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27 de julho de 2011

Copa para quem? Ato dia 30 de julho.

PARTICIPE DO ATO DIA 30 DE JULHO - EM FRENTE AO METRÔ ITAQUERA - 10 HORAS DA MANHÃ.

Copa para quem? Quer pra você? Então diz como!

Carta Aberta à Sociedade, do Comitê Popular da Copa/SP, sobre o processo de organização da Copa do Mundo, a ser realizada no Brasil em 2014.

O futebol deixou de ser uma saudável prática esportiva. No lugar do espírito esportivo, foram impostos à organização desse esporte uma série de interesses econômicos e políticos. Futebol virou mercadoria e sua finalidade o lucro. A entidade máxima do futebol mundial, a FIFA, tem como seu objetivo verdadeiro aumentar seu já milionário patrimônio.

Uma série de escândalos tornou pública a forma corrupta como essa entidade age. É nesse contexto que o Brasil vai sediar a Copa de 2014. Com superpoderes, a FIFA impôs uma série de requisitos para ser cumprido. Essas exigências fazem parte da rentabilidade que a entidade e suas empresas parceiras terão com a realização do evento. Na prática, não deixarão nenhum legado social positivo. Pelo contrário, fatos históricos (África do Sul, entre outros) apontam para outra direção.

Nós, cidadãos e cidadãs, que trabalhamos e pagamos impostos, perguntamos: é justo uma entidade corrupta ditar o quê o país deve fazer? Deve o Estado brasileiro se submeter aos seus ditames? Vale gastar tantos recursos públicos em um evento que dura apenas um mês?

Fica cada vez mais evidente que quem ganhará com a realização da Copa é o setor imobiliário; as incorporadoras e as empreiteiras lucrarão com as obras e serviços a serem realizados e com a especulação imobiliária. Através de seu poder econômico e político, esses setores pressionam o Estado para usufruir enormes somas de dinheiro público em benefício próprio.

Observamos a repetição de histórias trágicas: superfaturamentos; falta de transparência; agressões aos direitos humanos; repressão aos pobres; despejos forçados e desrespeito com a população em geral.

Leia a materia completa

A Copa acelera dois processos já em curso: a repressão aos pobres e aos movimentos populares e a supervalorização fundiária. Isso em todas as cidades-sede da Copa. A Copa não pode servir de pretexto para o aumento de políticas repressivas e contribuir para o agravamento de problemas como o da moradia. Temos problemas sérios como o assassinato de jovens da periferia, principalmente de jovens negros e negras, a violência generalizada contra as mulheres, os/as trabalhadores/as formais e informais e os movimentos sociais. Cabe lembrar que, durante a Copa realizada na África do Sul, houve um grande aumento do tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para a exploração sexual.

A Copa servirá para potencializar ainda mais estas formas de violência? Não podemos deixar que isso ocorra. Desde já denunciamos o turismo sexual em nosso país por causa da Copa.

Não concordamos que, sob o pretexto da realização da Copa, uma série de favorecimentos ocorra por parte do Estado brasileiro, como as licitações obscuras e a privatização dos aeroportos.

Também não queremos que a Copa seja a reprodução do Pan 2007, no Rio de Janeiro. O dinheiro utilizado para a realização daquele evento foi tirado da saúde, da educação, da moradia. Resultado: a falta de recursos provocou o caos nos hospitais, a epidemia de dengue e o desmoronamento de encostas.

No caso da cidade de São Paulo, é mentiroso o argumento de que o Estádio em Itaquera trará benefícios para toda a zona leste. O desenvolvimento da zona leste é obrigação do Estado, uma dívida histórica que este tem em prover saúde, educação, moradia, políticas para a infância e a juventude, desenvolvimento urbano e transporte de qualidade. Essas responsabilidades não devem estar atreladas à Copa, dado os interesses privados que esse evento comporta.

O Estádio é importante, mas é mais do que perverso se apropriar da paixão da torcida para justificar uma obra que só trará lucros a alguns setores; que o empenho para a construção do Estádio seja maior que o empenho para a construção da Universidade Federal da Zona Leste; que seja motivo para construir mais avenidas na região, com o transporte público, inclusive o metrô, já completamente saturado.

Ademais, repudiamos a valorização imobiliária da região e a remoção de comunidades inteiras. A população local deve ter seus direitos respeitados.

O Comitê Popular da Copa/SP é formado por entidades e organizações populares. Como trabalhadores/as organizados/as, temos um projeto de sociedade e de cidade diferente do que está sendo imposto. Não admitimos desrespeito às leis, acordos obscuros e violação aos direitos humanos. Contamos com o apoio de todas as entidades, órgãos da imprensa e setores da população preocupados com os rumos que a organização da Copa está tomando.

Pelo fim dos despejos e das remoções!

Por moradia digna para toda a população!

Por políticas públicas para a população de rua!

Por políticas públicas para a juventude!

Pelo fim de todas as formas de violência e exploração das mulheres!

Pelo fim da violência policial e do genocídio da população negra e pobre!

Por trabalho decente e salário justo!

Pelo fim da perseguição aos trabalhadores informais!

Por educação pública, universal e de qualidade!

Pela universidade pública (UNIFESP - Jacu Pêssego) com cotas sociais e raciais!

Por transporte público, barato e de qualidade para toda a população!

Por saúde pública de qualidade pra toda a população!

Que todos possam usufruir o direito à cidade!

Por uma Copa com verdadeiro legado social!

Pela transparência e acesso à informação!

Pelo fim da elitização do futebol!

Comitê Popular da Copa SP /Julho de 2011

Twitter: @CopaPopularSP

31 de maio de 2011

Facebook deletou conta de jogador brasileiro por sua defesa da Palestina

http://inforrock.blogspot.com/2011/05/facebook-deletou-conta-de-jogador.html


GALERA, INACREDITÁVEL!
MATÉRIA QUE LI NO BLOG 
TREZENTOS FALA QUE O O PERFIL DO FACEBOOK DO JOGADOR BRASILEIRO MARCELO VIEIRA FOI DELETADO.
MARCELO, LATERAL ESQUERDO DA SELEÇÃO BRASILEIRA E DO REAL MADRID, APENAS DEMONSTROU SUA SOLIDARIEDADE PARA COM O POVO PALESTINO, E SUA ARDUA LUTA POR UM PEDAÇO DE TERRA.

Two days later, the unexpected happened. Marcelo Vieira’s Official facebook page was shut down. Official Real Madrid website mentioned that the facebook administration received requests from Israelis to shut down the page as it was inciting violence against Israel by supporting the Palestinian Intifada.

POR PURA PRESSÃO DOS 
JUD  SIONISTAS.. 
JORNAL ISRAELENSE: http://www.ynet.co.il/articles/0,7340,L-4069131,00.html(SE JÁ NÃO EDITARAM!)

ESSE TAL DE Mark Zuckerberg ...
AUSÊNCIA TOTAL DE REPERCUSSÃO NO BRASIL!
SÉCULO XXI

10 de maio de 2011

Atleta de futebol hostilizado por acusar governo dos EUA pelo 11 de setembro!

Rashard Mendenhall

Por Anonimo 09/05/2011 às 16:15

Fonte: Centro de Mídia Independente

O jogador de futebol americano Rashard Mendenhall está sendo hostilizado pela grande mídia e perdeu um de seus patrocinadores após dizer a maior heresia da atualidade em solo Norte-Americano, equivalente a acusar o vaticano de ser criminoso e de a terra não ser o centro do sistema solar no século 15 :

"Eu tenho dificuldades em acreditar que um avião poderia ter demolido um arranha-céu".Ou seja, o governo dos EUA foi responsável pelo ataque,colocando a culpa em um ex agente da CIA para iniciar a ocupação agressiva e ilegal do Iraque sob a bandeira da "guerra ao terror".

Eu não sou autoritário de condenar quem não concorda com esta idéia, mas aqueles que aceitam a versão do governo dos EUA sem questionar são de fato mentes fracas ou mercenários. acho incrível como essa idéia é tratada como a mais absurda "teoria de conspiração", lembrando que estamos falando do governo do único país do mundo a detonar uma bomba atômica, o que mais financiou ditaduras e guerras nas últimas décadas,isso sem falar nos Kennedy e vários outros fatos que revelam a face oculta do império.

