na luta contra o preconceito e costuma lembrar que o problema é mais comentado quando envolve alguém famoso, mas faz parte do cotidiano da sociedade. "Se a mim, que sou rico e famoso, me humilham, imaginem o que pode acontecer com um negro que anda pelas ruas?", disse certa vez o atacante do Barcelona.

Fonte: O Pantaneiro