18 de fevereiro de 2008

Sindicato português veta magistrados no futebol

Em meio a caso “Apito Dourado”, Associação dos Juízes Portugueses crê que presença de representantes da Justiça no esporte não é positiva

O Estado deveria retirar juízes das estruturas componentes do futebol profissional em Portugal. Esta é a idéia defendida pelo presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Antônio Martins, que considera que a mistura entre Justiça e o esporte “não é positiva”.

Atualmente, há dez juízes na Liga Portuguesa de Futebol. Dois na Comissão Disciplinar, e oito na Comissão Arbitral, que funciona como uma espécie de órgão externo para resolução de questões referentes ao jogo.

A Federação Portuguesa de Futebol, por outro lado, não tem desde dezembro qualquer magistrado nas suas comissões.

O tema vem à tona justamente no dia em que se dará o início do julgamento do processo principal do caso “Apito Dourado”, no Tribunal de Gondomar, envolvendo 24 pessoas. Em questão, Valentim Loureiro, José Luís Oliveira e Pinto de Sousa, dentre outros, são suspeitos de terem montado um esquema para induzir os árbitros a beneficiar o Gondomar Sport Clube, facilitando o plano do clube de subir à II Liga Profissional de futebol.


Loureiro, presidente da Câmara de Gondomar e ex-presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, é acusado de 26 crimes dolosos de corrupção ativa, sob a forma de cumplicidade, e um crime doloso de prevaricação.

Já José Luís Oliveira, vice-presidente da Câmara de Gondomar, presidente da Direcção do Gondomar SC e presidente da Assembléia-Geral do Sousense, à data dos fatos, é o principal réu no processo, sendo acusado de 26 crimes dolosos de corrupção ativa e 21 crimes dolosos de corrupção desportiva ativa.

O ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, José António Pinto de Sousa, responde por 26 crimes dolosos de corrupção passiva para ato ilícito.

Entre outras vantagens alegadas pelo Ministério Público, Pinto de Sousa teria “acesso aos círculos do poder e aos benefícios que desse acesso lhe advinham (...), o que era perfeitamente perceptível, quer por Valentim Loureiro, quer por José Luís Oliveira”.

Fonte: Cidade do Futebol

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