Segue a matéria da UOL.Gostaria de destacar o papel submisso e vassalo de quem escreveu esta reportagem.Polícia de pensamento em ação! Destaco as seguintes frases:

"Mas para azar do jogador, a Champion, que o patrocinava até o último dia 5 deste mês, é uma forte apoiadora das ações antiterroristas e das forças armadas norte americanas" (coitado do tolo,preferiu ter dignidade a dólares sujos!)

"Todo o dinheiro perdido por causa dos comentários deve ter feito Rashard se arrepender e, em uma nova oportunidade, o atleta vai pensar melhor antes de escrever em seu microblog." (seu insignificante blog com suas desprezíveis opiniões próprias são claro, inferiores aos grandes meios de comunicação imparcais e justos financiados pelas mais honestas corporações!)

"Rashard Mendenhall vai ter que pensar melhor antes de publicar posts em seu twitter" (o que o governo manda pensar é o certo, obedeça!)

Ainda bem que ainda existem pessoas com coragem que pensam por si próprias e não se importam com o julgamento da grande mídia,que não se permitem vender por um milhão de dólares e não se submetem ao governo corrupto ao extremo dos EUA. O jogador também questionou: ?Que tipo de pessoa celebra a morte?" se referindo às comemorações insanas e primitivas,dignas de uma platéia vibrando a morte de um gladiador em um coliseu romano.

Antes que os vassalos venham dar chilique e dizer que estou inocentando Bin laden e sou conivente com terrorismo, já digo: Sou pacifista,não apóio nenhum ataque contra civis. Há uma alta probabilidade de vocês que acreditam cegamente na grande mídia apoiarem terrorismo.

segue a matéria da UOL

http://esporte.uol.com.br/futebol-americano/ultimas-noticias/2011/05/09/jogador-da-nfl-questiona-acoes-do-governo-norte-americano-e-perde-patrocinador.jhtm

Aqui um vídeo sobre o ocorrido: http://www.youtube.com/watch?v=gtaf00ByAi0

A verdade sobre o 11 de setembro está vindo à tona,é incrível a enorme quantidade de comentários e vídeos no youtube atestando este fato! Até nos comentários da UOL muita gente demonstra perceber os limites da liberdade de expressão e pensamento nos EUA, a falta de veracidade da história e dos vídeos sobre a morte do Bin Laden e o histórico de invasões/agressões/histórias mal contadas do império Norte Americano...

14 de fevereiro de 2011

O futebol egípcio após a saída de Mubarak


"Eu apoio 100% o poder do povo e suas reivindicações legítimas." 
Hosni Abd Rabo, meio-campista do Al-Ahli


O clube Al Ahly do Cairo acaba de abrir um fundo para ajudar as vítimas da revolta de 25 de Janeiro. "Nosso clube não vai se limitar a um apoio financeiro, também vamos estimular a participação na doação de sangue para os feridos", revelou o meia Shehab Ahmed.

Para Sporting África

O ex-presidente Hosni Mubarak, no poder desde 1981, finalmente, decidiu demitir-se após a revolta de seu povo. Agora, tendo em conta esta realidade, o país inteiro deve ser reorganizado, incluindo o futebol. O campeonato poderá ser cancelado, até a poeira abaixar. Por seu turno, os jogadores mostram solidariedade para com seu povo. A Premier League, o campeonato já foi suspenso, mas rumores apontam para uma anulação completa da temporada 2010-2011, ou até a metade do ano.

A segunda parte da temporada foi adiada indefinidamente por razões de segurança. "Aqueles que querem os jogos disputados à porta fechada, tem um pensamento inadequado", disse Amer Hussein, diretor do Comitê Executivo da EFA.

O organismo que rege o futebol internacional (FIFA), criou duas principais condições para a retomada do egípcio Premiere League. "Os estados da FIFA como a principal condição que deve ser suficiente segurança para jogadores e fãs, antes de decidir retomar os jogos", disse Samir Zaher, Associação de Futebol do Egito (EFA).

"Isso também exige que todos os clubes devem apresentar a sua aprovação para prosseguir com a competição", disse Zaher. Quem também negou todos os rumores sobre o cancelamento do campeonato desta temporada. "O cancelamento do campeonato egípcio que nos vai custar muito. Os clubes podem ter de enfrentar desastres, porque eles gastaram muito dinheiro no acampamento de treinamento, os contratos de patrocínio e transferência de jogadores", disse ele.

Zaher acredita que a retomada do campeonato egípcio poderia ajudar a fazer as coisas de volta ao normal no país. "Teremos uma reunião com funcionários de diferentes clubes para chegar a um acordo sobre a retomada da competição e organização partidária, local, dias, horas e os árbitros", disse ele.

Jogadores de Solidariedade

Por seu turno, os jogadores não são indiferentes ao que acontece em seu país. "Eu apoio 100% o poder do povo e suas reivindicações legítimas. Muitos compatriotas vivem em condições muito difíceis", disse o meia Hosni Abd Rabo. "Algumas pessoas pensam que os jogadores de futebol não estão conscientes da realidade da vida nas ruas, mas a verdade é que muitos de nós vêm de famílias pobres e, portanto, compreendemo o sofrimento do povo. Os jovens podem estudar mas não conseguem encontrar trabalho. "Estou disposto a fazer qualquer coisa para apoiar a revolta ", acrescentou.

Enquanto um dos clubes mais prestigiados do país, Al Ahly do Cairo, acaba de abrir um fundo para ajudar as vítimas da revolta de 25 de Janeiro. "Nosso clube não vai se limitar a um apoio financeiro, também vamos estimular a participação na doação de sangue para os feridos", revelou o meia Shehab Ahmed. "Quem disse que futebol não tinha consciência social?" 

Originalmente publicado em 11 de fevereiro, 2011 em http://sportingafrica.blogspot.com/


Tradução de Google Tradutor com revisão

7 de dezembro de 2010

É hoje que Cantona vai ganhar um estandarte vermelho


Por: José Milhazes, baseando-se no site do KPLO (Comunistas de São Petersburgo e da Região de Leninegrado):

A Organização Comunistas de São Petersburgo e da Região de Leninegrado decidiu condecorar Eric Cantona com um Estandarte Vermelho “pela ideia de destruir o poder absoluto do capital mundial financeiro-especulativo”.

“O camarada Cantona, depois de tomar consciência de que errou quando jogou pelo Manchester United e dançou a mando da batuta sanguinária da FIFA, passou claramente para as posições do marxismo criativo”, escreve esta organização estalinista no seu sítio na Net.

“Os membros da Comissão Ideológica do CC do PC consideram que a nova forma de luta de classes, inventada por Cantona, entrará nos anais do movimento revolucionário mundial. Dezenas de milhares de europeus e muitas centenas de habitantes da antiga URSS preparam-se para a hora “X” e atirar a sua pedra virtual”, sublinha-se no comunicado.

Os comunistas decidiram “condecorar Cantona com um estandarte vermelho pelo contributo para o processo revolucionário”.

O comunicado termina com uma célebre frase do poeta revolucionário soviético Vladimir Maiakovski: “Chegou o teu último dia, burguês!”.

2 de dezembro de 2010

Sindicato italiano de jogadores fará greve em 11 e 12 de dezembro

Texto em espanhol


Comunicado íntegro del sindicato mundial de jugadores:


FIFPro apoya plenamente la huelga que han convocado los futbolistas italianos de la Serie A. El sindicato mundial de jugadores subraya las razones que han llevado a los futbolistas italianos a emprender esta acción.


'FIFPro nunca podrá aceptar las medidas propuestas por la liga italiana de fútbol (Lega di Serie A), que contravienen los derechos básicos de los futbolistas profesionales de todo el mundo', ha manifestado Theo van Seggelen, secretario general de FIFPro.


Los futbolistas de la Serie A italiana irán a la huelga durante el fin de semana del 11 y el 12 de diciembre. El sindicato italiano de jugadores (AIC) ha decidido dar ese paso después de que la Liga rechazara negociar un nuevo convenio colectivo de trabajo.


El sindicato de jugadores había establecido la fecha límite del 30 de noviembre para alcanzar un acuerdo. Las negociaciones llevadas a cabo como último recurso entre el AIC, la Serie A y la federación italiana de fútbol (FIGC) en Roma no consiguieron llegar a un acuerdo antes de esa fecha.


‘La huelga ha sido convocada para los días 11 y 12 de diciembre’, ha explicado Leonardo Grosso, vicepresidente del AIC y presidente de FIFPro. ‘Lo lamentamos, porque había voluntad de llegar a un acuerdo. La liga continuó exigiendo negociar sobre la cuestión de los jugadores que quedan excluidos del equipo, que para nosotros era innegociable.’

El sindicato de jugadores y la Serie A han tratado de firmar un nuevo convenio colectivo de trabajo (CCT). El antiguo CCT expiró el 30 de junio, y la Liga se negó a negociar un nuevo convenio colectivo con los jugadores. El principal obstáculo ha sido la postura que mantiene la Liga, según la cual los clubes deberían tener potestad para obligar a los jugadores que no desea mantener a entrenar aparte del primer equipo, o para obligar a los jugadores a aceptar transferencias a clubes equivalentes.

El sindicato calificó esto de injusto y rechazó negociar sobre esos dos puntos. El AIC sí que aceptó la propuesta de Giancarlo Abete, presidente de la federación italiana FIGC, que sugirió no negociar esos dos puntos, sino otros seis puntos de debate, pero la Liga no estaba dispuesta a cooperar.

‘La negativa de la Liga a aceptar el planteamiento del AIC ha motivado esta acción de protesta’, ha declarado el sindicato. ‘Estábamos dispuestos a negociar seis de los ocho puntos presentados por la Liga, con la excepción de los dos puntos antes mencionados.’

‘Soy un jugador y respaldo a mis colegas’, ha manifestado Massimo Addo, defensa del Milán y antiguo portavoz del AIC, tras el anuncio de la huelga. ‘Si el AIC ha decidido ir a la huelga, ello significa que esta vez es inevitable, pues ya hemos visto que se hizo caso omiso de nuestro primer llamamiento y amenaza de huelga. Sabíamos que el principal escollo era el de los jugadores excluidos de sus equipos.’

Dos ejemplos:

Los medios de comunicación han criticado a los jugadores por plantear una huelga en unos momentos de desestabilización económica, pero el sindicato puede señalar algunos casos que respaldan su postura:

* Los jugadores del Juventus Fabio Grosso y Hasan Salihamidzic fueron excluidos del equipo al comienzo de la temporada por rechazar transferencias, pero el gran número de lesiones significó su regreso a la alineación.

* La temporada pasada, Goran Pandev fue suspendido por el Lazio por solicitar una transferencia. Un panel de arbitraje falló a su favor y fichó por el Inter sin pago de una cuantía de transferencia, caso que podría tener implicaciones para Antonio Cassano, del Sampdoria, y para Federico Marchetti, del Cagliari. Ambos jugadores han sido excluidos por razones disciplinarias, y sus respectivas audiencias de arbitraje están previstas para dentro de poco.


25 de novembro de 2010

Os futebolistas bascos vão jogar com a selecção para relançar a exigência da oficialização




Vai haver jogo de Natal da selecção. E muitos dar-se-ão por satisfeitos pelo facto de se retomar a celebração de uma festa que, na opinião dos protagonistas, deveria ir bastante mais além.

É precisamente o objectivo final dessa jornada, a sua essência, aquilo que separou a Federação e os futebolistas nos últimos anos. E, na verdade, continua a fazê-lo. Porque, como os jogadores explicaram ontem numa nota pública, desta vez também não se chegou a um acordo com a Federação, que acusam não só de «não ter vontade de dar passos em prol da oficialização», mas também de manter um discurso ambíguo a esse respeito, incumprindo permanentemente os compromissos assumidos.

A pesar disso, os futebolistas tomaram «a decisão de jogar, para acabar com as interpretações interessadas e para que a sociedade entenda claramente que os futebolistas bascos estão sempre dispostos a defender as nossas cores, no campo ou em qualquer outro lugar». Mas as suas intenções têm pouco a ver com o aspecto folclórico ou, mais ainda, pecuniário com que se conforma a Federação. «Só quer organizar os jogos com o objectivo de obter benefícios económicos - denunciam. Essa é a sua verdadeira preocupação a respeito da selecção. Para arredondar o orçamento anual, essa fonte de rendimentos é imprescindível à Federação Basca. E é isso que a leva a fazer o esforço de organizar o jogo, não o sonho da oficialização da nossa selecção».

Daí que, face à atitude federativa, os futebolistas façam um apelo para que as aparições da selecção não se reduzam a festivais anuais para amealhar verbas. «Tomámos a decisão de vestir a camisola do nosso país. E, unindo-nos à vontade dos aficionados bascos e da maioria da sociedade, gostaríamos que o jogo de Natal fosse um dia de reivindicação do nosso direito e não um acto teatral para cobrar dinheiro», insistem.

De facto, os jogadores querem que «este jogo represente o final de um ciclo e o princípio de uma nova era. Estamos dispostos a jogar este ano, mas, olhando para o futuro, julgamos que será necessário trabalhar também noutras áreas». E para isso solicitam a ajuda da sociedade basca. «Há muito trabalho por fazer e queremos dizer, com sinceridade, que nós, jogadores, não nos vemos capazes de fazer o caminho todo sozinhos. Por isso, com toda a humildade, queremos pedir ajuda à sociedade basca e especialmente a quem pude dar o seu contributo neste âmbito, para que entre todos construamos o caminho em direcção à oficialização».

Amaia U. LASAGABASTER


25 de junho de 2010

Futebolistas revolucionários de 68



As dimensões que atingiu a revolta popular entre maio e junho de 1968 na França realmente foram descomunais, atingindo praticamente todas as frações do proletariado. E o que fizeram os trabalhadores do futebol em 68? Essa imagem ai é o cartaz-comunicado do Comitê de Ação dos Futebolistas, datado de maio-junho de 1968. No início do cartaz está escrito:

"Nós, jogadores de futebol de vários clubes da região de Paris, decidimos ocupar hoje o prédio principal da Liga Francesa de Futebol, da mesma maneira que os trabalhadores e estudantes estão ocupando suas fábricas e faculdades. Por que? Para restaurar à 600,000 jogadores franceses de futebol e os milhões de seus amigos o direito de desfrutar o futebol como deve ser: o futebol que foi tirado deles pelas autoridades da Liga para servir aos seus interesses lucrativos! ... "

Para mais informações sobre história social consultar:
Instituto Internacional de História Social (Amsterdã, Holanda)

12 de junho de 2010

Na Argélia, futebol pela Libertação Nacional

Com mais de um milhão de mortos na guerra da independência, a Argélia cultua seus mártires. Do bairro chique de El Biar à popular Casbah, com suas edificações do período otomano à beira do Mediterrâneo, as homenagens àqueles que derramaram sangue contra as tropas francesas preservam a memória da revolução de 1 de novembro. Nos campos de batalha, o futebol foi uma arma de divulgação poderosa da causa argelina. Em Bel Aknoun, num imóvel cedido pelo ministério da defesa, a fundação da equipe da Frente de Libertação Nacional (FLN) mantém viva a alma militante e combatente de um time formado na clandestinidade que, entre 1958 e 1962, esteve a serviço da luta pela soberania nacional.

- Fomos os embaixadores do movimento de libertação - orgulha-se , que, aos 74 anos, entre um cigarro e outro, faz um relato comovente do passado: - Tínhamos a filosofia dos brasileiros, um futebol de toques cadenciados. Aprendemos nas ruas, como vocês.

A ideia de usar o futebol para popularizar o movimento pró-independência surgiu em 1957, três anos depois que grupos nacionalistas armados se organizaram em torno do FLN, núcleo do corpo revolucionário que tomou a frente do processo pelo fim do período colonial. O plano de Mohamed Boumezrag, membro da organização e técnico recém-chegado dos Jogos da Juventude, em Moscou, era ambicioso: montar um time com os principais jogadores de origem argelina baseados na França que amplificasse o desejo de liberdade do povo. Maouche, meia do Stade de Reims, o esquadrão francês no qual jogavam Piantoni, Kopa, Just Fontaine e Jonquet, foi seu braço direito. Representante do comando central do FLN em Paris, contactou os primeiros 10 jogadores que, após a rodada do campeonato francês de 12 de abril de 1958, um domingo, partiriam rumo a Túnis, sede do Governo Provisório da República da Argélia.

Fuga pela liberdade

Aderir ao chamado da revolução, para alguns, significava abrir mão de carreiras em ascensão. Mustapha Zitouni, zagueiro do Monaco, e Rachid Mekhloufi, meia-atacante do Saint-Étienne, estavam na lista de convocados da França para a Copa da Suécia. Abdelaziz Bentifour, meia do Monaco, já era um veterano da Copa de 1954, na Suíça. Famoso na Cote D'Azur, aproveitava o trânsito livre que tinha na região para traficar armas para o comando da revolução. Com parentes sofrendo os horrores da guerra, nenhum deles disse não à convocação. Na noite programada, dois grupos deixaram a França de trem, um pela fronteira com a Suíça, outro pela Itália. Desses dois países, iriam de avião a Túnis.

- A ordem era que ninguém viajasse no mesmo vagão. Tudo fora minuciosamente preparado - lembra Maouche.

Mekhloufi teve problemas. Naquela tarde, na partida contra o Béziers, ele sofreu uma pancada na cabeça e foi do estádio para o hospital, perdendo o embarque. Na ânsia de resgatá-lo, Maouche voltou à França dois dias depois. Em Paris, as manchetes já noticiavam a fuga dos argelinos. Militar lotado no batalhão de Joinville, acabou sendo preso como desertor ao tentar voltar à Suíça. Abderrahmane Soukhane, atacante do Le Havre, chegou a ser condenado à revelia por 10 anos pelo mesmo motivo. Mesmo com Maouche detido, outros jogadores, previamente contactados, continuaram desembarcando em Tunis nos meses seguintes. Em dois de novembro, eles já eram quase 30.

Laços com bloco socialista

Pressionada pelos clubes franceses, a Fifa suspendeu oito integrantes da primeira leva de argelinos que fugiram por quebra de contrato. O documento, assinado pelo suíço Kurt Gassmann, secretário geral da entidade entre 1951 e 1960 e datado de 7 de maio, proibia que participassem de seleções nacionais ou clubes filiados a ela. Alheio às retaliações, o FLN prosseguiu sua missão. O time excursionou pelo leste europeu, onde jogou em quase todos os países que formavam o bloco socialista liderado pela URSS; península arábica, países magrebinos e Ásia. No Vietnã, os jogadores foram recebidos pessoalmente pelo líder Ho Chi Minh; na China de Mao Tse Tung, deram clínicas para audiências massivas. Por onde passava, o FLN recebia carinho e admiração.

- Todos esses países contribuíram com armas e dinheiro para a revolução - revela Mohamed Soukhane, lateral do Le Havre, irmão de Abderrhamane. - O Egito, não. Nunca quis nos enfrentar - provoca, remetendo à rivalidade que, nas eliminatórias da Copa de 2010, deixou um rastro de violência no jogo decisivo no Sudão.

Quando foi libertado após 13 meses de detenção, em outubro de 1960, Mohamed Maouche levou os últimos seis jogadores que ainda estavam na França ao encontro dos companheiros na Tunísia. Em 29 de março do ano seguinte, em Belgrado, o time conseguiu uma de suas vitórias mais expressivas: goleou por 6 a 1 a seleção iugoslava medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma. Na preliminar, o Bangu havia vencido o Estrela Vermelha. Convidados pela cúpula do FLN para um amistoso, os brasileiros negaram.

- Até nos verem jogar, eles pensavam que éramos da orquestra do hotel - diz Soukhane, às gargalhadas.

Em quatro anos, o FLN fez 91 jogos (65v/13e/13d), nos quais marcou

385 gols e sofreu 127. Após a independência, oficializada em 5 de julho de 1962, tornou-se o embrião do que viria ser a primeira seleção da Argélia. Três anos depois, alguns poucos integrantes do extinto FLN estavam na equipe que perdeu por 3 a 0 no Estádio 19 de julho, em Oran, para um Brasil que tinha Gérson, Garrincha e Pelé.

- Perdemos, mas foi um prazer - brinca Maouche.

Escrito por: Fábio Juppa.

1 de fevereiro de 2010

Tutuba protesta contra tratamento recebido nos estádios

A mascote de maior sucesso do futebol cearense está indignada. O Tutuba (foto), escolhido pela crônica esportiva cearense como o destaque do ano passado, protesta veementemente contra o destrato e as agressões verbais que tem sido vítima nos estádios por parte das arbitragens locais.

Na partida de ontem contra o Maranguape, Tutuba não compareceu em sinal de protesto. Na última quarta-feira, dentro do próprio estádio do Ferroviário, ele ouviu todos os tipos de palavrões por parte do quarto árbitro, que desde o começo do jogo perseguiu a mascote coral não permitindo que ele exalasse a sua habitual alegria.

"Fui xingado e humilhado pelo quarto árbitro no jogo contra o Quixadá. Durante os 90 minutos, ele só se preocupou comigo e teve um comportamento altamente medíocre. Não pude sequer comemorar os gols, que lá vinha ele com os palavrões mais absurdos possíveis. Sou uma mascote do bem, respeito o meu espaço e nunca me envolvi em confusão. Creio que meu sucesso anda incomodando muita gente no futebol cearense", declarou Tutuba.

Não é a primeira vez que a mascote coral é repreendida gratuitamente pela arbitragem. No ano passado, diretores corais chegaram até a discutir com um delegado de partida que quis expulsar o Tutuba do campo. Esse ano, na partida contra o Itapipoca, novamente a mascote coral sofreu a implicância do quadro de árbitros. Na última semana, o caso passou dos limites.

Curioso é que a proibição que Tutuba mais recebe é a de sequer poder passar perto das traves, como se a presença solitária de uma mascote atrapalhasse o espetáculo. Mais uma vez, o futebol cearense comprova a discrepância nas ações, pois nos jogos do Ceará, por exemplo, é dada permissão para a presença atrás do gol de uma dezena de vovozetes, acompanhadas de uma mascote, que chegou a se envolver em confusão em 2009 no Castelão. Como se observa, é mais um caso de dois pesos e duas medidas no futebol cearense.

Sem saber quando retorna aos estádios locais, Tutuba prega aviso: "Não vou abandonar o Ferroviário. Tenho consciência que minha presença leva as crianças aos jogos do Ferrão e anima o espetáculo. Eles não vão se livrar de mim assim tão facilmente e sei que tenho o apoio da nossa vibrante torcida, que saberá protestar contra esse absurdo que tenho sído vítima", advertiu a mascote coral.

Fonte: Site oficial do Ferrão.

3 de novembro de 2009

O problema sócio-econômico do futebol cearense

Sou um dos mais ferrenhos críticos ao calendário do futebol cearense. Há quase três anos, tenho publicamente batido na tecla de que o atual modelo enfraquece o futebol local como um todo, privilegiando e protegendo apenas os clubes que disputam a Série B nacional, excluindo a maioria esmagadora das equipes. O problema se repete há tempos sem que nada seja feito de concreto, num total desrespeito ao que reza o Estatuto do Torcedor que prevê, no mínimo, dez meses de competições oficiais para todos.

Enquanto Ceará e Fortaleza oferecem o pão e o circo, a discussão sequer é lembrada. O silêncio vergonhoso de quem teria a obrigação de promover o debate acoberta não apenas uma injustiça - e ilegalidade - esportiva, mas uma questão seriíssima em nível sócio-econômico. Há uma altíssimo nível de desemprego entre os profissionais da bola, que na melhor das hipóteses, são submetidos a contratos temporários de apenas três ou quatro meses no ano inteiro.

Semana passada, o promissor zagueiro Tonton foi vítima desse calendário excludente. Tendo que se submeter a faturar, em nome da própria sobrevivência, míseros 200 Reais para disputar uma partida de liga interiorana, o ex-beque do Horizonte faleceu em acidente automobilístico. Tonton é apenas mais um exemplo, pois, na prática, todos os dias inúmeros atleta locais passam fome por não ter onde trabalhar, diante da curiosa inoperância de seu próprio sindicato.

A FCF acena mudanças a partir da criação de uma copa estadual, já anunciada, que premiará o campeão com uma vaga para a Copa do Brasil no ano seguinte, a exemplo do que acontece em todos os outros estados brasileiros. Já não era sem tempo. O problema do desemprego será minimizado e ainda exigirá dos clubes um nível de planejamento que a maioria não está acostumada - e essa lógica inclui o Ferroviário. Melhor para o futebol cearense, que passará por um processo de seleção natural onde os bons, comprometidos e organizados ficarão, o que a médio e longo prazo, fortalecerá o nosso desporto.

Vai sempre haver quem ache ruim, afinal de contas é bem mais fácil permanecer na inatividade e na zona de conforto, local onde podem ser realizados os negócios mais escusos, longe dos holofotes durante a maior parte do ano, o que muitas vezes inviabiliza um processo de mudança. Vamos ver se os dirigentes eleitos da nova FCF cumprirão a promessa e quebrarão o status quo. Se assim o fizerem, estarão contribuindo para um futebol cearense mais forte e merecerão o respeito de uma legião de desportistas que vêem o esporte de uma forma muito mais ampla do que simplesmente a rivalidade nos gramados.

Postado por Evandro Gomes


Fonte: Portal oficial do Ferroviário

15 de outubro de 2009

Equipe muçulmana que se negou a jogar com gays é excluída do torneio

PARIS, França — O clube muçulmano de futebol Créteil Bebel, que se negou a jogar no início do mês contra uma equipe de jogadores homossexuais, o Paris Foot Gay, foi excluído excluído nesta quarta-feira do torneio, segundo um comunicado das autoridades do futebol amador francês.

A recusa do Créteil Bebel de enfrentar o Paris Foot Gay (PFG), que denunciou uma atitude homofóbica, provocou muita polêmica na França.

"Devido ao nome de sua equipe e de acordo com nossos princípios, não podemos jogar contra vocês", afirmava um e-mail enviado pelo Créteil Bebel ao PFG na véspera da partida, que aconteceria no último dia 4.

"Nossas convicções são muito mais importantes que uma simples partida de futebol", completa o texto.

O PFG pediu à liga CFL que punisse o Créteil por uma decisão que considera "homófoba e muito chocante". Além disso, ameaçou com um processo judicial se seguir por este caminho, nas palavras do presidente do Paris Foot Gay, Pascal Brethes.

Zahir Belgharbi, dirigente do Créteil Bebel, rebateu as acusações e afirmou que o problema está no nome do PFG.

"Não sou homófobo, não sou integrista, não me incomoda jogar com gays, e sim com um clube que tem este nome", declarou Belgharbi.

"Nós nos esforçamos para ser neutros, não nos chamamos por exemplo Futebol Clube Islâmico. Por quê os outros querem levantar a bandeira de uma ideologia? A única coisa que eu quero é jogar futebol", completou.

O PFG respondeu que não é um clube reivindicativo e sim uma associação que luta contra a homofobia no futebol, aberta a heterossexuais e homossexuais, na qual jogam negros, brancos, árabes, de todas as religiões.

Fonte: AFP

7 de outubro de 2009

Time de futebol muçulmano francês se recusa a jogar contra gays

PARIS - Um time de futebol muçulmano amador gerou polêmica na França ao se recusar a jogar contra um clube que apoia os direitos homossexuais e tem jogadores gays. O time Creteil Bebel faltou à partida marcada contra o Paris Foot Gay (PFG) no final de semana, dizendo que vai contra suas crenças religiosas jogar contra homossexuais. O PFG disse que irá processar o Creteil Bebel por homofobia. "Fomos insultados no passado, mas este tipo de coisa nunca aconteceu", disse à Reuters Pascal Brethes, presidente e co-fundador do PFG. O Creteil Bebel defendeu sua ausência dizendo que suas convicções religiosas são muito mais importantes do que qualquer evento esportivo. "Como muçulmano, tenho o direito de não jogar contra homossexuais porque não compartilho suas ideias", disse Zahir Belgarbi, um dos diretores do time, à rádio France Bleu. O PFG foi criado em 2003 para lutar contra a homofobia, que existe em alguns subúrbios ao redor de Paris, onde o time atua. Grupos de direitos humanos e anti-discriminação saíram em defesa do PFG e autoridades municipais também se envolveram na disputa. "A cidade de Paris será inflexível quando confrontada por ataques a seus princípios e continuará a lutar com determinação contra todos os atos de discriminação", disse a municipalidade em um comunicado.

(Reportagem de Elizabeth Pineau)

Fonte: Reuters

27 de junho de 2009

Irã afirma não ter punido atletas da seleção por conta de manifestação política

Durante partida válida pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, alguns jogadores da seleção do Irã atuaram com uma pulseira verde nos braços – símbolo de um protesto contra o governo local. O fato teria rendido a detenção e a “aposentadoria” dos participantes. Mas o presidente da federação de futebol do país nega.

Ali Kafashin garante que as informações da mídia não passam de mentiras e infâmia e que o órgão que preside não puniu nenhum jogador da seleção nacional.

Entidade máxima do futebol, a Fifa escreveu aos iranianos, exigindo respostas sobre as supostas penalizações aos jogadores que enfrentaram a Coreia do Sul, na semana passada.

De acordo com informações do diário britânico “The Guardian”, dos seis jogadores que usaram as faixas da cor da campanha do opositor Mir Houssein Moussavi, pelo menos quatro tiveram seus passaportes retirados assim que chegaram a Teerã – isso os deixa, na prática, presos dentro do Irã.

Ali Karimi, de 31 anos, Mehdi Mahdavikia, 32, Hosein Ka'abi, 24, e Vahid Hashemian, 32, teriam perdido a permissão de participar de partidas oficiais até mesmo por clubes.

Mohsen Farahani, ex-presidente da federação de futebol do Irã, acusado de ter arquitetado o protesto, está preso. A imprensa iraniana, porém, afirma que os jogadores se “aposentaram voluntariamente”.

Fonte: Universidade do Futebol

28 de maio de 2009

Peruanos ameaçam rejeitar convocação para a seleção

LIMA - Os jogadores peruanos não aceitarão a convocação para a seleção do país a partir de 24 de junho caso as autoridades não realizem reformas destinadas a reverter a crise esportiva no país, disse um dirigente sindical dos atletas na quarta-feira.

A medida não afetará os próximos jogos pelas eliminatórias para a Copa de 2010 - dia 7, em casa, contra o Equador, e no dia 10, em Bogotá, contra a Colômbia.

O protesto, no entanto, pode prejudicar o Peru nas quatro partidas restantes da disputa, contra Uruguai, Venezuela, Argentina e Bolívia.

"A partir de 24 de junho não aceitarão a convocação para a seleção até que sejam atendidas nossas reivindicações", disse a jornalistas o presidente da Agremiação de Futebolistas do Peru, Francesco Manassero (foto).

A decisão foi aprovada e assinada por 100 por cento dos atletas profissionais que atuam no futebol local, segundo ele.

"É necessário tomar ações urgentes para uma mudança no futebol do nosso país. A agremiação nunca falou de greve nem adiamento do campeonato", afirmou Manassero.

O futebol peruano vive uma das piores crises da sua história, e seus clubes acumulam resultados desastrosos nos torneios internacionais. Além disso, a seleção está praticamente fora da Copa de 2010, já que ocupa a lanterna nas eliminatórias, com 7 pontos em 12 partidas.

Fonte: Reuters

24 de maio de 2009

TV da Espanha censura protesto separatista em jogo de futebol


Na última quarta-feira (13), a emissora TVE, da Espanha, tirou do ar cenas em que torcedores de futebol de origem separatista vaiavam o hino do país. O incidente aconteceu na partida final da Copa do Rei, entre Barcelona e Athletic de Bilbao.

Na ocasião, torcedores de ambos os clubes, de ascendência catalã e basca, respectivamente, soaram apitos na hora em que o hino espanhol era tocado no estádio. Nesse momento, a TVE decidiu mostrar um link nas cidades de Bilbao e Barcelona, para exibir os preparativos dos torcedores para a grande final.

Durante a semana, grupos separatistas bascos e catalães fizeram campanha para que o hino do país fosse vaiado no estádio definido para a final, em Valência. Em comunicado à imprensa, a emissora afirmou que as imagens do protesto não foram exibidas por "erro humano" e não como forma de censura à ação.

A final da Copa do Rei da Espanha, realizada na cidade de Valência, foi vencida pela equipe do Barcelona, pelo placar de 4 a 1.

Matéria indicada por Eusko Gudari.

Vídeo comparando a transmissão da TVE com a de outro canal de televisão:



Outro vídeo do YouTube, mostrando o ponto de vista dos torcedores, vaiando até perder o fôlego:


29 de dezembro de 2008

Entrevista: José Paulo Florenzano (parte 1)

Cientista social com atuação na área de Antropologia do Esporte conta sobre a Democracia Corintiana e os reflexos desse movimento no futebol atual

Bruno Camarão e Marcelo Iglesias




Um dos períodos mais marcantes da história do futebol brasileiro,principalmente naquilo que se refere à gestão de uma equipe, foi a Democracia Corinthiana. O movimento surgido na década de 1980, sob a liderança de atletas como Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon, constituiu o marco de caráter ideológico mais relevante do futebol nacional.
Durante esse período da história da agremiação do Parque São Jorge, todas as decisões importantes, tais como a contratação de atletas, as regras da concentração, entre outras, eram decididas pelo voto dos membros do time – um autêntico processo de auto-gestão do clube.
Um dos maiores pesquisadores sobre esse intervalo de tempo é João Paulo Florenzano, que falou com exclusividade para a Cidade do Futebol. Graduado, mestrado e doutorado em Ciências Sociais pela PUC-SP, Florenzano tem experiência na área de Antropologia do Esporte.
O futebol é um fato social total, isto é, ele contempla os múltiplos aspectos da vida social, revelando essa realidade com todas as suas linhas de força e contradições. Ou seja, o futebol é reconhecido como um objeto de estudo”, comentou o professor.
Além de tratar do tema da Democracia Corinthiana, ele abordou nesse bate-papo, que será dividido em duas partes – uma indo ao ar nesta sexta, e a segunda na próxima semana, no dia 2 de janeiro – aspectos de rebeldia na modalidade e o jogador-problema (que resultou em uma obra sua referente aos jogadores Afonsinho e Edmundo), as relações de poder, o futebol-força e o corpo-máquina, a figura “sem cor” de Pelé e a criação do Museu no estádio do Pacaembu.
Cidade do Futebol – Uma das características marcantes do futebol é a maneira como ele consegue assumir bem a interdisciplinaridade. Na década de 1980, tem-se um movimento que marca a história da modalidade, a Democracia Corinthiana. O que ela tem de tão relevante para ser lembrada até hoje como um dos maiores movimentos sociais organizados da história do futebol e do Brasil como um todo?
José Paulo Florenzano –A importância dela reside no fato de romper com a hegemonia do modelo do futebol-força, propondo para a modalidade o reequilíbrio entre os exercícios do corpo e os exercícios da mente. A Democracia Corinthiana reintroduz no espaço do futebol as aulas de filosofia, pois se pensarmos o que era o ginasium na antigüidade clássica, vemos que era o local onde os gregos exercitavam o corpo, buscando esculpir o ideal do belo, mas era também onde, por vezes, os filósofos realizavam as suas palestras e diálogos
Portanto, a importância da Democracia Corinthiana está exatamente na busca desse ponto de equilíbrio entre um modelo que se volta a favor do desenvolvimento da força física e um outro que prevê o espaço da reflexão, do questionamento, capaz de religar aquilo que a modernização separou: corpo e alma, atleta e cidadão, o governo de si próprio e o auto-governo coletivo da equipe.
Esse movimento resgata uma tradição de autonomia que percorre a história do futebol brasileiro. Para não precisar citar exemplos tão distantes, na década de 1960, se pensarmos no Santos de Pelé, no Palmeiras de Ademir da Guia, no Cruzeiro do Tostão e no Botafogo do Garrincha, lembraremos dos heróis, das figuras míticas, mas dificilmente nos recordaremos do técnico.
Isso não acontece por acaso, pois a questão é: quem governava essas equipes? Por isso, sem irmos para o extremo oposto e dizermos que, naquele momento, o técnico não possuía nenhum papel, no mínimo, tem-se um equilíbrio em relação a quem comandava uma equipe de futebol.
Então, a Democracia Corinthiana, no início dos anos 1980, irá resgatar a tradição de autonomia e levá-la às últimas conseqüências com a proposta da auto-gestão, que é o ponto culminante desse processo.
Quando o movimento se radicaliza, Mário Travaglini, percebendo esse momento, deixa o Corinthians, e, ao invés do clube buscar outro técnico para substituí-lo, elege-se um representante para a função. É um curto momento, basicamente o mês de abril de 1983. Segundo a manchete do Diário Popular: “Corinthians abole o técnico”. A partir daí, pode-se avaliar o significado dessa experiência.
Cidade do Futebol – Em algum momento da trajetória da Democracia Corinthiana ela demonstrou ser contraditória do ponto de vista do comprometimento dos membros daquele cenário que rodeava a agremiação?
José Paulo Florenzano –Como todo e qualquer movimento social, político e cultural, a Democracia Corinthiana também teve uma série de contradições. A principal delas era o fato de tentar conciliar dois projetos antagônicos: um modelo de futebol empresa, isto é, a Democracia Corinthiana tentava legitimar-se diante dos demais atores do futebol e da imprensa esportiva como uma proposta de modernização do futebol, com inscrição publicitária na camisa e uma série de ações voltadas para esse modelo. Ao mesmo tempo, inclusive porque ela estava inserida no contexto da redemocratização da sociedade brasileira e, nesse sentido, partilhava com uma multiplicidade de sujeitos coletivos, o ideal da autonomia também desenvolve o exercício da democracia direta.
Esses dois aspectos se desenvolvem e vão entrar em choque, porque me parece inconciliável imaginar o modelo da democracia direta no âmbito de um modelo empresarial. O que expressa esse conflito é a contratação do Leão, porque isso vai rachar o grupo. Essa cisão acontece não por conta da personalidade conservadora do goleiro, como as lideranças atribuem, mas à maneira como ele foi contratado.
Esse processo rompe com o pacto estabelecido pelo grupo de que tudo deveria passar pelo crivo, pela discussão e pelo consenso de todos. Quem decide a contratação do Leão são alguns dirigentes e os líderes do grupo, e, em decorrência daquilo que havia sido pactuado, tem-se uma divisão interna no elenco do Corinthians.
A questão é: por que se procedeu dessa maneira na contratação do Leão? É exatamente nesse momento que fica claro o conflito do modelo empresarial e o exercício da democracia direta.
O Corinthians tinha como estratégia globalizar a marca, e buscava, além do Sócrates, outro atleta que tivesse apelo internacional para tornar o clube um candidato interessante para uma excursão no exterior. Por isso, havia urgência em concretizar a contratação do Leão, e o ritmo dos negócios não é o mesmo que aquele que requer o andamento da democracia. Por isso, o Adilson Monteiro Alves (dirigente do Corinthians), juntamente com o técnico, com o preparador físico e com alguns líderes decide pela contratação do goleiro.
Ou seja, esse acordo tem uma razão empresarial, mais do que um motivo técnico que justificasse que o Solito não seria o goleiro ideal para o Corinthians. Afinal, ele havia acabado de ser campeão paulista, em 1982, e o Leão chega no início de 1983.
Cidade do Futebol – Esse pensamento que foi levando em conta no caso do Leão para além das quatro linhas, como um atleta vendável, surge com esse jogador ou existem outros exemplos anteriores? Como se dá esse processo hoje quando, por vezes, inverte-se o valor de campo e o jogador como produto é o que mais importa?
José Paulo Florenzano –Existem outros exemplos, porque o papel do ídolo no futebol, enquanto esse ele pode favorecer o clube e os produtos que se associam ao mesmo é algo muito mais antigo do que se está habituado a reconhecer. Poderíamos mencionar casos desse tipo desde o Friedenreich que fez anúncios publicitários, assim como Leônidas da Silva, o qual foi contratado pelo São Paulo em uma estratégia de popularização do clube. Enfim, esse tipo de estratégia é muito mais freqüente do que parece.
A Democracia Corintiana deparava-se com um contexto econômico de crise brutal, que combinava recessão com inflação. Os clubes precisavam sobreviver. Fica fácil apontar contradições observando-se o processo à distância. Se o Corinthians queria preservar o Sócrates no seu elenco, com o futebol europeu fazendo propostas pelo jogador, o clube tinha que buscar mecanismos para mantê-lo no Brasil. Por isso, a contratação do Leão se insere nesse quadro da necessidade do clube enfrentar o assédio do futebol europeu sobre os seus atletas.
É nesse momento que o futebol italiano começa a se abrir novamente para os estrangeiros. Combinado com isso havia a crise econômica, o que tornava cada vez mais difícil manter-se um elenco com grandes nomes. Portanto, a contratação do Leão também se insere nesse sentido empresarial de fazer caixa para manter os principais jogadores no Corinthians. Logo, a estratégia de globalização da marca e a necessidade de manter um ídolo, o Sócrates, culminaram na chegada do Leão.
Cidade do Futebol – O técnico da Suécia, Lars Lagerbäck, comentou durante a edição deste ano do Footecom que comemora a saída de atletas do seu país, pois não é lá que eles conseguirão evoluir como jogadores. Dentro desse aspecto da transferência de atletas, o Brasil é, atualmente, um dos principais exportadores de jogadores para o futebol de todas as outras partes do planeta. Como ocorre o processo que coloca o país como um dos maiores criadores de talentos do cenário futebolístico mundial?
José Paulo Florenzano –Hoje em dia, existe, no grande palco do futebol que é a Europa, um intercâmbio cada vez maior de jogadores entre os clubes do próprio continente. Além disso, tem-se, mais do que aqueles que são considerados os grandes celeiros (Brasil, Argentina e Uruguai), um olhar voltado para a África, a qual também é um grande exportador de atletas para a Europa.
Voltando à questão empresarial, existem muitos orientais jogando nas grandes ligas da Europa, não só por se tratar de um bom jogador, mas porque é importante tê-los no elenco, visando-se os mercados da China, Coréia e Japão. Daí, podemos pensar no que decide a escalação de um atleta. Seria apenas o critério técnico e a boa forma física ou, ao mesmo tempo, o potencial que ele tem de despertar o interesse de um determinado mercado ou de abri-lo para a marca, para instituição européia?
Historicamente, tem-se Brasil e Argentina, que são economias sem poder para manterem os seus principais atletas e vão constituir-se em formadores dos artistas para o palco principal que está na Europa.
Cidade do Futebol – Qual é o passo que se está dando quando clubes abrem-se para empresas e financiadores de atletas como os casos da Traffic e do Grupo Sondas, do ponto de vista da interferência que esses grupos podem ter na vida das equipes? Isso auxilia na venda do clube internacionalmente como uma marca forte?
José Paulo Florenzano –Na realidade, nós estamos prisioneiros a um modelo global de futebol, e temos que perceber qual é o papel do Brasil nesse cenário. Parece que aqueles que detêm o poder de decisão no futebol brasileiro se saem muito bem na participação que o país tem nesse modelo que é a de fornecer atletas. Por isso, talvez, não haja tanto interesse em reposicionar o Brasil nesse quadro.
Uma segunda questão é que se há a perda da independência econômica, perde-se parte do poder de decisão dentro da instituição. Logo, se um clube fica dependente de empresários, da televisão e de empresas, provavelmente, a agremiação não terá mais soberania na composição da equipe. Isso reflete-se, na realidade, na perda crescente de autonomia das instituições.
A quantidade enorme de dinheiro que circula dentro dos clubes e empresas gera a conseqüência que eu vejo como a mais grave que é o empobrecimento de significados dentro do futebol. Todos nós reproduzimos essa significação econômica e mercantil da modalidade.
Então, vem ao caso, pensar-se o seguinte: o que faz a força de um clube? O São Paulo é a ilustração mais bem sucedida de que uma agremiação se torna de massa, à medida que ela conquista títulos e detém a hegemonia no plano esportivo. Por outro lado, o Corinthians passou mais de 20 anos sem vencer um campeonato paulista e tornou-se um fenômeno sociológico. A torcida corintiana daquele tempo se consolida como uma torcida de massa. O Corinthians também conquista dois campeonatos estaduais com a Democracia Corintiana e se torna um objeto de estudo da academia.
Esses exemplos mostram que a força cultural de um clube não é tão dependente quanto parece do fato dele obter títulos. Existem outros vínculos do clube, da metrópole e da identidade que ele proporciona a determinados segmentos nessa metrópole e até em escala global.
Cidade do Futebol – Algo que se tornou raro no futebol mundial é o atleta que se identifica com o clube e vice-versa, o chamado “jogador símbolo” de uma equipe, como é o caso dos goleiros Rogério Ceni e Marcos com o São Paulo e o Palmeiras, respectivamente. Como você enxerga essa carência de profissionais com laços fortes com as agremiações, fato que se via com maior freqüência em outros tempos com o Santos de Pelé, o Palmeiras de Ademir da Guia, o Botafogo de Garrincha, o Corinthians de Rivelino, entre outros?
José Paulo Florenzano –Eu penso que existe muita idealização desse pensamento do amor à camisa. Muitos atletas que tiveram amor à camisa acabaram na miséria. Por outro lado, existe uma perda de identidade, de se mencionar o nome de um jogador e, rapidamente, lembrar-se do clube em que ele atua.
No entanto, é bom que exista esse transito intenso. Eu não vejo essa movimentação como algo negativo, até mesmo em casos de atletas que foram ídolos em uma agremiação e têm a coragem de recomeçarem a carreira no clube rival. Isso, no mínimo, suscita uma problematização sobre a identidade desses clubes.
Por isso, podemos olhar essa questão de um ângulo diferente daquele que é comumente abordado. Eu não entendo esse fato como algo ruim para o debate do futebol. Um atleta identificado com um clube durante muitos anos vai jogar no elenco rival. O que isso representa? O que acarreta de mudanças nas duas agremiações?
Um exemplo que, na verdade, não é tão radical quanto um jogador passar de um clube para o rival, mas que mostra como é bom o trânsito dentro do futebol é o do Sócrates. Ele entra no Corinthians em 1978 como, talvez, o mais anti-corintiano dos atletas, porque o estereótipo do jogador corintiano é aquele que joga com raça, que se doa ao máximo. Mas, o estilo de jogo do Sócrates não era esse, ele era um artista, um artesão. Então, a contratação de um atleta que, talvez, se sentisse mais à vontade na academia do Palmeiras, com um time de mais toque de bola, que possuía o ritmo do Ademir da Guia, e não a correria do Wladimir e do Corinthians, coloca em questão a mitologia corintiana de jogar com raça. O Sócrates vai colocar em crise esse ideal, e ambos se transformam.
É extraordinário perceber-se como a entrada do Sócrates obriga a torcida do Corinthians a se readaptar a um ritmo de jogo que ele vai estabelecer, e, inversamente, como ele também tem que fazer concessões. O Sócrates também vai dar carrinho, também vai fazer gols e se emocionar, rompendo um pouco com a frieza que ele construía em torno de si.
Portanto, eu não vejo essa movimentação como um problema. É claro que se tem, mais no Brasil do que na Europa, a perda total de vínculo se o jogador fica dois ou três meses em uma agremiação e, de repente, já está em outra, e as pessoas mal conseguem montar a escalação do seu time.
Se visto desse prisma, isso é um problema. Porém, eu acredito que não devemos cair no saudosismo de achar que era um mar de rosas, o atleta que, por muitas vezes, passava uma vida inteira em um clube e não saía, em certos casos, não por amor à camisa, mas porque, na época, havia a Lei do Passe e ele não tinha força política suficiente para romper com o clube.
Cidade do Futebol – Levando-se em conta o seu comentário de que o Sócrates teve que se adaptar ao estilo de jogo do Corinthians e a torcida corintiana à forma de jogar desse atleta, ainda é possível fazer uma relação entre os perfis do clube e das suas respectivas torcidas? O São Paulo é atualmente o verdadeiro time do povo?
José Paulo Florenzano –A identidade de um clube também sofre mudanças ao longo do tempo. Por exemplo, o Palestra Itália foi fundado para representar os diversos grupos italianos em São Paulo. Era ele que conferia essa identidade italiana a essas comunidades. Em um determinado momento, ele é obrigado a mudar de nome e se transforma em Palmeiras e, a partir daí, abre-se para outros grupos dentro da sociedade.
O Corinthians, ao contrário do que diz o mito fundador, é um clube que, como todos os demais, teve uma postura restritiva, chegando a barrar os jogadores negros, em um momento em que havia um grande preconceito em relação a esse grupo. Aos poucos, o Corinthians vai se tornar um clube de massa e, ao longo desse percurso, ele passa a representar dentro de São Paulo dois grandes grupos. Os descendentes de escravos, tomando o lugar de várias outras agremiações que haviam sido fundadas para representá-los. Não é a toa que o Wladimir dizia que ele sentia a identificação dele com a torcida à flor da pele.
Outro grupo do qual o Corinthians vai se beneficiar é dos nordestinos. O clube é quase que um rito de integração do migrante que vem do nordeste do país na sociedade paulistana. Dessa maneira, o time de Parque São Jorge consegue se implantar como clube de massa.
Hoje, porém, o Corinthians vive um conflito, pois a categoria “povo” foi posta em crise pela globalização e pelo Liberalismo, o que gerou uma crise de identidade no clube.
Por outro lado, o São Paulo que, historicamente, é identificado como um clube da elite, por conta de uma estratégia que passa pela construção do Morumbi em 1970, pela criação de centros de treinamento, pela aposta na preparação física, na elaboração de uma comissão técnica permanente, e pela constituição de uma “máquina de guerra”, é o exemplo mais bem acabado de uma estratégia de um clube para se tornar uma equipe de massa.
Portanto, percebe-se que, ao longo do século XX, esses clubes mudaram de posição, incorporando novos grupos nas suas respectivas identidades.
Cidade do Futebol – Por exemplo, a contratação do Bobô, que havia se destacado pelo Bahia, e foi jogar no São Paulo, ou a ida do Enéas para o Palmeiras, são contratações que não são feitas de maneira desinteressada. Existe uma intenção específica nesse tipo de aposta, tanto na construção da identidade do clube como na atração de certos tipos de torcedores? Pode-se apontar, hoje, o São Paulo como o verdadeiro “time do povo”?
José Paulo Florenzano –No caso do São Paulo, esse tipo de contratação passa pelas contratações de Leônidas da Silva, e depois pela do Didi, que teve uma curta passagem pelo clube, nos anos 1950. Outro caso, como foi citado, foi o do Bobô. Porém, não sei até que ponto essas contratações podem ser incluídas na conta de uma estratégia de popularização do clube, mas certamente, esse fator também é um efeito que deve ser levado em consideração.
Um fato real referente a esse aspecto é que o Corinthians está lapidando o seu capital simbólico, a sua identidade de clube do povo. Hoje, ele vê a sombra do São Paulo, que conseguiu uma forte penetração nas camadas populares, além da enorme dificuldade que há no elenco corintiano de se reafirmar como um time de raça. Mesmo porque a categoria “povo” se dissolveu.
Mais ainda, talvez como um paradoxo, à medida que o Corinthians se aproxima dessas parcerias milionárias, e suspeitas em alguns casos, ele tem uma perda dessa imagem do clube onde o atleta tem que se doar ao máximo, que é a torcida que tem um time e não um time que tem uma torcida. Todo esse sistema de significados sofre um pouco com esses modelos de acordos.
Cidade do Futebol – Trazer o futebol para dentro da academia ainda é algo difícil no Brasil para abordá-lo nos seus meandros mais sociológicos e históricos?
José Paulo Florenzano –Já houve uma mudança muito significativa. Ficou para trás a idéia do futebol como o “ópio do povo”, discurso que associava a modalidade a um mecanismo de alienação e um certo preconceito que impedia a academia de reconhecer o futebol como um objeto de estudo e um acesso privilegiado para a compreensão da realidade brasileira.
Atualmente, têm-se, em várias universidades, núcleos de estudo e pesquisa com uma massa significativa de trabalhos, dissertações, teses sobre esse tema abordado-o de diferentes ângulos (da psicologia, da sociologia, da história, da antropologia, da economia, etc).
O futebol é um fato social total, isto é, ele contempla os múltiplos aspectos da vida social, revelando essa realidade com todas as suas linhas de força e contradições. Ou seja, o futebol é reconhecido como um objeto de estudo. Quanto a isso, eu não tenho a menor dúvida.
Cidade do Futebol – Recentemente, foi inaugurado o Museu do Futebol. Nele, há algumas referências à figura de Charles Müller, ratificando-o como principal introdutor da modalidade no país. No entanto, existem algumas divergências quanto a essa questão. Como você avalia esses fatos conflitantes e a própria iniciativa da criação desse museu?
José Paulo Florenzano –O Museu do Futebol é uma idéia extraordinária e, aos poucos, ele irá se aprimorando, com a contribuição de jornalistas e historiadores, e com a participação dos seus assessores.
No caso do Charles Müller, alguns historiadores brasileiros já colocaram em cheque a leitura de que ele é o introdutor do futebol no Brasil e o grande responsável pela difusão da modalidade no país. Na realidade, ele foi a pessoa que difundiu o futebol dentro dos grupos aristocráticos.
Mas como diz José Geraldo Couto, “o futebol no Brasil já nasce com a marca da diversidade”. Ou seja, ele se propaga com extrema facilidade e rapidez em outros campos como a várzea e as fábricas.
Cidade do Futebol – A maneira de falar na terceira pessoa e o distanciamento em relação à luta racial direta foram fatores que contribuíram para que o Pelé se destacasse no futebol em nível mundial?
José Paulo Florenzano – É muito difícil manter-se na trajetória que o Pelé conseguiu ficar, com todo o sucesso por ele obtido. Esse autocontrole ao longo de toda a sua carreira, é um ponto que merece ser destacado. Logo, esse aspecto dele falar sobre ele mesmo afastando-se da figura Pelé é o mínimo que podemos citar nesse sentido.
Sem isso, dificilmente ele teria se comportado corretamente diante da projeção que o nome dele teve no mundo, de toda a idolatria que há em torno da sua figura, de como ele foi utilizado pelo regime militar, entre outros fatores.
Em relação à questão racial, ele foi bastante cobrado por não ter tomado uma postura mais explícita de condenação ao racismo dentro da sociedade brasileira. Por isso, ele passa como alguém que reproduziu o discurso da democracia racial supostamente existente no Brasil.
No entanto, o que ele significou para os negros dentro do Brasil e na América? Nesse sentido, se percebe que o Pelé desempenhou um papel muito grande na reelaboração da identidade negra. Isso passa pela admiração que o Bob Marley tinha em relação a esse atleta brasileiro, pela maneira como ele incandescia o imaginário dos países africanos e de outros lugares.
Portanto, bem feitas as contas, o Pelé teve uma participação significativa em um processo mais amplo de tomada de consciência da questão racial no Brasil, embora, explicitamente, ele não tenha elaborado um discurso contundente a respeito disso.